A Inclusão com transtorno do espectro do autismo no ensino regular
Por: Samanta Cristian • 15/5/2018 • Trabalho acadêmico • 3.328 Palavras (14 Páginas) • 345 Visualizações
A inclusão com transtorno do espectro do autismo no ensino regular.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal ampliar os conhecimentos sobre a Educação Inclusiva e a escola, realizando uma discussão a respeito dos pressupostos teóricos e metodológicos que orientam as políticas educacionais nesta área atualmente. Deste modo, apresentando o conceito, as características e apontando os ajustes curriculares necessários para a aprendizagem dos alunos com necessidades especiais. O estudo proposto é de suma importância para a formação dos educadores inseridos no meio escolar, principalmente porque qualifica e auxilia a prática educativa, além de nortear todo o trabalho pedagógico vinculado à educação inclusiva. A metodologia utilizada neste trabalho envolveu pesquisa bibliográfica sobre o assunto e análise qualitativa das informações coletadas. Portanto, os principais conteúdos abordados aqui, tratarão sobre a inclusão de indivíduos com necessidades especiais na escola, sobre seu desenvolvimento intelectual e social, além de relatar a realidade existente nas instituições, que infelizmente, é muito diferente do que deveria ser, pois muitas vezes a inclusão torna-se uma real exclusão. A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de serviços de intervenção precoce que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Para FREITAS (2003) e LIMA (2002) os julgamentos feitos pelos professores interferem diretamente no ensino, pois os mesmos reúnem conteúdos que não são demonstrados nas avaliações formais, ao contrário são invisíveis, e obtidos nas observações diárias, considerando a instrução, o comportamento e os valores e atitudes, estes últimos têm seus critérios estabelecidos nas representações prévias dos professores. Entendida sob esse prisma, esta ação altera as relações no interior da sala de aula possibilitando juízos de valor sobre os alunos, na maioria dos casos não palpáveis e que favorecem as chamadas “profecias autorrealizáveis”. Em outras palavras, os professores identificam precocemente aqueles alunos que, supostamente, não são capazes de avançar na aprendizagem escolar, por alguma hipótese de seus conceitos prévios, e ao longo do ano letivo, o fato se confirma, culminando na reprovação/retenção do aluno naquele nível da escolarização. Nesta perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial apresenta a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos.
ESCOLA INCLUSIVA E AS PRÁTICAS QUE CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA INCLUSIVA
O princípio da acessibilidade está presente na concepção que orienta a construção da escola inclusiva, indicando a sua dimensão transversal que contrapõe a existência de sistemas paralelos de ensino especial e ensino regular e passa a planejar as escolas com ambientes acessíveis e sem discriminação, que garantam os direitos de cidadania e atenção à diversidade humana. O desafio da acessibilidade está colocado para a educação, seus pressupostos não estão restritos ao trabalho de determinados profissionais, mas estão direcionados para toda escola e sociedade. Sua efetivação requer eliminar os preconceitos, exigindo mudança de atitude em relação às diferenças: a adequação das estruturas físicas que permitam a circulação e mobilidade segundo os critérios de acessibilidade; o acesso às tecnologias, aos códigos e às linguagens que possibilitem formas diferenciadas de comunicação; e a alteração das práticas pedagógicas que promovam a interação e valorizem as diferentes formas de construção do conhecimento. O problema crucial não residia e não reside apenas na representação social que se verifica na sociedade, mas nas posturas concretas que se verificam socialmente, ou seja, com frequência assistimos a uma práxis social limitadora, subjugadora e castradora dos potenciais humanos e funcionais das pessoas com necessidades especiais. Muitas delas poderiam desenvolver e adquirir uma maior autonomia pessoal, social e profissional, porém isto não ocorre devido precisamente aos controles e cerceamentos sociais. Alguns autores buscam uma explicação para tais fatos. Na perspectiva individual, Wellendorf (apud Bleidick, 1981), com uma pitada de ironia, afirma que a pessoa com deficiência terá seu horizonte existencial circunscrito ao que chama de carreira clínica. A metáfora ilustra como os espaços sociais subestimam suas possibilidades ou potencialidades. Predominam como visto acima, representações sociais a partir de uma abordagem centrada no déficit e no desvio da norma social. A prática social procura desta maneira, compensar através de uma intervenção terapêutico-educativa, cuja função é aproximar a pessoa interrompido parâmetro de normalidade social. Na dimensão das instituições sociais, deparamo-nos com uma racionalidade que defende a separação institucional e consequente demarcação social de espaços para as pessoas especiais. Constata-se a existência dos sistemas institucionais especiais resultantes da pressão exercida por modelos concentradores ou hegemônicos normativos. Subjacentes a estas considerações, tanto as referentes às representações como às práticas sociais,
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