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A LUDICIDADE COMO AUXILIADORA NA PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DA VELHICE

Por:   •  4/6/2016  •  Artigo  •  3.392 Palavras (14 Páginas)  •  307 Visualizações

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A LUDICIDADE COMO AUXILIADORA NA PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DA VELHICE

Marcieli Ferrari dos Santos¹

Andreia Morés²

Resumo

O presente artigo está vinculado à disciplina de Estágio IV de Licenciatura em Pedagogia na instituição de ensino Universidade de Caxias do Sul. A escrita tem como principal objetivo demonstrar se a proposta do projeto, que era propor ações pedagógicas para as atividades cotidianas, na Casa Geriátrica Vivere Bene, para incentivar os participantes no processo educativo em prol do aumento da autoestima, da aceitação, da esperança, da inclusão, foi alcançado. Para o desenvolvimento das ações pedagógicas utilizou-se da metodologia dialógica segundo o autor Paulo Freire que nos apresenta que os participantes aprendem e crescem na diferença, possibilitou diversas interações entre os utentes.  Analisando os resultados, pode-se perceber que a ludicidade composta nas atividades oferecidas aos idosos, ajudou no desenvolvimento do seu papel social, enquanto cidadão de um espaço propício para o desenvolvimento de doenças cerebrais e neuronais, pelo pouco uso desses sistemas.

Palavras-chaves: Ludicidade, Pedagogia, Velhice, Doenças.

Contextualizando a situação

        O presente artigo tem como objetivo tratar da importância da ludicidade e do lazer para usuários de uma casa de repouso na prevenção e melhora de atividades dessa faixa etária, trazendo resultados que comprovem sua necessidade, conforme legislação.

A proposta do Estágio realizado era realizar a prática em ambientes escolares e não escolares com o intuito de desenvolver atividades para aprimoramento das práticas e teorias feitas em aula. Para isso, optou-se pela Pedagogia Social, como área de atuação uma casa geriátrica, onde feito uma análise da realidade, percebeu-se que estavam em déficit de atividades onde os idosos pudessem interagir na prática social, prevenindo que as atividades cerebrais ficassem estáticas.

O objetivo inicial era que as atividades auxiliassem no aumento da autoestima, da aceitação, da esperança e da inclusão, como forma de maior interação entre os usuários, mas ao passar da aplicação dos planos de ação, percebeu-se que as atividades ajudavam os utentes no desenvolvimento das AVD’s (Atividades da Vida Diária) e propuseram que os objetivos fossem alcançados e as dores amenizadas.

A metodologia utilizada foi por meio do diálogo com os utentes, conscientizando-os para que estivessem abertos às propostas oferecidas e aceitando suas sugestões, assim como por parte da coordenação, adotando seu sistema de organização e respeitando a sua disponibilidade de atuação. Para isso, foram feitas conversas livres para entender as necessidades da casa, com a diretoria e também com os usuários, que apresentaram necessidades bem consistentes e parecidas, acrescentando a movimentação como melhora para as atividades cotidianas. A metodologia da dialogicidade, como nos apresenta Freire, torna o caminho da atuação muito mais autônomo e com responsabilidade perante as pessoas “atingidas”, cercando o caminho a ser traçado com entusiasmo e significativo aos que usufruem do conceito.

Para isso, a escrita desse artigo busca saber qual a relação das atividades lúdicas feitas para idosos com a prevenção das doenças mais comuns nessa faixa etária, e uma delas mais presente, o Alzheimer. Num primeiro momento, pode-se entender o campo da ludicidade dentro da pedagogia, após a contextualização dessas doenças e por fim a relação desses itens durante a atuação no estágio, com os resultados obtidos.

  1. A ludicidade preventiva

Iniciamos a contextualização, trazendo a obrigatoriedade das casas geriátricas oferecerem aos utentes atividades que melhorem seu desenvolvimento nas atividades cotidianas, através da interação com os demais participantes, assim como em atividades que propiciem prazer. Segundo o Estatuto do Idoso, no seu artigo 3°:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Num ambiente de cuidados aos idosos, eles não têm mais a sua própria autonomia e como opção da família eles estão nesse ambiente para que seus direitos continuem sendo priorizados. Em outro artigo, o Estatuto trás que “O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. (Art. 20)”, itens que são de fácil acesso dentro de uma casa de repouso para que a cultura do idoso continue sendo preservada e mantida para ser passada para futuras gerações, conforme o inciso 2º do artigo anterior que apresenta que “Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e das identidades culturais”, entra um item que foi bastante discutido durante a atuação do estágio, tanto por parte da estagiária quanto dos utentes, como nos trazem as falas deles como: “sem a memória não somos nada” (U1), “tem relação com a saudade” (U2), “são lembranças” (U3), falas apresentadas após a contação de uma história que resgatava a memória de uma senhora de um asilo. Em diversos momentos os idosos justificavam sua não participação por não se lembrar de como fazer ou não ter mais a capacidade de desenvolver relativa atividade e o papel da estagiária era incentivar que participassem para interagir com os demais participantes e ativar suas atividades neuronais para melhora do raciocínio lógico e motor.

Antes mesmo do inicio da prática, a assistente social que apresentou a estrutura da casa, já fazia explicações sobre a relação das doenças com a dificuldade de fazer com que os utentes fossem mais autônomos e participantes da sua realidade, dizendo que “por vezes eles trabalham com o conceito de chantagens, por exemplo, só vou comer se você me levar na cadeira” (AS), dificultando o trabalho dos cuidadores e diminuindo a perspectiva de autonomia e reciprocidade, fazendo com que serviços de terceiros precisem ser feitos, como o da fisioterapia, que precisa desenvolver atividades como forma de desenvolver as articulações, pois os idosos ficam muito parados. Isso se dá por parte, tanto dos utentes como da casa, que não propiciam atividades diversificadas para seus usuários.

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