A Psicomotricidade Na Educação Infantil

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

GUIMARÃES, Aline Santos, Licenciando/Bacharelando em Pedagogia no Centro Universitário Internacional Uninter

RESUMO

Este trabalho evidencia a importância da psicomotricidade na educação infantil, como os profissionais da área educacional precisam conhecer mais sobre o trabalho psicomotor com a criança, quando esta inicia sua vida escolar e no decorrer dela. Quando uma criança apresenta distúrbios no seu comportamento ou dificuldade de aprendizagem costuma-se dizer que o seu problema é emocional, encaminhando-a ao psicólogo da escola, mas seria possível separar mente e corpo? Ainda se encontram profissionais com esse pensamento, pois ainda não descobriram a importância de uma aula com psicomotricidade. Apresenta-se também nesse artigo o lúdico como um recurso de ensino dentro do uso da motricidade.   Este trabalho se dará através de um levantamento bibliográfico sobre o tema psicomotricidade, para a coleta e análise de dados existem várias técnicas bem como vários métodos que podem ser utilizados em uma abordagem qualitativa, um deles é a pesquisa bibliográfica, que consiste na revisão detalhada da literatura existente sobre o tema. Os principais autores pesquisados para realização deste trabalho foram Piaget e Vygotsky.  

Palavras-Chave: Psicomotricidade, Lúdico, Aprendizagem, Educação.

1. Introdução

Este trabalho visa mostrar a importância do uso da psicomotricidade na escola, pois o seu uso faz com que qualquer ser humano descubra que pode aprender, mesmo com suas dificuldades psicomotoras, mas para se tenha desenvolvimento integral é necessário que se tenha profissionais capazes e conscientes da importância da psicomotricidade. Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que represente suas necessidades e permitem suas relações com os demais, vê-se que é indispensável sua atuação durante a vida pré-escolar da criança.

O movimento permite a criança explorar o mundo exterior, sem o contato com o concreto, a criança pode desenvolver um bloqueio e se isolar por toda a vida. Para se entender a importância da psicomotricidade, primeiramente faz-se necessário saber o que essa ciência quer orientar. A história da psicomotricidade começa desde que o homem é humano, quer dizer, desde que o homem fala, já que a partir desse instante falará de seu corpo. No início a psicomotricidade foi introduzida nas escolas especializadas como um recurso psicopedagógico que visava corrigir distúrbios no desenvolvimento das crianças especiais. Surgiram assim, os exercícios conhecidos como coordenação viso-motora, ritmo, orientação espacial, esquema corporal, lateralidade etc.

A criança de 02 à 03 anos de idade, ao entrar na escola perde o prazer dos cuidados maternos e do corpo a corpo direto com a mãe, conquistando sua autonomia, crescendo. No período pré-escolar, de 03 a 06 anos, a criança passa por mudanças cognitivas, vai do conhecimento prático sensório-motor para o pensamento e organização, sua linguagem evolui permitindo-lhe estruturar melhor suas aquisições cognitivas, sendo capaz de narrá-las. Nessa idade a exploração do mundo e de si mesma através da ação associada à representação do vivido leva a uma atividade incessante.

A prática psicomotora é preventiva, pois é uma ajuda à maturação psicológica por via da ação e do jogo, tendo como objetivo favorecer a maturação das representações e dos afetos e do grupo de crianças. O professor deve estar sempre atento à resolução de conflitos no grupo, usando o diálogo e a firmeza, de forma que garanta uma autoridade estruturante ao grupo.

1. PSICOMOTRICIDADE

Conhecer todo o processo da educação pelo movimento humano, a psicomotricidade, é importante, embora o professor deva ter o cuidado de não engessar suas aulas seguindo padrões mecânicos. É provável que muitos alunos não consigam realizar o que se determina em cada fase do desenvolvimento motor e cognitivo. Isso não significa que esses alunos tenham problemas.

No século XIX, o termo psicomotricidade foi atrelado ao discurso médico, o corpo era estudado por psiquiatras, que pesquisavam as patologias existentes, e por neurologistas que queriam compreender as estruturas cerebrais e seus distúrbios patológicos. A partir do século XX, a psicomotricidade foi vinculada à história do corpo e não só às questões médicas. Além dos estudos sobre a psicomotricidade em si, surgiram outros sobre as dificuldades motoras.

Dupré (1907) introduziu o termo debilidade motora que correspondia ao estado patológico que impossibilita a realização do movimento de acordo com a resolução muscular. O teórico correlacionava a motricidade com a inteligência afirmando que é “possível ser torpe sem ser idiota”. Em 1920, apontou o entrelaçamento entre o movimento e o pensamento, destacando a relação entre as anomalias psicológicas e as motrizes. Outra significação do estudo da psicomotricidade foi a elaboração de uma escola de desenvolvimento infantil com características motrizes, de linguagem e de conduta pessoal e social, criada por Arnold Gesell.

A interação entre o pensamento, consciente ou não, e o movimento efetuado pelos músculos, com a ajuda do sistema nervoso, compreende-se como desenvolvimento psicomotor. O desenvolvimento humano implica transformações contínuas que ocorrem através da interação dos indivíduos entre si e com o meio em que vivem, então quanto mais dinâmicas forem as experiências das crianças, à partir da liberdade de sentir e agir, através dos jogos e brincadeiras, maiores serão as possibilidades de enriquecimento psicomotor (CONCEIÇÃO, 1984). Nesse processo de desenvolvimento humano se pode visualizar dois momentos importantes, inicialmente as aprendizagens, em seguida as aprendizagens dependem das informações provindas do meio externo, tendo uma relação de extrema importante das influências internas com as externas.

Durante o seu primeiro ano de vida, a criança se desenvolve rapidamente, pois ao nascer o bebê conta apenas com os reflexos hereditários, no entanto, no final desse primeiro ano, já tem capacidade de ficar em pé e caminhar alguns passos em apoio, compreender significado de várias palavras, obedecer a ordens simples etc. Durante a primeira infância, até os 03 anos aproximadamente, a inteligência é função imediata do desenvolvimento neuromuscular, com o tempo, essa associação é rompida e a inteligência e a motricidade se tornam independentes.