A INCLUSÃO NA PEDAGOGIA
Por: annarribeiro • 7/6/2020 • Resenha • 1.752 Palavras (8 Páginas) • 149 Visualizações
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Relatório de Aula:
SÍNTESE
Até o final do século XV não existia educação escolar para pessoas surdas e eles eram considerados pessoas sem razão e viviam sob a máxima “não fala, não pensa”, só a partir do século XVI é que foi possível falar de educação do surdo.
A educação do surdo começou pelo oralismo após o Congresso de Milão, em 1880 onde educar o surdo deveria ser através da língua oral, proibindo a língua de sinais, porque, a surdez era vista como uma doença e a cura se daria pela fala. Willian Stokoe, linguista que estudou a língua americana de sinais, começou a mudar esse entendimento a partir da década de 1960, quando comprovou que essa é uma língua completa, com todos os componentes que possui uma língua oral e nesta perspectiva nasce o bilinguismo onde o surdo aprende duas línguas, a primeira língua (L1) é a de sinais considerada a língua natural dos surdos e a segunda língua (L2) a língua escrita do seu país.
A escola bilíngue discutida na Declaração de Salamanca, em 1994, determinou que as crianças com deficiência sejam incluídas no ensino comum, ou seja, em uma escola comum e inclusiva, a qual deve contar no seu quadro de professores, professores surdos e professores bilíngues para respaldar o aprendizado dos alunos em sala de aula e o professor surdo deve ser um participante ativo de toda proposta pedagógica, fazendo parte do planejamento, do conselho de classe, da sala de aula, e de todos os momentos docentes.
Para pensarmos nessa escola comum inclusiva, vamos nos remeter à Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e nos suportes que ela pode e deve oferecer aos alunos com deficiência, entre eles o aluno surdo. Em suas diretrizes, a política determina que: Para a inclusão dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue — Língua Portuguesa/LIBRAS — desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais alunos da escola (Brasil, 2008, p.12).
A escola comum, ao receber o aluno surdo, deve transformar o ambiente da sala de aula em um ambiente bilíngue. Isso deve ser feito, basicamente, a partir de materiais em Libras, presença de um professor e/ou instrutor de Libras e capacitação dos profissionais da escola para utilização da língua de sinais como língua de instrução.
A história da Língua Brasileira de Sinais (Libras) se inicia com D. Pedro II em 1855, quando sua filha, a Princesa Isabel, tem um filho com surdez e o imperador traz para o Brasil um professor francês surdo para ensinar e funda o Imperial Instituto dos Surdos-mudos, contudo, só em 2002, a partir da Lei 10.436, que essa língua passa a ser reconhecida em nosso país como meio legal de comunicação da comunidade surda brasileira.
Para a regulamentação dessa lei, o decreto 5.626 é assinado em 22 de dezembro de 2005, e considera como pessoa surda aquela que, por ter uma perda auditiva, compreende e interage com o mundo a partir de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente através da Língua Brasileira de Sinais.
Hoje muito se fala da inclusão das pessoas com deficiência nas escolas comuns, mas para os surdos a escola bilíngue (a escola inclusiva) está fracassando em seu objetivo de ensinar, visto que desconsidera o fato de que o surdo apresenta uma língua diferente dos outros alunos, e de que não é possível ensiná-lo da mesma maneira que ensina ao ouvinte. Mesmo com a presença do intérprete, a escola inclusiva adota metodologias de ensino que não favorecem o aluno surdo, como por exemplo, o aprendizado da leitura e escrita por metodologias silábicas ou fônicas. Isso ocorre porque o português é uma língua de base sujeito-predicado, enquanto que a Libras é uma língua do tipo tópico-comentário.
A Libras é uma língua visual, assim sendo, o elemento mais importante da frase é aquele que visualmente é também o mais importante. O surdo pensa e tem que pensar em imagens porque só assim ele será fluente nessa língua. A Libras também usa muito as Expressões faciais ou corporais, denominada por alguns autores de Expressões Não Manuais (ENM). Elas são utilizadas em todas as línguas, mas nas línguas de sinais elas têm um papel fundamental e devem e podem ser separadas em dois grupos: as expressões afetivas e as expressões gramaticais.
As expressões afetivas demonstram nossos sentimentos e emoções, e são usadas na Libras e nas línguas orais, podendo ocorrer ou não simultaneamente aos itens lexicais. Já as expressões gramaticais “estão relacionadas a certas estruturas específicas, tanto no nível da morfologia quando no nível da sintaxe e são obrigatórias nas línguas de sinais em contextos determinados” (Quadros; Pizzio; Rezende, 2006 p.3).
Com o surgimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e por meio da Legislação específica para pessoas com surdez – Lei de Libras e o Decreto 5626/2005, houve a necessidade de se ter profissionais de LIBRAS na sala de aula, sendo eles, o Instrutor de Libras, o Professor Interlocutor e o Intérprete de Libras.
O instrutor de Libras pode ser um professor ouvinte ou surdo, com fluência na língua de sinais e tem por função possibilitar à comunidade escolar a aquisição e a aprendizagem da Libras para os alunos surdos e ouvintes. Cabe a ele também dar a assistência necessária para que essa língua seja conhecida e divulgada nos diferentes meios sociais.
O professor interlocutor é um profissional que, além de mediar a comunicação entre surdos e ouvintes, tem interferência no processo de aprendizagem do aluno surdo. Ele deve atender às necessidades do aluno, buscando a melhor estratégia para que este entenda o que o professor titular está explicando. O professor interlocutor deve mediar a comunicação entre os conteúdos abordados e o aluno surdo, e para isso é fundamental que trabalhe em conjunto com o titular da sala, desde o planejamento das aulas e atividades, até as avaliações que serão aplicadas.
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