A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR NA DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO EDUCADOR NA DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

Cristiane Izidoro dos Santos

[e-mail]

Isabel Cristina Basso

[e-mail]

Luciana Aparecida Fernandes

[e-mail]

Telma Eliane de Toledo Valim Athayde

[e-mail]

   

RESUMO: O presente artigo traz uma reflexão sobre a importância do educador na desconstrução do racismo, preconceito e discriminação do ser humano. Tendo em vista a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no ensino fundamental e médio nas escolas. Ressaltamos que os educadores têm papel fundamental na construção da identidade do ser humano, e nesse caso, ensinando a história do negro, focada na contribuição deles na formação da identidade do nosso país, e não apenas transmitindo ao aluno a história da escravidão e do uso do negro como mão de obra. Este artigo traz um estudo de caso baseado em um Trabalho de Conclusão de Curso, feito por um estudante negro no ano de 2010, onde, através de uma pesquisa observatória, fez várias visitas em escolas municipais de sua cidade para verificar a aplicabilidade da lei mencionada acima. Trazendo as dificuldades encontradas, e a observação prática do que de fato vem sendo aplicado em salas de aula. O educador tem a obrigatoriedade de estar preparado para possíveis situações de racismo e preconceito dentro da sala de aula, situações essas que devem ser desconstruídas imediatamente, de maneira que fique claro que todos são iguais e que não deve haver beneficio ou maleficio a ninguém, independentemente de sua etnia.

PALAVRAS-CHAVE: Educador; Lei; Preconceito; Racismo; Discriminação.

---

1. Introdução

De acordo com o dicionário on line preconceito significa “substantivo masculino Juízo de valor preconcebido sobre algo ou alguém; prejulgamento. Opinião ou pensamento acerca de algo ou de alguém, construída a partir de análises sem fundamento, conhecimento nem reflexão. Repúdio demonstrado ou efetivado através da discriminação de grupos religiosos, pessoas, ideias; refere-se também à sexualidade, à raça, à nacionalidade etc.; intolerância: o racismo, a xenofobia, a homofobia são tipos de preconceito. Comportamento que demonstra esse repúdio ou aversão.Convicção fundamentada em crenças ou superstições; cisma. Forma de pensamento em que uma pessoa chega a conclusões que entram em conflito com os fatos por os ter prejulgado. Etimologia (origem da palavra preconceito). Pré + conceito.” ^[1]

Segundo Lopes Munanga (2005) “discriminação é a supervalorização de determinadas culturas, dando ao dominador a ideia de que é melhor e desenvolve no discriminado o sentimento de menos valia” (p. 189). Já o termo racismo para Joel Rufino (2005) conforme citado por Sant’ana (2005, p. 61), “o racismo é uma suposição de que há raças e, em seguida, a caracterização biogenética de fenômenos puramente sociais e cultural”.

Baseado na interpretação sistemática do dicionário, de Joel Rufino, de Lopes Munanga, podemos entender que a discriminação e o racismo andam juntas, sendo que o racismo é um fenômeno ideológico e a discriminação um etnocentrismo, em que não há o respeito a culturas diferentes.

Ao longo dos séculos o negro lutou por sua equidade perante a sociedade, e algumas dessas lutas culminaram em leis que trazem em sua essência a disseminação da cultura e história afro-brasileira e das raízes africanas, sendo aperfeiçoada pelo surgimento de uma Lei no ano de 2008 que que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.

A Legislação Brasileira possibilitou a aplicabilidade do contexto histórico mais amplo, observando além do tráfico negreiro, e sim dando o devido ênfase e valor a cultura do negro, com o intuito de mostrar para o educando que o negro possui sua etnia, crenças antes de sua escravidão, assim como preconizado na legislação.

É de extrema importância refletir sobre o papel da Escola na desconstrução do racismo, preconceito e discriminação, pois, ao longo da História do Brasil observamos o negro sendo vítima de atos preconceituosos

Ao analisar a desconstrução do racismo, preconceito e discriminação, percebe-se que, as questões levam educadores a se deparar com um grande desafio, em que existe necessidade de desfazer os equívocos às culturas de origem africana, e nem sempre os mesmos estão preparados para essa nova adaptação na educação, como pudemos observar no Trabalho de Conclusão de Curso estudado.

É público que existem inúmeros casos de discriminação no mundo atual, e em específico, como nosso foco, nas salas de aula, porém, é muito difícil para o educador se posicionar diante desses casos.

A focalização dos problemas sociais que causam as chagas nos adolescentes e na formação dos futuros profissionais, também precariedade dos problemas sociais e a hipersensibilidade de uma parcialidade dos indivíduos em relação a assuntos “tabu”, como racismo, preconceito e discriminação, onde o educador deve exercer um esforço descomunal para balizar as opiniões, esses são objetivos do presente trabalho.

Uma vez que há extremos, pessoas que irão problematizar e maximizar a real situação, e pessoas que irão diminuir a qualquer custo a existência ou o prejuízo causado por tais assuntos, verifica-se então, o reflexo de uma sociedade desequilibrada, que parametrizou de forma prejudicial os conceitos de racismo, com isso, enfrentamos o excessivo melindre sobre o contexto, onde a simples menção a fato pode causar enfrentamentos.

Diante do referido quadro buscamos neste trabalho estudar os seguintes questionamentos. Qual o papel do Educador e da Escola na desconstrução desses conceitos extremos? Como evitar o racismo, preconceito e discriminação no ambiente escolar?  

Dessa formam este artigo tem como objetivo ressaltar, as dificuldades enfrentadas pelos professores no exercício da profissão em lidar com situações de preconceito racismo e discriminação.

---

2. Justificativa

O que impulsionou a realização deste trabalho foi a necessidade de reflexão de qual o real papel do educador e da escola na discriminalização do racismo no ambiente escolar, buscando possíveis iniciativas por parte do professor no sentido de inibir qualquer tipo de discriminação baseado em pesquisas e estudo de caso.