A POSTURA DO PROFESSOR, UM CONSTANTE APRENDIZADO
Por: Rose Santos • 28/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.304 Palavras (6 Páginas) • 258 Visualizações
POSTURA DO PROFESSOR, UM CONSTANTE APRENDIZADO
Terapia Cognitivo Comportamental, Didática do Ensino Superior
Florianópolis
2017
POSTURA DO PROFESSOR, UM CONSTANTE APRENDIZADO
O texto a seguir é uma reflexão a partir da palestra do professor Mário Sérgio Cortella, que enfatiza o quanto é importante o educador estar atento a sua forma de atuar, aberto as mudanças e em constante atualização. Ele chama a atenção para o anacronismo que tem sido vivenciado dentro das universidades na atualidade, ou seja, vem sendo utilizado conceitos e ideias de uma época para analisar os fatos de outro tempo.
E em função disso, cita que uma característica do professor bem sucedido é estar insatisfeito com a sua metodologia, com suas práticas pedagógicas, pois a insatisfação faz com que outros meios sejam pensados para transmitir melhor seu conhecimento. Sendo assim, lembra o risco de se estar excessivamente satisfeito em relação a forma de atuar, citando Guimarães Rosa que diz: "o animal satisfeito dorme", lembrando que a satisfação leva a uma condição de tranquilidade que pode se tornar perigosa, pois paralisa, induz a permanecer em uma zona de conforto.
Dessa forma, Cortella elenca, como sendo a primeira virtude de um professor, a "insatisfação positiva", que não se satisfaça em ter apenas o conhecimento que já possui, ensinar e formar da forma que já executa. Pois se não buscar o novo, não aprimorar suas práticas, esse educador apresentará comportamento de um velho, não de um idoso, mas sim de um velho. O autor diferencia muito bem, o idoso do velho ao conceituar como idosa uma pessoa de idade avançada, enquanto velho é aquele que acredita que já sabe, é aquele que se sente pronto, que o que faz é perfeito.
Como lembra Cortella, "perfeito" vem do latim, que quer dizer "feito por completo”, “feito por inteiro", "concluído" por isso, é necessário ter cuidado, porque uma universidade envelhece quando seus profissionais acreditam que a forma como atuam é perfeita e sendo assim basta replicar. Sendo “perfeitos” ficam estagnados em suas práticas. Como Albert Einstein dizia: “Tolice é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
É evidente, que a segunda virtude que não é teologal ela é pedagógica. A segunda grande virtude pedagógica citada pelo autor é a humildade. Nesse sentido, Cortella ressalta a importância do legado deixado por Paulo Freire, que, ainda que exilado, nunca deixou de estudar. Enfatiza que o mais belo ensinamento deixado por esse autor foi a humildade na pedagogia, sua compreensão a respeito da construção do conhecimento, que se se dá na troca com o outro, buscando constantemente a melhoria na prática educacional e na formação continuada. No entanto, ele diferencia humildade de subserviência, sendo subserviente aquele que se curva com facilidade, enquanto que uma pessoa humilde, em suas palavras:
é aquela que sabe que, não sabe tudo. É aquela pessoa que sabe que, não é a única que sabe. É aquela pessoa que sabe que, a outra pessoa sabe o que ela não sabe. É aquela pessoa que sabe que, ele e a outra pessoa saberão muita coisa junta, é aquela pessoa que sabe que, ele e a outra pessoa, nunca saberão tudo que pode ser sabido.
A obra de Paulo freire traz inúmeras contribuições, já que ele desenvolveu propostas para uma prática comprometida com a transformação social contrapondo-se ao modelo de “educação bancária” e propondo sua superação por meio de uma educação libertadora. Nesse sentido Paulo Freire infere que:
O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca.
Nesta concepção de educação, denominada educação bancária por Freire (2005), os estudantes atuam como meros espectadores, que têm como função apenas receber as informações fornecidas pelo professor, através de suas narrativas. Já o professor que se coloca também no papel de aprendiz, esse é o ensinamento posto na pedagogia de Freire, de um ser em construção, na consciência que aprendizagem se constrói com o outro.
a educação libertadora, problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir “conhecimentos” e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação “bancária”, mas um ato cognoscente. (2005, p. 78).
Nesta perspectiva educacional o professor precisa ser curioso e humilde para aceitar que a educação não é para domesticar, alienar e criar corpos dóceis, mas sim, para libertar, para incitar a curiosidade, o gosto pelo aprender a aprender.
Na atualidade vem ocorrendo um período de reformas na Educação e não poderia ser diferente, já que a sociedade como um todo tem passado por inúmeras mudanças, em função da rapidez com que as informações vêm sendo processadas, com a chegada das inovações tecnológicas, que se transformam a cada instante. O perfil do aluno é certo que se modificou
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