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A PRÁTICA DOCENTE E CRIATIVIDADE

Por:   •  29/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.371 Palavras (10 Páginas)  •  261 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ALZIRA DE JESUS BARROSO MARTINS

CRIATIVIDADE E PRÁTICA DOCENTE

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Sete Lagoas

2015

ALZIRA DE JESUS BARROSO MARTINS

CRIATIVIDADE E PRÁTICA DOCENTE

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia  da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Ensino de História e Geografia, Ensino de Matemática, Ensino de Ciências Naturais e Saúde Infantil, Estágio Curricular Obrigatório III: Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Seminário VII.

Professores: Cyntia França, Lilian Gavioli de Jesus, Keila Tatiana Boni, Andreia de Freitas Zômpero, Vilze Vidotte Costa, Rosely Montagnini.

Sete Lagoas

2015

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre o que é criatividade, suas implicações e importância para a prática docente.

Foram utilizados, como base, dois textos: “Criatividade e Processos de Criação”, de Fayga Ostrower (1977) e “O Professor e a formação docente: a criatividade e as crenças educativas, onde estão?”, de Isauro Beltran Nuñez e Alexandre Araujo Santos (2012).

A criatividade faz parte da natureza humana, nascemos com a capacidade de criar, e esta pode ser estimulada e se desenvolve nas pessoas em maior ou menor grau, dependendo do ambiente em que o indivíduo se encontra inserido, pois este interfere nos níveis em que o processo criativo se apresenta em cada um de nós. Pode-se afirmar que a criatividade é um potencial presente em todos os indivíduos desde o nascimento, todos nascem com algum grau de capacidade para criar e à medida que vai crescendo, ela pode ser inibida, destruída ou incentivada, dependendo de onde o indivíduo recebe essas motivações, uma vez que ela é promovida a partir de motivações intrínsecas do indivíduo (estímulos internos do próprio indivíduo), de sua paixão, de sua curiosidade perante algo que lhe chame a atenção para executar, e ao mesmo tempo, ocorre que a motivação extrínseca (estímulos do ambiente externo), aquela que parte dos aspectos ambientais e sociais, acaba gerando um grande impacto sobre a motivação intrínseca, inibindo muitas vezes, a sua capacidade de dar asas à imaginação, de correr riscos e errar, e conseqüentemente, ter medo dos resultados (DUARTE, 2011).

Criatividade é a mobilização das capacidades, motivação, cargas afetivas, necessidades, interesses, aptidões, que possibilitam a criança a criar, conceber, imaginar, construir, por meio da ação física ou mental, fazendo surgir algo que ela sinta como nova invenção (DICIONÁRIO PRÁTICO DE PEDAGOGIA, 2003, p. 75).

Segundo Sakamoto (2000, p. 52), "criatividade é a expressão de um potencial humano de realização, que se manifesta através das atividades humanas e gera produtos na ocorrência de seu processo".

2 DESENVOLVIMENTO

O tema dos dois textos é criatividade. O texto de Ostrower, livro produzido pela Editora Vozes, foi publicado em 1977. É destinado a educadores e pessoas que se interessam pelo assunto criatividade. Tem o objetivo de “se transformar numa denúncia extraordinariamente lúcida de tudo o no mundo de hoje contribui, não para construir o homem  partir do que ele traz gravado em si de mais irreversível e essencial – a sua, repita-se, liberdade –, mas para, ao contrário, aliená-lo dela” (...).

Já o texto de Nuñez e Santos, é um artigo teórico, e foi publicado em 2012. É destinado ao público que se interessa pelo assunto e tem como objetivo refletir sobre a criatividade e as crenças como elementos da formação docente e da atuação profissional do professor.

Para Ostrower (1977), a criatividade é um potencial inerente ao homem, as artes são vistas como área privilegiada do fazer humano e o criar só pode ser visto num sentido global. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social e nele confrotam-se dois pólos de uma mesma relação: a sua criatividade e sua cultura. Assim, os processos criativos se interligam no nível individual e cultural. Criar é, basicamente, formar. O homem é um ser informador, capaz de estabelecer relacionamentos com múltiplos eventos, relacionando-os e dando-lhes significado. Ao relacionar fenômenos, o homem os interliga e os vincula a si mesmo.

Na busca de ordenações e de significados reside a motivação humana de criar. Impelido como ser consciente, a compreender a vida, o homem é impelido a formar. Os processos de criação ocorrem no âmbito da intuição. A consciência vai se formando no exercício de si mesma. Ante a ação de um ser consciente, faz sentido falar de criação. A consciência e sensibilidade das pessoas fazem parte de sua herança biológica, são qualidades inatas; a cultura representa o desenvolvimento social do homem. O comportamento do ser humano se molda pelos padrões culturais, do grupo em que nasce e cresce. A criação se articula principalmente através da sensibilidade. Ela é patrimônio de todos os seres humanos. Representa uma abertura constante ao mundo. A percepção delimita o que o ser humano é capaz de sentir e compreender.

O homem surge na história como um ser cultural. Cultura são as formas materiais e espirituais com que os indivíduos de um grupo convivem, nas quais atuam e se comunicam e cuja experiência coletiva pode ser transmitida através de vias simbólicas para a geração seguinte. Os comportamentos dos homínidas devem ser considerados culturais. Ao se tornar consciente de sua existência individual, o homem conscientiza-se também de sua existência social. A consciência representa sua cultura. Como ser que se percebe e se interroga, o homem é levado a interpretar todos os fenômenos. Na conscientização do indivíduo, a cultura influencia também a visão de vida de cada um. A sensibilidade torna-se faculdade criativa na medida que incorpora um princípio configurador seletivo.

Ao homem torna-se possível interligar o ontem e o amanhã. As intenções se estruturam junto com a memória. São importantes para o criar. O espaço da memória representa uma ampliação do espaço físico natural. A consciência se amplia para inteligência associativa. As associações são a essência do mundo imaginativo do homem e afluem na mente com uma velocidade extraordinária. As associações levam para o mundo da fantasia. Grande parte das associações liga-se à fala, pensa-se falando. Usa-se palavras, elas servem de mediador entre o consciente e o mundo; quando ditas, se tornam presentes para o homem. As palavras representam unidades de significação e podem funcionar como signos e símbolos. As línguas são criação cultural e se constituem em sistemas de comunicação verbal. Se a fala representa um modo de ordenar, o comportamento também é ordenação. O formar, o criar, é sempre um ordenar e comunicar.

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