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A HISTÓRIA DA PEDAGOGIA

Por:   •  17/9/2019  •  Resenha  •  1.428 Palavras (6 Páginas)  •  1.027 Visualizações

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Estudo Dirigido II

Texto:  “História da Pedagogia” – Franco Cambi

1) Faça um pequeno resumo de como se deu o desenvolvimento da História da Pedagogia e comente sobre o que esse estudo representava.

        Na introdução do livro “História da Pedagogia”, Franco Cambi apresenta um panorama acerca da história dessa área do conhecimento. Relata que a história dessa disciplina origina-se a partir do século XVIII, mas foi no século XIX que ela se desenvolveu através de pesquisas de profissionais escolares que se esforçavam para que essa instituição fosse cada vez mais central, que formasse técnicos e cidadãos instruídos de acordo com os padrões ideológicos da sociedade moderna.  Ela foi orientada ideologicamente pelas correntes de pensamento filosófico positivista, idealista e espiritualista, que propagavam ideais da história universal ou de períodos pretéritos, como a Antiguidade, Idade Média e Modernidade.

        Cambi (1999) utiliza o pensamento de Gentile, filosofo e educador italiano, que afirmava que a Pedagogia é a teoria da autoafirmação do espirito, e que deveria ser totalmente imersa na filosofia. Entretanto, no período pós Segunda Guerra Mundial novas orientações historiográficas surgiram no campo pedagógico, o que configurou uma crise de alguns pressupostos do modo tradicional de se fazer história da Pedagogia. Desse modo ela seria substituída pela história da educação, por ser mais rica e complexa.

        Ora, em um primeiro momento a pedagogia perdia a sua exclusiva (ou quase) conotação filosófica e revelava-se constituída pela contribuição de diversas ciências e, portanto, como um saber interdisciplinar. Com o passar dos tempos a pedagogia tinha uma função cada vez mais central na vida social, pois socializava o indivíduo através de uma formação atrelada a múltiplas vias institucionais e técnicas (voltadas para o corpo, o imaginário, o intelecto, e para o manual), disseminadas no corpo social.

        A partir da década de 50 e de forma mais evidente nas décadas de 60 e 70, produziu-se uma forma inédita de fazer história de eventos pedagógico-educativos, que se distanciou do teoreticismo do passado, fortemente ideológico. Desse modo, passou-se de uma maneira fechada e limitada de fazer história em educação e pedagogia, para um modelo aberto, reflexivo, crítico e ciente da riqueza e complexidade de suas áreas de pesquisa e das variadas metodologias e instrumentos de trabalho.

2) O que o autor quer dizer com o termo “história ideologicamente orientada”?

        Cambi (1999) ao discorrer sobre a história da Pedagogia, ressalta que a mesma foi “ideologicamente orientada”, pois valorizava a continuidade dos princípios, convicções e ideais que dominavam cada período histórico. Os professores se baseavam nas ideias de determinada filosofia (positivista, idealista ou espiritualista) para direcionar a transmissão do conhecimento, do saber. Era, portanto, uma história ao mesmo tempo persuasiva (que tenta convencer) e teoreticista (baseada em uma determinada teoria) que muito se distanciava dos processos educativos presentes em sociedades diversas.

3) Quais são as três revoluções da historiografia? Comente cada uma delas.

        Segundo Cambi (1999) as três revoluções da historiografia fazem referência aos Métodos, Tempo e Documentos.

        Revolução do dos Métodos: onde relata que fazer história é algo plural (ou pluralista). Em consequência disso foram necessárias mudanças nos seus métodos de estudo, que passaram a ser reflexivos, autônomos e integrados, para que dessem conta de abordar toda essa pluralidade.

        Revolução do Tempo: Cambi baseia-se no pensamento de Braudel para chamar atenção para a noção de temporalidade. Há uma grande diferença entre o tempo histórico e daquele tempo artificial, dos relógios ou do tempo, vivido, das práxis cotidiana. Essa revolução pode ser definida em três situações: o tempo dos acontecimentos ou eventos, próximo do vivido e do cronológico; tempo fracionado, medido pelo instante ou tempo da história-narração; e o tempo da curta duração ou das permanências relativas que está ligado a estruturas políticas, sociais e culturais.

        Revolução dos Documentos: recentemente passou por uma drástica renovação. Ele pode ser acessado por classes inéditas. Deixa de ser visto como um “monumento” e sim como efeito de interpretação, possibilitando uma nova unidade de informação. Ele também sofreu recentemente uma renovação radical, ampliando-se para classes inéditas e pondo o documento não mais como um monumento, mas como efeito da interpretação.

        Todas essas revoluções foram fundamentais não só na transformação, mas também na forma de compreender a história e pesquisar cientificamente. Entretanto, é importante ressaltar que, para que essas três revoluções ocorressem, quatro orientações foram necessárias: o marxismo; a pesquisa dos Annales e a história total; a contribuição da psicanálise para a pesquisa histórica; o estruturalismo e as pesquisas quantitativas.

 

4) Comente essa afirmação do autor “A história da educação é, hoje, um repositório de muitas histórias, dialeticamente interligadas e interagentes, reunidas pelo objeto complexo ‘educação’, embora colocado sob óticas diversas e diferenciadas na sua fenomenologia”.

        Através dessa assertiva, Cambi define o que é a história da educação. Atualmente a história da educação é pluralista, ou seja, conta com uma diversidade de metodologias que se articulam para estuda-la. Ou seja, a história da Pedagogia não percorre um único caminho. Ela passou por diversas revoluções para chegar a ser como ela é atualmente.

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