A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO
Por: KELI CRISTINA MACHADO NUNES • 20/6/2022 • Seminário • 4.572 Palavras (19 Páginas) • 121 Visualizações
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO
NUNESMACHADO, Inêz
MARTELETOMIRANDA, Flávio
Resumo
O objetivo do ensino atualmente tem sido criar estratégias para que o aluno tenha interesse e entusiasmo de aprender. É atribuído à motivação tanto a facilidade quanto a dificuldade para aprender. No que diz respeito à motivação, há três tipos de variáveis: o ambiente, as forças internas do indivíduo (necessidade, desejo, vontade, interesse) e o objeto que atrai o indivíduo. Cria-se, atualmente, um duplo desafio: criar a necessidade e apresentar um objeto adequado para a satisfação. Resolver este problema é, sem dúvida, a tarefa mais difícil que o professor enfrenta. As teorias de Vygotsky e Piaget são hoje referência na questão da aprendizagem. Para Vygotsky , o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para dentro. É no processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o consequente desenvolvimento do indivíduo. A partir das concepções de Vygotsky, a escola torna-se um novo lugar – um espaço que deve privilegiar o contato social entre seus membros e torná-los mediadores da cultura.
Palavras-chave: Educação, Psicologia, Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
Ao transmitir cultura, permitimos que o indivíduo se humanize e se socialize, ou seja, que se aproprie de valores e crenças próprias dessa cultura. Bock, Furtado e Teixeira (2002) afirmam ser a escola uma das instituições sociais mais importantes e presentes na atualidade, mediadora entre indivíduo e sociedade, a qual lhe proporciona o desenvolvimento da autonomia e sentimento de pertencimento a um grupo social.
Segundo Freire (1999), antigamente havia sociedades organizadas, porém, sem escolas. Não havia professores, todos ensinavam e todos aprendiam por meio da própria experiência e da experiência do outro. Aprendia‑se fazendo, e era isso que tornava inseparável o saber, a vida e o trabalho. Foi neste cenário que ocorreu o encontro entre Psicologia e Educação. Freitas afirma que o sentido que se dá a algo depende do contexto do qual ele emerge. Com esta referência, podemos afirmar que o encontro destas duas áreas iria resultar da rejeição de uma Psicologia centrada apenas no indivíduo, desvinculada das condições sociais.
Ao fazer uma epistemologia da Psicologia, Freitas (1999) sugere um novo caminho em busca do sujeito, a partir da compreensão da cultura, do outro e da linguagem. Utilizando conceitos de Bakthin e Vygotsky, a autora sugere um olhar para o sujeito em uma perspectiva que fundamenta a construção do homem na interação – ali onde a ação do sujeito sobre o objeto é mediada pelo outro por meio da linguagem, resultando, assim, na concepção de um sujeito interativo. Foi inserida, progressivamente, nas escolas, a figura do especialista em educação, o qual deveria estudar todas as fases do processo educacional, as necessidades da sociedade e da indústria, o estado do aluno nas distintas fases, a eficácia dos distintos métodos, a relação entre custos e eficiência etc. e fornecer, com base nisso, os dados e as conclusões pertinentes às instituições escolares e ao público. Procurou-se, assim, desenvolver propostas metodológicas para conhecer a estrutura e o funcionamento dos processos mentais e o comportamento dos seres humanos.
Havia também a necessidade de conhecimentos psicológicos que permitissem ao especialista em educação controlar o processo educativo com vista a gastar apenas o tanto necessário para promover o desenvolvimento satisfatório do maior número de ingressantes no sistema de ensino. Destacam-se, entre os conhecimentos e práticas da Psicologia requeridos pela educação, aqueles que envolviam testes de inteligência. Alfred Binet (8 de julho de 1857, Nice - 28 de outubro de 1911, Paris), pedagogo e psicólogo francês, juntamente com seu colega Théodore Simon (Dijon, 10 de Julho de 1872 - 1961), psicólogo e psicometrista francês, foram responsáveis pelo desenvolvimento dos primeiros testes de inteligência na Europa. Foram eles os criadores da primeira escala métrica de inteligência, a qual permite medir o Quociente de Inteligência (Q.I.)
2. A Psicanálise e Sua Contribuição para a Educação
A psicanálise desenvolveu-se a partir do trabalho de Sigmund Freud (1856-1939). Freud propôs a psicanálise, com sua técnica de associação livre de ideias pelos pacientes, como uma proposta terapêutica para os distúrbios emocionais e, também, como uma via de investigação dos processos mentais inconscientes.
Freud tem a sua teoria do desenvolvimento humano voltada ao desenvolvimento da energia sexual. Para ele, o desenvolvimento da personalidade passa por algumas etapas, isto é, estágios psicossexuais, conforme descrito a seguir.
Estágio Oral – Este estágio vai do nascimento até mais ou menos os 2 anos de idade.
Estágio Anal – Dos 2 anos aos três 3 anos e meio, coincide com o período de treinamento dos esfíncteres, para aprender a ir ao banheiro autonomamente e de desenvolvimento de competências para a higiene pessoal.
Estágio Fálico – Dos 3 anos e meio até quase os seis 6 anos. A satisfação erótica está relacionada à região genital.
Estágio da Latência – Compreende o período dos 6 aos onze 11 anos aproximadamente. Caracteriza-se por maior interesse em questões intelectuais. Este estágio é caracterizado pelo interesse na alfabetização e as curiosidades se voltam às curiosidades intelectuais. A partir desta estrutura teórica proposta por Freud, muitos estudos vêm sendo desenvolvidos até hoje no sentido de compreender o desenvolvimento humano.
No campo da educação, por exemplo, com a ajuda da psicanálise podemos compreender um pouco mais sobre a educação, ou seja, a psicanálise também é acionada para a compreensão das questões subjetivas que envolvem o relacionamento professor-aluno. O conceito de transferência costuma ser utilizado para tratar dessa relação.
Pelo processo de transferência, relações infantis carregadas de afetividade podem ser revividas no relacionamento com outras pessoas, mesmo muito tempo depois, ou em um contexto completamente diferente. Assim, um professor pode ser um suporte dos investimentos de seu aluno porque é objeto de uma transferência. Então, mais além da figura pessoal
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