A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA PARA PROFESSORES DE AULAS PARTICULARES
Por: Eluize Juliano • 31/10/2018 • Artigo • 2.707 Palavras (11 Páginas) • 585 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA PARA PROFESSORES DE AULAS PARTICULARES
JULIANO, Eluize Vieira Alves[1]
SANTOS, Valério Xavier dos[2]
RESUMO
Este artigo vem de encontro aos profissionais da área de ensino particular no objetivo de despertar os mesmos para o estudo da psicopedagogia como parceira interdisciplinar no desenvolvimento de seu trabalho. Muitos são os pais que me procuram para auxiliar seus filhos. A falta de atenção dos pais para com seus filhos no tempo certo tem gerado consequências marcantes na vida dessas crianças. Por perceber que as dificuldades enfrentadas por esses sujeitos enquanto aprendentes não se limitavam apenas ao conteúdo escolar e por, mesmo sem formação especializada, perceber que toda essa dificuldade e transtornos se iniciam, em sua maioria, na família, encontrei no estudo da Psicopedagogia o auxílio que minha prática necessitava. Espero que este artigo seja o ponto de partida para muitos profissionais da área educacional encontrarem na psicopedagogia uma formação capaz de ajudar seus alunos de maneira eficiente e eficaz. Que permita, também, aos pais, escolas, sociedade e comunidade local se perceberem como parte integrante de todo esse processo de fracasso escolar de seus filhos e alunos, assim como a superação do mesmo.
Palavras chave: Educação. Interdisciplinaridade. Fracasso escolar.
1 INTRODUÇÃO
A área da educação no Brasil sempre enfrentou inúmeros desafios, mas, na atualidade, percebemos que esses desafios não têm se limitado apenas as escolas. No passado as crianças tinham dificuldades de aprendizagem, mas a ajuda familiar juntamente com a escolar permitia que essas crianças se desenvolvessem melhor. Por outro lado, não se tinha tamanho conhecimento dos transtornos de aprendizagem e de como tratá-los, motivo pelos quais muitos abandonavam a escola.
Hoje enfrentamos outra realidade. Nas escolas encontramos alunos sem valores, famílias desestruturadas, professores sem formação e remuneração adequada, todos desanimados com o aprender e ensinar, tanto quanto perdidos com relação ao futuro e o que se esperar dele. Tudo isso somado as dificuldades e transtornos de aprendizagem, tem levado muitas crianças a pagarem o preço de uma má formação e um aumento alarmante nos números de analfabetos funcionais que deixam as escolas com um diploma em mãos, mas incapazes de compreender textos simples e de fazer operações matemáticas.
“A aprendizagem é considerada um dos polos do processo educativo”, segundo Leal e Nogueira (2012, p.21) Tanto a escola como a família são importantes neste processo de promoção da educação. Essa mudança na conjectura familiar dos últimos tempos tem alterado toda a aprendizagem das crianças, pois a grande maioria passa hoje a maior parte do tempo nas escolas, com babás ou familiares próximos, como avós e tios, para que os pais possam trabalhar. Isso não tem acontecido apenas na classe baixa, como na classe média e alta com tamanha intensidade que os pais de hoje não têm tempo para os filhos e não conseguem reconhecer suas dificuldades.
Esse artigo tem como eixo norteador a epistemologia e a psicopedagogia. Avalia o sujeito aprendente, em seu processo de conhecimento e sua subjetividade. Assim como, o papel do professor particular inserido nesse contexto e a necessidade da psicopedagogia para tal. Seu objetivo é permitir que professores particulares que lidam com alunos da educação infantil e ensino fundamental percebam o quanto o estudo da psicopedagogia é de fundamental importância em sua prática pedagógica.
Os educadores devem procurar novos caminhos e alternativas para todo esse delicado processo de aprender, para que os estudantes não sejam obrigados a se tornarem copistas que fazem as coisas por fazer ou para passar de ano, cumprindo uma obrigação desmotivante e castradora. É necessário que o estudante sinta-se bem, é preciso que ele tenha prazer em aprender. (LEAL e NOGUEIRA, 2012 p. 48)
A justificativa se fundamenta em minha própria experiência de anos como professora particular, que, sem identificar os sintomas de meus alunos, não conseguia de forma concreta ajudá-los. Daí surge a necessidade de um novo olhar. Segundo Leal e Nogueira (2012, p.49):
é importante que os professores, diretores, coordenadores, estudantes, pais e todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem compreendam o que são as dificuldades de aprendizagem e como podem, juntos, superá-las.
As razões que tornam relevante a realização deste estudo estão baseadas no fato de que muitas crianças passam pela escola e por professores particulares, e não são diagnosticadas na etapa certa o que acaba dificultando ainda mais o seu processo de aprendizagem. O que antes seria tratado para facilitar um aprendizado posterior, agora além do tratamento se faz necessária uma “reformatação” do aprendizado.
A importância deste estudo é que ele vai de encontro aos profissionais da área educacional, pais, escolas e até mesmo a sociedade em geral e comunidade local no sentido de alertar o quanto o fracasso escolar pode estar ligado a transtornos de aprendizagem e a importância de detectá-los o mais rápido, tendo em vista evitar maiores problemas e dificuldades para as próprias crianças num futuro breve.
2 O SUJEITO COGNOSCENTE E O PAPEL DO PROFESSOR PARTICULAR ENQUANTO PSICOPEDAGOGO
Sabemos o quanto está crescendo o número de crianças que necessitam de acompanhamento extra sala de aula. Muitos são os fatores, dentre eles: a falta de acompanhamento familiar, os transtornos da aprendizagem e as dificuldades frente a um conhecimento específico.
Segundo Bossa é preciso identificar a causa, combater e tratar os sintomas.
Quando se trata de problemas de aprendizagem escolar, de nada adianta medidas como reforço ou a aula particular apenas. Seria como ministrar o antitérmico sem o antibiótico, ou seja, combater a febre sem tratar a infecção (BOSSA, 2000, p. 12).
Seria o ideal que todas as escolas, em seu quadro de funcionários, tivessem presente um psicopedagogo. Esse profissional habilitado é capaz de identificar as causas dos problemas de aprendizagem, além de propor uma intervenção que vai de encontro ao sujeito cognoscente investigando como ele aprende e intervindo de forma a amenizar ou zeras as queixas de suas dificuldades frente ao aprendizado.
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