A PSICOPEDAGOGIA E A LUDICIDADE EM SALA DE AULA
Por: LinKatia • 15/6/2015 • Artigo • 2.086 Palavras (9 Páginas) • 521 Visualizações
FACON FACULDADE DE COLCHAS
A PSICOPEDAGOGIA E A LUDICIDADE EM SALA DE AULA
LINDA KÁTIA PEREIRA DO COUTO CORDESQUI
VÁRZEA PAULISTA
2014
RESUMO[pic 1]
Brincar é mais que uma atividade sem conseqüência para a criança. Brincando, ela não apenas se diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive. É na atividade lúdica na sala de aula que a criança desenvolve a imaginação; que ela aprende a usufruir dos benefícios do brincar. A utilização de jogos e brincadeiras para ensinar é um recurso pedagógico que vem sendo trabalhado e utilizado em muitas instituições escolares. Os professores ao enfrentar o desafio e vencer os preconceitos do “brincar” na sala de aula, estão possibilitando as crianças maneiras prazerosas e estimuladoras de aprender. O psicopedagogo exerce uma função extremamente importante nas escolas, ao proporcionar aos professores métodos e discussões de como inserir da melhor maneira as atividades lúdicas no ensino. Este artigo aborda o brincar como recurso pedagógico, a importância do aspecto lúdico nas atividades realizadas em sala de aula assim como seus benefícios no processo da aprendizagem; salienta a importância que o Psicopedagogo exerce junto dos educadores para aplicar os métodos mais adequados das brincadeiras pedagógicas.
Palavras - chave: Educação, Brincadeiras, Ludicidade, Professor, Psicopedagogo.
INTRODUÇÃO
O termo lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras permitem à criança criar, imaginar, fazer de conta, funcionando como laboratório de aprendizagem. Permitem experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e, fundamentalmente, aprender.
Brincar é muito importante para a criança porque é através do brinquedo que ela se constrói, experimenta, pensa, aprende a dominar a angústia, a conhecer o seu corpo, a fazer representação do mundo exterior e, mais tarde, a agir sobre ele.
Ao brincar, a criança demonstra toda a sua criatividade. Isso permite que se relacione com o mundo dos adultos, estabeleça seu controle interior, sua auto-estima e desenvolva relações de confiança consigo mesma.
Este artigo visa salientar a importância da ludicidade no processo da aprendizagem. Utilizada como recurso pedagógico pode gerar inúmeras contribuições para as crianças dentro da sala de aula e também em seu desenvolvimento pessoal.
Cabe ao professor encontrar a melhor maneira de introduzir o lúdico no ensino, seja através das brincadeiras ou dos jogos. A instituição escolar também pode contribuir, e muito, uma vez que deve ser totalmente extinto qualquer preconceito em relação ao “brincar” na sala de aula.
O psicopedagogo tem uma participação importante nesse processo de introdução aos jogos e brincadeiras nas salas de aulas. Cabe a ele orientar os educadores e muitas vezes a própria instituição, dos benefícios que esse recurso pedagógico traz.
JOGOS E BRINCADEIRAS COMO MEIOS DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo – o que ela gostaria que ele fosse, quais as suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras.
Borba (2006) enfatiza que:
É importante demarcar que no brincar as crianças vão se constituindo como agentes de sua experiência social, organizando com autonomia suas ações e interações, elaborando planos e formas de ações conjuntas, criando regras de convivência social e de participação nas brincadeiras. Nesse processo instituem coletivamente uma ordem social que rege as relações entre pares e se afirmam como autores de suas práticas sociais e culturais.
O que motiva a brincadeira não é o resultado das ações, isto é, transportar-se para outro lugar, mas sim o próprio processo da atividade. O alvo das brincadeiras das crianças pequenas é a ação e não seus resultados.
As necessidades que satisfazem são de conhecimento do mundo em que os homens agem e no qual precisa aprender a viver. A criança busca aprender, agindo "como se".
Na brincadeira, ela age como se fosse maior do que é na realidade, realizando simbolicamente o que mais tarde realizará na vida real. Embora aparente faça o que mais gosta, a criança quando brinca aprende a se subordinar às regras das situações que reconstrói. Essa capacidade de sujeição às regras, imposta pela situação imaginada, é uma das fontes de prazer no brinquedo.
Oliveira (2005) relata:
O jogo simbólico ou faz de conta, particularmente é a ferramenta para a criação da fantasia, necessárias a leituras não convencionais do mundo. Abre caminho para a autonomia, a criatividade, a exploração de significados e sentidos. Atua também sobre a capacidade da criança de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expressão. São os jogos ainda, instrumentos para aprendizagem de regras sociais.
Piaget (1978) esclarece que os jogos não são apenas uma forma de alívio ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Nesta mesma linha de pensamento, Vygotsky (1994) acrescenta que:
O lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da criança. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem do pensamento e da concentração.
O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA
O sentido da palavra “brinquedo” não pode ser reduzido a pluralidade de sentidos do jogo, pois tem uma dimensão material, cultural e técnica. Vale salientar que como objeto ele é sempre o suporte de brincadeira.
A criança procura colocar algo em substituição a outro, uma vez que, o brinquedo representa certas realidades e por ocasião da ausência do objeto real o brinquedo contempla essa falta, oportunizando a criança manipulá-los.
O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que no brinquedo a criança segue o caminho do menor esforço, ela procura desenvolver algo que gosta de fazer, pois o brinquedo lhe proporciona sensação de prazer.
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