A Morte e o Professor
Por: Agnes Leumann • 12/12/2018 • Ensaio • 294 Palavras (2 Páginas) • 111 Visualizações
A MORTE E O PROFESSOR
Em algum tempo atrás ou nesse exato momento, no paraíso abençoado pelos Deuses, onde tudo reflete beleza e magia que é sinônimo de alegria. Os pássaros cantam anunciando uma nova sossegada manhã, um sábio professor, mais um apaixonado pela cultura popular baiana, sentado em sua velha poltrona, escreve mais uma página do seu livro, o dicionário baianês.
O professor, muito dedicado, não havia conseguido tempo para casar-se e nem tampouco constituir família. O seu tempo foi todo prestado para os livros, para suas pesquisas e anotações. Tanto que nem reparou que seu cabelo já estava totalmente decorado com fios de prata, e em seu rosto já havia uma coleção de rugas. Quando de repente, sente o cheiro do acarajé da baiana da esquina e vira-se para a janela, e nesse momento pegou-se ofegantemente com o Senhor do Bonfim. No canto escuro da parede via somente o reflexo do brilho da gadanha, aproximando-se vagarosamente repara que apenas há o esqueleto da mão esquerda a segurando, abaixa os olhos e vê somente uma veste preta, é a Morte, então soltou:
—Diacho… O que você está fazendo aqui? O que quer de mim?
—Sua hora chegou, vim te buscar! Vamos!!? A morte responde curta e grossa.
Nesse segundo passa um filme na cabeça do professor, como assim já está na hora de partir, nem um familiar, nem um amigo, ninguém para chorar em seu enterro, nenhum legado. Então rapidamente ele suplica:
— Ave-Maria!! "Aonde?!" E deixe de ser avexado!
A Morte parece não entender bem e retruca:
— Sem ladainha, vamos!
— Mas então você terá que aprender o baianes, se não eu não vou.
* Aonde= De jeito nenhum
*Avexado= apressado
*Diacho=diabo
...