A Mídia e Educação
Por: Mari Dumont • 18/12/2018 • Resenha • 949 Palavras (4 Páginas) • 151 Visualizações
Ela tem 5 anos, seu nome é Sophia. Ela é filha da minha amiga e eu a conheço desde que estava na barriga da sua mamãe. De gênio forte, cheia de atitude, nunca se cala! Nunca! Mas nunca mesmo, ela fala sem parar e é uma criança extremamente curiosa. Quando saímos juntas, quase sempre perguntam a ela quem eu sou, ela diz que eu sou a melhor amiga “criança” dela e por mais que eu diga a ela que já sou uma adulta, ela me considera uma criança!
Esporadicamente passa alguns dias na minha casa, no começo eu a deixava mais livre para fazer o que quisesse, brincar com o que tinha vontade de brincar. E a primeira coisa que ela me pedia, era o meu Ipad (não tem jogo algum), decorava a minha senha e entrava sem sequer precisar da minha ajuda. Ainda não sabe ler, mas sabe acessar um aparelho tecnológico como ninguém! Acessava nele a plataforma de vídeos Netflix e Youtube, escolhendo literalmente a dedo os vídeos que queria assistir.
Sophia tem um celular, que foi dado por sua mãe. Uma vez pedi para vê-lo e me deparei com dezenas de jogos e eu nunca joguei nenhum e nem os conhecia. Costumamos nos comunicar por Whatsapp, não de maneira escrita, - como fazemos com a maioria das pessoas - nossa conversa é feita através de áudios e mais áudios, e nada pequenos! Ela adora me mandar emojis e pede que eu mande pra ela também.
Das últimas vezes que Sophia frequentou minha casa, resolvi “frear” um pouco o uso dos aparelhos eletrônicos e televisão, lembrei da época em que eu era criança e não tinha acesso precoce a essas ferramentas, pois elas ainda não existiam no meu cotidiano e nem faziam parte dele. Então eu quis fazer um pouco diferente, resgatei em minha memória as brincadeiras que eu fazia com minha mãe e meus colegas de prédio. Propus a Sophia atividades em que ela podia usar sua imaginação e criamos juntas uma história em quadrinhos, lemos historinhas (inclusive chorei lendo uma e tive que parar um pouco para respirar e ela pediu que eu continuasse, não tinha conhecimento da história e realmente me emocionei), pintamos, desenhamos, etc. Depois de cansar dessas últimas brincadeiras, usamos a minha cama como nave espacial e criamos personagens pra nós mesmas, tendo inclusive a participação da minha mãe quando fomos pra sala invadir um planeta.
É maravilhoso poder partilhar momentos como esse e fazer esse resgate da minha infância e atribuir também à infância dela. Mas isso aconteceu no âmbito da minha casa, na casa de Sophia ela tem outro tipo de tratamento e que eu jamais interferiria em sua educação.
Como é relatado no texto “O olho da câmera”, acredito de fato que a experiência tecnológica, ao ser sabiamente utilizada, ela ajuda na produção de conhecimento. Os aparelhos para as crianças são vistos como máquinas de jogar, e o seu uso é feito de modo mais descontraído. O conteúdo do celular da Sophia é completamente diferente do meu, ela possui uma imensidão de jogos e eu não tenho nem um jogo sequer, o uso do meu celular é meramente para comunicação e trabalho.
O texto também propõe que aprendamos a usar a tecnologia de modo que venhamos a construir estratégias de interação com o mundo físico e social, o que no meu modo de ver, é um baita desafio. Não restringi por completo o uso dos aparelhos dentro da minha casa quando Sophia está por lá, também assistimos filmes e desenhos juntas e sempre comentamos
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