A Escuta Ativa

Inspiração na orientação dos projetos: escuta ativa e o diálogo entre teorias e a participação coletiva na escola

A relação professor e aluno e os impactos na aprendizagem são pontos já discutidos anteriormente por vários educadores. Demonstrar vínculo afetivo entre as partes traz significados para a aprendizagem e isso é fato, porém, em tempos de muitas mudanças na educação e no sistema acadêmico, foram levantadas mais indagações do que a escola e as famílias estavam preparadas.

Uma busca constante por um ensino de qualidade sempre foi um caminho árduo a ser percorrido, mesmo que isso, muitas vezes, tenha sido associado por alguns incentivos na política educacional, com premiação de escolas que se destacam em alguma olimpíada, por exemplo. O fato é que o caminho para uma educação de qualidade envolve, justamente, uma série de fatores que objetivam uma cultura da aprendizagem que possibilite cidadãos que consigam crescer na vida pessoal e profissional.

Em todos os lugares, a escola sempre esteve cercada por críticas tanto na visão da comunidade quanto na visão do próprio corpo docente.

A figura do professor, como alguém que merece respeito e louvor, cai por terra no final do século XX e início do século XXI, com documentos e criações de órgãos, estatutos. A invasão da tecnologia, por sua vez, contribuiu para colocar o professor no papel secundário do processo educacional. Como se fosse um conto de fadas, o professor passa a ocupar o lugar do vilão na história.

Diante desse cenário, a educação começa a tomar uma forma com muitas lacunas, como alunos sendo aprovados e concluindo as séries finais do Ensino Fundamental como “analfabetos funcionais”. Queixas de que os alunos não conseguem dominar a compreensão de um texto ou não realizam com destreza as operações básicas, mas, em contrapartida, dominam os smartphones e possuem habilidades nos jogos de videogame, enquanto aprendemos e ouvimos, nos cursos de Pedagogia, que a função do professor é ensinar e a do aluno aprender.

Em 2020, em meio à pandemia da COVID-19 que parou o mundo, a escola ultrapassa os muros e invade as casas dos alunos. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular), homologada em 2017 pelo MEC, já trazia como uma das dez competências a cultura digital, porém ela estava pouco inserida entre os alunos, e, sem estarmos preparados, foi necessário iniciarmos com urgência uma relação de ensino e aprendizagem à distância. A pergunta que logo nos incomodou: como podemos garantir um ensino de qualidade com aulas remotas ou, até, por plataformas digitais, sendo que nem todos os alunos teriam acesso a elas? E, hoje, ampliamos ainda mais nossos questionamentos: como os alunos farão um retorno às aulas presenciais pós-pandemia?

Com esta realidade diante de nós, iniciamos esta temporada de questionamentos, reflexões, estudo e compreensão de referências, para que possamos conduzir projetos baseados na escuta ativa e em permanente diálogo com o que estamos vivendo e aprendendo.

É preciso repensar o propósito da escola, do diálogo e da aprendizagem.

Propósito de vida - Charlie Brown - Porque ir à escola

https://www.youtube.com/watch?v=9KeOUx9kpUA

Em apenas 57 segundos de vídeo fomos levados a refletir sobre qual seria realmente o propósito de ir à escola.