A LITERATURA INFANTIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA
Por: frann.theska8 • 23/1/2018 • Artigo • 2.347 Palavras (10 Páginas) • 352 Visualizações
LITERATURA INFANTIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA
Francisca Raimunda-UFPI/CSHNB
(fran.rsaran@outlook.com)
Janaina de Moura Cavalcante – UFPI/CSHNB
(j-anycavalcante@hotmail.com)
Professora orientadora: Cristiana Barra Teixeira
(cristiana_barra@yahoo.com.br)
RESUMO
O presente trabalho objetiva apresentar as reflexões acerca das práticas de leituras desenvolvidas na escola e como a maneira que o professor trabalha com a literatura infantil e/ou a importância que lhe é dada reflete na aprendizagem do aluno e no seu interesse pela leitura, a partir das práticas realizadas pelo professor observadas durante o Estágio Supervisionado na Escola em duas turmas de 3º ano do ensino fundamental I, na cidade de Picos - PI. Observou-se que o mau emprego da literatura infantil nas práticas de leitura, dificulta o despertamento das crianças pela leitura, uma vez que ela é uma ferramenta importante para que a criança adquira o gosto pela leitura, e que, ainda, pode ser uma importante auxiliar no processo de aquisição da leitura.
Palavras-chave: Literatura infantil, prática pedagógica, séries iniciais, leitura.
INTRODUÇÃO
Muitos professores concebe o livro didático como instrumento básico, como um complemento primeiro às funções pedagógicas por eles exercidas. Talvez pela praticidade de trabalhar com os textos do livro didático, pois o mesmo já traz com atividades prontas, o que facilita o trabalho do professor, uma vez que não terá que planejar as atividades. Porém, essa prática dificulta o interesse da criança pela leitura afastando-a ainda mais da a aquisição da mesma, pois ela vê a atividade como algo cansativo e como certa imposição por parte do professor, e que não trará significado, pois a criança não a faz por prazer, apenas para cumprir as atividades propostas.
Esta talvez seja a principal razão de hoje convivemos com uma realidade escolar onde grande parte dos alunos alcança a 1ª etapa do Ensino Fundamental sem desenvolver a capacidade de ler e, os que a desenvolvem, não apresentam nenhum interesse a fazer uso dessa leitura em seu cotidiano.
Observando o modo como às crianças tratam a questão da leitura nos estágios anteriores e até mesmo as crianças de nosso convívio pessoal, surgiu o interesse em analisar as práticas ocorridas na escola em relação à leitura. Percebemos que esta relação era de certa forma, tratada como algo ruim, certo tipo de obrigação, que só se dava ao responder atividades, nunca a encaram como algo que lhes fosse divertido ou que fizessem de espontânea vontade.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desta pesquisa foram observadas duas turmas de 3º ano do ensino fundamental durante o Estágio Supervisionado na Escola IV do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), na cidade de Picos-PI, onde foram analisadas as práticas de leituras realizadas em sala de aula e como o professor trabalha com a literatura infantil. Alguns dos aspectos considerados na análise foram: metodologias e/ou técnicas utilizadas pelos professores para trabalhar a leitura. A análise dos dados se deu mediante uma abordagem qualitativa, por constituir-se de uma investigação descritiva isto é, onde a escrita ocupa importância central, seja no registro dos acontecimentos ou no levantamento e posterior exposição de resultados. A pesquisa qualitativa segundo Bogdan; Biklen (1994 apud AGNOLETTO; FERRAZ; REIS. 2009, p. 5),
[...] preocupa-se principalmente com os processos e não tanto com os resultados, estuda a forma como as expectativas se refletem nas atividades, os investigadores qualitativos, portanto tendem sempre a analisar os fatos mais indutivamente construindo raciocínios na medida em que os dados vão surgindo no decorrer da pesquisa.
Para a discursão dos dados, baseamo-nos em autores como BARONE (s/d), CUNHA (1997), MAIA, A. et al (2011), PEREIRA (2007), que compreendem a literatura infantil como uma importante aliada no processo de aquisição da leitura e no desenvolvimento do gosto pela leitura por parte das crianças, pois o professor pode não apenas utilizá-la como meio para alfabetizar, mas também, para desenvolver na criança o prazer de ler, culminando na formação de futuros leitores. A seguir, trazemos as discussões sobre a fundamentação teórica utilizada para a condução do estudo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Muitas crianças, hoje em dia, sentem dificuldade em aprender a ler e escrever. Enfrentam essa questão como um “bicho de sete cabeças”. As que já passaram por essa fase de “tortura”, e que conseguiram o trunfo de conseguir ler, ao se depararem com uma situação em que elas tenham que ler, seja um texto para responder suas atividades, ou até mesmo ler uma questão de uma atividade, elas sentem certo tipo de repulsa ao lidar com essa situação. Isso acontece muitas vezes porque a leitura não é trabalhada com elas como algo que deve ser divertido, fazendo com que a criança sinta prazer em ler e não a fazer por mera obrigação. Daí a necessidade de compreender como estas crianças estão vivendo a leitura, ou seja, como os professores a apresenta a elas.
O ato de ler é o ato de sentir-se bem, e é nesse sentir-se bem que entra a Literatura Infantil, uma vez que esta tem perdido o seu caráter formador (tanto na família, como na escola) e vem cada vez mais sendo substituída por jogos da internet e outros oferecidos pelas novas ferramentas tecnológicas, que tem extinguido a leitura, a contação de história e outros momentos que se constituem em fortes ferramentas pedagógicas que podem ser de importante contribuição no processo de desenvolvimento da leitura.
Percebe-se que poucas crianças têm o hábito de ler. A maioria só tem o primeiro contato com a leitura apenas quando chega à escola. E a partir daí, vira uma obrigação, o que faz da leitura (do ponto de vista da criança) uma tortura. Promover a aproximação entre a criança e o texto é um processo delicado que requer muita desenvoltura por parte dos professores.
Talvez, essa relação controversa entre a criança e a leitura explique o elevado número de crianças não alfabetizadas e as que chegam a se alfabetizar, não fazem uso da leitura no seu cotidiano. E ainda, o modo como os professores trabalham a questão da leitura na sala de aula, não possibilita a criança mudar a sua concepção sobre ela. É neste contexto que o papel da literatura infantil é imprescindível, pois através do contato da criança com historinhas que chamam a sua atenção, ela se aproxima do universo da leitura de forma agradável e não por imposição do professor que a faz parecer uma vilã. Segundo Pereira,
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