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A LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR 

Por:   •  29/10/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.089 Palavras (9 Páginas)  •  413 Visualizações

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A LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR 

 

 

Resumo 

 

Palavras-chave: Literatura. Desenvolvimento. Aprendizagem. 

 

Introdução 

A arte literária vai além da informação. Possui, também, valor formativo e perene. A literatura é capaz de (re)criar as emoções e o prazer. Ela proporciona oportunidades únicas de encontro do individuo consigo mesmo e com os outros, trabalhando com o imaginário, ser lida, fluída com gosto, mesmo que solitariamente. 

A literatura na escola atua como uma manifestação de sentimentos e palavras, que conduz o educando ao desenvolvimento do seu intelecto, da sua personalidade, satisfazendo suas necessidades e aumentando sua capacidade crítica. Esta literatura tem o poder de estimular e suscitar o imaginário, de responder as dúvidas do indivíduo em relação à sua visão de mundo, de encontrar novas ideias para solucionar questões e instigar a curiosidade do leitor. Nesse processo, ouvir e ler histórias têm uma importância que vai além do prazer. É através de um conto, de uma novela, de um romance ou um poema que o aluno pode conhecer novas realidades para que efetivamente interfiram positivamente na construção da linguagem, da oralidade, ideias, valores e sentimentos, os quais ajudarão na sua formação pessoal e, futuramente, profissional. 

Esta pesquisa teve como objetivo discutir as contribuições da literatura para o desenvolvimento e aprendizagem através do seguinte problema: quais as contribuições da literatura na sala de aula? 

A metodologia desta pesquisa foi, como salienta Gil (2007), de maneira qualitativa, quanto ao seu objetivo, a pesquisa foi exploratória. Usou-se como procedimento a pesquisa bibliográfica. 

Fundamentação teórica 

 

A arte tem suas origens na magia e auxílio mágico de um mundo real inexplorado. A arte realiza a sua grande meta que é a de embalar ou despertar, jogar com sombras ou trazer luzes, tendo sempre sua essência concernente ao homem total para capacitá-lo a incorporar a si aquilo que ele não é, mas tem possibilidade de ser. Através da arte o homem superou os limites da animalidade transformando o natural em artificial, se tornou um mágico, o (re)criador da realidade. O mágico maior, Prometeu trazendo o fogo do céu para a terra; Orfeu enfeitiçando a natureza com a sua música. A arte, portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres e os sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando em uma atitude de gratuidade. (CANDIDO, 1995). 

Na Antiguidade Clássica não havia termo genérico que designasse os gêneros literários. Cada um era chamado pelo seu nome. Litteratura para os latinos confundia-se com Gramatiké dos gregos. Para Coelho (1976, p.20), os dois termos significavam “caligrafia de cada um; alfabeto; gramática; filologia; erudição; ciência”.  

Na Era Clássica, a literatura virou sinônimo de expressão da beleza e da verdade que existe na essência dos seres, das coisas e dos fatos; expressão que surge da apreensão racional da realidade. Na Era Romântica, a razão deu lugar à emoção. A literatura deixou de ser vista como imitação do real e passou a ser vista como expressão do enigma e do mistério da existência. Nas obras literárias os povos têm depositado os seus pensamentos mais íntimos e as mais fecundas intuições. (HEGEL, 2010). 

No século XIX, ainda, segundo Candido (1995), a literatura retomou princípios da literatura na Era Clássica, revelando duas tendências: o esteticismo (arte pela arte; eternização do belo apreendido em um momento fugaz quando, pela Arte, somos capazes de penetrar no oculto e traduzir o inefável da alma humana) e o compromisso social (retratado, por exemplo, em “O cortiço”, “Casa de pensão” e “O mulato”, de Aluízio Azevedo, e ainda “A carne”, de Júlio Ribeiro) apontando não só beleza, mas chagas sociais. 

Na Contemporaneidade, muitas vezes a literatura se utiliza da ficção baseada em fatos reais. 

Literatura é Arte, é um ato criador que, por meio da palavra, cria um universo autônomo, onde os seres, as coisas, os fatos, o tempo e o espaço assemelham-se aos que podemos reconhecer no mundo real que nos cerca, mas que ali – transformados em linguagem – assumem uma dimensão diferente: pertencem ao universo da ficção. (COELHO, 1976, p.23). 

 

Coelho (1976), ainda enfatiza que a literatura é um sistema de signos. Como todo ser vivo é organizado e células, vísceras e funções, também ela possui um corpo que é a matéria verbal: os signos que se organizam em frases, discursos ritmos, melodias, estrofes, capítulos, períodos e etc. Um texto literário, entretanto, muitas vezes articula signos não-verbais e signos verbais. Podemos tomar como exemplo os poemas concretos de Décio Pignatari. 

Para D’Onofrio (1990), a literatura deve ser encarada como uma forma de conhecimento da realidade que se utiliza da ficção e tem como expressão a linguagem artisticamente elaborada. Já para Compagnon (2009), o termo literatura tem uma extensão um pouco vasta segundo os autores, dos clássicos escolares às histórias em quadrinhos, e é difícil explicar sua ampliação contemporânea. O critério de valor que inclui tal texto, não é, em si mesmo, literário nem teórico, mas ético, social e ideológico, de qualquer forma extraliterário. 

Em sala de aula, a literatura assimila o valor extraliterário quando interfere no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. De acordo com Barata (2009), na sua perspectiva, não apenas elementos intrínsecos ao texto o tornam literário, mas também o espaço que lhe é dado pela crítica e a valorização dada pelas instâncias de legitimação (universidades, escolas, suplementos culturais de jornais, intelectuais) baseada em posicionamentos político-ideológicos e sociais.  

É possível afirmar que o extraliterário faz parte da literatura, como salienta Compagnon (2009, p. 45): “literatura é literatura, aquilo que as autoridades (os professores, os editores) incluem na literatura. Seus limites, às vezes se alteram, lentamente, mas é impossível passar de sua extensão à compreensão, do cânone à essência”. Assim, tudo

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