A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DISLÉXICOS
Por: Nayana Bastos • 3/4/2018 • Artigo • 1.934 Palavras (8 Páginas) • 276 Visualizações
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR CONSULTORIA ASSISTENCIAL E PEDAGÓGICO SOLRACNA-CESAS[pic 1]
Psicopedagogia com ênfase em Educação Especial
A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DISLÉXICOS
Nayana Costa Bastos[1]∗
Prof.ª Osnera Silva Viera
05/04/16
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo principal a busca de maiores informações sobre dislexia, incluindo sugestões e ideias que possam minimizar esse problema, bem como analisar os diferentes tipos de dislexia, compreendendo que dislexia é considerada uma disfunção do Sistema Nervoso Central, que compromete a aquisição e o desenvolvimento das habilidades escolares. Para o embasamento teórico desse artigo fez-se um levantamento bibliográfico baseado principalmente em autores que discorrem sobre dislexia, como a psicóloga Eleanor Boder (2005) que em seus estudos indicou no mínimo três tipos de dislexia. Deste modo, entendemos que dislexia não seja uma dificuldade em aprender o conteúdo da aula e sim um distúrbio que segue a criança em sua aprendizagem, ou seja, dislexia é um transtorno da leitura, portanto, um déficit linguístico que dificulta a aprendizagem de leitura, escrita, soletração e decodificação das palavras.
Palavras-chave: Dislexia. Transtorno. Leitura.
ABSTRACT[pic 2]
This article aims to search for more information about dyslexia, including suggestions and ideas that can minimize this problem and to analyze the different types of dyslexia, understanding that dyslexia is considered a dysfunction of the central nervous system that affects the acquisition and the development of scholastic skills. For the theoretical basis of this article was made a literature mainly based on authors who talk about dyslexia as a psychologist Eleanor Boder (2005) in their studies indicated at least three types of dyslexia. Thus, we understand that dyslexia is not a difficulty in learning classroom content but a disorder that follows the child in their learning, ie, dyslexia is a reading disorder, therefore, a linguistic deficit that hinders the learning of reading, writing, spelling and decoding words.
Keywords: Dyslexia. Disorder. Reading.
1 INTRODUÇÃO
Nesse artigo discorreremos sobre a disfunção dislexia, analisaremos os estudos realizados por Eleanor Boder, que foi a primeira psicóloga americana, a tentar estabelecer a existência de diferenças entre as crianças disléxicas e outras crianças. Boder distinguiu três tipos de disléxicos (disfonéticos, diseidéticos e mistos) baseando-se nos tipos de erros produzidos nas diversas condições de leitura (palavras familiares ou não familiares, longas ou curtas, de altas ou baixas frequências).
A dislexia é considerada uma disfunção do Sistema Nervoso Central, que compromete a aquisição e o desenvolvimento das habilidades escolares, tendo como critérios de exclusão o rebaixamento intelectual, déficits sensoriais (visual, auditivo), déficits motores significativos, em condições supostamente adequadas de aprendizagem e ausência de problemas psicossociais. (ARTIGAS, 2009).
Entendemos que dislexia não seja uma dificuldade em aprender o conteúdo da aula e sim um distúrbio que segue a criança em sua aprendizagem, ou seja, dislexia é um transtorno da leitura, portanto, um déficit linguístico que dificulta a aprendizagem de leitura, escrita, soletração e decodificação das palavras.
2. OS TRÊS TIPOS DE DISLEXIA SEGUNDO BODER
A psicóloga americana Eleanor Boder em 1973, constatou distintos erros na leitura e escrita em diferentes crianças, com isso classificou as crianças em três tipos de disléxicos, o primeiro grupo, denominado “disfonéticos” é o maior, e inclui as crianças que apresentam dificuldades de consciência fonológica, são insensíveis à rima e à estrutura fonológica das palavras. Sendo assim compreendemos que o grupo dos disfonéticos apresenta dificuldade na fonologia das palavras, com dificuldade em usar as correspondências entre letra e som na leitura e na escrita. Ou seja, ocorre discrepância em relação entre o que está escrito e o que é lido. Ao invés de ler nato, pode-se dizer mato.
Já, o segundo grupo é bem reduzido e utiliza bem a correspondência letra-som tanto na escrita como na leitura, porém, apresenta dificuldade visual e é denominado “diseidéticos”, em suma, são crianças que não cometem erros entre o que é lido, e o que é pronunciado, são crianças com dificuldade visual, com pouco reconhecimento global das palavras. Acontece mais na leitura da língua americana, com dificuldade em fazer a correspondência entre letra e som, como por exemplo: ought, one ou laugh.
Por último, o terceiro grupo, conhecido como Misto, apresenta os dois tipos de dificuldades citadas acima. Portanto, através disso pode-se concluir que algumas crianças sem dificuldade de leitura tendem a utilizar mais as correspondências letra-som, enquanto outras utilizam mais o visual em geral.
Existem ainda as dislexias adquiridas por remoção de tumor cerebral ou acidentes. As dislexias adquiridas podem ser subdivididas, segundo PINHEIRO (1994 p. 41) e MORAIS (1996 p.26), em dislexias periféricas e centrais. Na dislexia periférica a lesão localiza-se no sistema de análise visual, dificultando a percepção das letras. Na dislexia central, além do comprometimento do sistema de análise visual, há também alteração em parte de uma das rotas, fonológica ou lexical ou em ambas.
Segundo MORAES (1997), às crianças disléxicas possuem um nível intelectual normal ou acima da média, apesar de suas dificuldades de leitura e escrita e não é encontrada de forma isolada, e sim associada a outros distúrbios. O que pode ocorrer é que a criança e o adolescente tenham sintomas isolados de dificuldade que não caracterize a dislexia ou um conjunto de fatores que possamos compreender mais sobre ela.
Por isso MORAES (1997), comenta que os distúrbios de memória podem surgir em curto prazo, ou em longo prazo. Por exemplo, o paciente pode ter dificuldade para recordar o que aconteceu num momento anterior (curto prazo) ou o que aconteceu em longo prazo (vários dias). Uma pessoa que lembra com detalhes vários fatos ocorridos em curto e em longo prazo, não apresentaria um distúrbio de memória. Por isso, é importante um trabalho linguístico com crianças. Com uma proposta de fazê-la recordar o que fez no final de semana. Esses autores defendem ainda que, crianças com problemas de memória auditiva são incapazes de recordar os sons das letras ou relacionar os diferentes sons para formar palavras. E no nível visual, caracterizam-se pelos problemas em relacionar os sons que escutam ou palavras que são constituídas mentalmente, junto as suas grafias próprias.
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