A Licenciada em Pedagogia no Centro Universitário Internacional Uninter
Por: Erika.deletras • 2/5/2023 • Monografia • 5.465 Palavras (22 Páginas) • 200 Visualizações
A ATUAÇÃO DO DOCENTE NA ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS SURDOS EM ESCOLA REGULAR: UM TRABALHO EM CONJUNTO ENTRE PROFESSOR E MEDIADORES
FERREIRA ALMEIDA, Erika. Licencianda em Pedagogia no Centro Universitário Internacional Uninter
DOS REIS, Mariana Silva. Professora orientadora convidada.
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo pesquisar e analisar o papel e a atuação do docente no desenvolvimento do aluno em uma sala de aula regular e de que maneira essa prática pode influenciar na aprendizagem do surdo na sua alfabetização em Língua Portuguesa. Através da pesquisa bibliográfica o tema foi explorado, aprofundando-se em materiais de renomados estudiosos do sistema educacional como Freire (1987) e Lacerda (2009), apresentando por meio desses conteúdos às dificuldades que existem nesse processo, as barreiras que o aluno enfrenta e de que maneira isso pode ser solucionado. Assim, discorrer sobre qual deve ser o papel do professor, qual o suporte que ele recebe e como a gestão escolar e educacional está envolvida. Refletindo sobre as limitações, de ambas as partes, que ainda existem e a conscientização que precisa ser criada por parte da instituição e sua equipe pedagógica num todo e não apenas pelo docente que será o mais citado aqui.
Palavras-chaves: Língua Portuguesa. Surdo. Professor. Alfabetização
1 INTRODUÇÃO
Por quase cem anos os surdos foram obrigados a se comunicar exclusivamente por meio da Língua Portuguesa na modalidade oral e da audição ou da leitura orofacial. Os sinais eram proibidos porque se acreditava que o seu uso pudesse prejudicar o desenvolvimento da fala.
A grande dificuldade para compreender a fala por meio da percepção e da discriminação visual do movimento dos lábios e da face, somada ao pouco conhecimento da língua, resultou em níveis baixos de compreensão e de expressão oral (MARCHESI, 1991)
É inegável que ainda hoje o resultado do desempenho escolar dos surdos seja bastante negativos; essas dificuldades são resultantes de uma educação que muitas vezes não atendeu as suas necessidades linguísticas. Dentro de toda essa complexidade nos deparamos com as barreiras encontradas numa sala de aula ao qual o prejudica, sendo ela muitas das vezes o desconhecimento das particularidades do aluno por profissionais envolvidos e pelo despreparo do docente ao se deparar com tal realidade.
Os papéis dos profissionais que estão diretamente ligados ao aluno surdo ainda são confusos; o processo de adaptação, a insegurança e até mesmo o medo, muitas vezes dominam esse profissional por não saber se o que ele está fazendo é o correto. Muitos desses problemas encontrados nessa relação de profissional X aluno é causada também por um histórico diretamente ligado a formação de professores e as condições em que os alunos chegam numa sala de aula. (OSMAR, 2013, p.22)
Os professores se veem num dilema, pois de um lado há exigência do curso em que atuam, em todas as regras que devem ser cumpridas pelo aluno; do outro, a particularidade linguística do surdo que deve ser respeitada. Muitos não se enxergam como docentes desses alunos, delegando assim a responsabilidade para o intérprete e, automaticamente os surdos se veem na dependência deles. A presença de um intérprete de língua de sinais em sala de aula pode minimizar alguns aspectos deste problema, em geral, favorecendo uma melhor aprendizagem de conteúdos acadêmicos pelo aluno, que teria ao menos acesso (se conhecesse a língua de sinais, ou pudesse adquiri-la) aos conteúdos trabalhados. Todavia, este aluno continua inserido em um ambiente pensado e organizado para alunos ouvintes, com um professor ouvinte e, por muitas vezes, despreparado para recebe-lo. Para que este ambiente se torne minimamente adequado às necessidades de alunos surdos, são necessárias mudanças e adaptações, dentre elas, um melhor preparo dos docentes.
Segundo Beyer (2005), dependerá de um esforço coletivo que envolva os, professores, intérpretes/mediadores e os demais profissonais.
Com isso, esse trabalho demonstra que é primordial a formação do docente voltada para atender todos, ou seja, para aqueles que possuem alguma necessidade especial ou não. (MENDES, 2015).
Os objetivos a serem alcançados com essa pesquisa foram: apresentar aspectos teóricos, embasados também em histórias sobre as barreiras e dificuldades que o aluno enfrenta e enfretou no seu passado, compreendendo como acontece o processo de aprendizagem do mesmo; desenvolver um relato sobre o papel que o professor executa; desse modo, apresentar possíveis contribuições que poderiam auxiliar para uma melhor aprendizagem do aluno e também estratégias para o ensino da Língua Portuguesa e/ou alfabetização.
Este trabalho está estruturado da seguinte forma: Introdução (capítulo 1), fazendo uma breve explanação do tema, objetivos e justificativa; Fundamentação Teórica (capítulo 2), dissertando sobre os papéis do professor, aprofundando-se um pouco na história da educação dos surdos e desenvolvendo os objetivos propostos; Metodologia (capítulo 3), disposta em etapas a realização deste artigo; Considerações Finais (capítulo 4); Referencias Bibliográficas (capítulo 5).
2.0 ATUAÇÃO DOCENTE NA ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS SURDOS EM ESCOLA REGULAR: UM TRABALHO EM CONJUNTO ENTRE PROFESSOR E MEDIADORES
2.1 EDUCAÇÃO DOS SURDOS E A LIBRAS
A educação dos surdos sempre foi um assunto preocupante, carregado de complexidades, principalmente pelas dificuldades e limitações que sempre lhe impuseram. Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos não fossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos encontrados referem-se prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou inexplicáveis (Moraes, 1978)
Foi no início do século XVI, por meio de procedimentos pedagógicos, que começaram a admitir que o surdo pudesse aprender. O objetivo da educação dos surdos era que estes pudessem desenvolver seu pensamento, adquirir conhecimentos e se comunicar com o mundo ouvinte. Para tal, procurava-se ensiná-los a falar e a compreender a língua falada, mas a fala era considerada uma estratégia, em meio a outras, de se alcançar tais objetivos. Na época, era normal manter em segredo como era conduzida a educação dos surdos. Muitos trabalhos e métodos se perderam, não era comum a troca de conhecimento e experiências naquela época. (Sánchez, 1990)
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