Psicomotricidade e o desenvolvimento infantil Contribuições para o ensino fundamental
Por: Isabella Lima • 9/2/2017 • Monografia • 2.456 Palavras (10 Páginas) • 626 Visualizações
Psicomotricidade e o desenvolvimento infantil
Contribuições para o ensino fundamental
Introdução
Segundo a associação brasileira de psicomotricidade a psicomotricidade é a ciência que tem como objetivo de estudo o homem através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o interior e o afeto.
Portanto a psicomotricidade constitui uma concepção de movimento organizado e integrado em função das experiências vividas pelo sujeito.
Diante do pressuposto no qual o homem é observado e estudado através do corpo, queremos aprofundar o tema quanto a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil, visando o equilíbrio e o desenvolvimento motor e intelectual da criança e sua contribuição para superação dos déficits nesse processo.
A psicomotricidade está presente em todas as atividades que desenvolvem a motricidade das crianças, contribuindo para o conhecimento e o domínio de seu próprio corpo e se constitui como base fundamental para o processo de aprendizagens dos indivíduos.
O desenvolvimento psicomotor evolui do geral para o específico. No decorrer do processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade: esquema corporal, estruturação espacial, lateralidade, orientação temporal e pré- escrita, sendo importantes para que a criança associe noções de tempo e espaço, conceitos e ideias, enfim adquira conhecimentos, um problema em um desses elementos poderá prejudicar a aprendizagem, criando algumas barreiras.
A criança em que apresenta o desenvolvimento psicomotor mal constituído poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção das letras, na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato e lógico.
Esse artigo tem por base compreender e explanar que a má formação psicomotora pode acarretar dificuldades no ensino fundamental, diante disso abordaremos qual o papel da escola no auxilio e prevenção.
A escola tem o papel fundamental no desenvolvimento do sistema psicomotor da criança, principalmente quando a educação psicomotora for trabalhada na educação infantil e nas series iniciais, criando possibilidades para que o movimento se transforme em comportamento significante, dando oportunidade por meio de jogos, atividades lúdicas que conscientize-se corporalmente desenvolvendo aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.
Primeiro capítulo
O desenvolvimento motor da criança segundo Wallon
Na busca de compreender a base do psique humano, para posteriormente analisar a fase motora, e então compreender a junção de ambas, passamos à analisar a concepção de Henri Wallon.
A psicogenética Walloniana identifica a atividade infantil como distribuídas em campos da afetividade, motricidade e inteligência. No início há pouca diferença entre ambas, através do crescimento do ser, tomam independência.
O estudioso tem suas pesquisas e análises voltadas para as crianças, pois acredita que, através delas pode-se ter acesso à gênese dos processos psíquicos.
Seus estudos abrangem os vários momentos de sua evolução e procura mostrar quais são as diferenças, vínculos e envolvimentos (implicações) com a personalidade do ser, nas diferentes etapas.
Para Wallon o ser humano é biologicamente e socialmente indissossiável, sua existência ocorre entre as exigências do organismo e da sociedade, ou seja, entre a matéria viva e a consciência. Á um diálogo constante entre as disposições internas de sentimentos e as situações exteriores.
O estudioso analisa a criança como um todo, propondo o estudo integrado do desenvolvimento, nos vários campos funcionais da infância, afetividade, inteligência e motricidade.
Durante seus estudos sobre síndromes psicomotoras, ficou evidente a relação entre movimento, psiquismo e também, o papel fundamental exercido pelo meio social.
Segundo Wallon a criança, dialoga com o meio em que está inserida, instalando-se uma dinâmica recíproca entre sujeito e ambiente.
Aspectos físicos de espaço, pessoas, linguagem, e o próprio contexto cultural, formam o desenvolvimento. É da interação com o meio, que a criança retira os recursos para essa formação.
Porém, o meio não é algo estátil, através de suas necessidades e de sua fase de maturação, a criança escolhe o campo à aplicar sua conduta, havendo assim o diálogo com o ambiente.
No início da concepção do ser, o biológico predomina, mas progressivamente, o social toma espaço. Desde a aquisição de habilidades motoras básicas, até as condutas psicológicas superiores, como a inteligência, a influência do meio e essencial.
Em seus estudos sobre a criança, enfatiza , o comportamento emocional, a inteligência, e o ato, centralizado na passagem da motricidade para ação.
Wallon entende os estágios como a construção progressiva do desenvolvimento, alternando o afetivo e o cognitivo.
Para o mesmo durante a transição de um estágio para outro não ocorre apenas a ampliação de conhecimento, mas sim, uma reformulação do mesmo.
Entende-se que através de sua maturação, as ações relacionadas ao movimento, tornam-se cada vez mais conscientes.
A teoria de estágios de Wallon, divide-se em 3 fases que vai de 0 a 6 anos.
Analisemos as para compreender o processo de maturidade da criança.
- 0 a 1 ano - Estágio impulsivo e emocional
No primeiro estágio a afetividade é predominante impulsiva, estabelecida pelo olhar, o contato físico e gestos.
As ações efetuadas nos bebês com até 3 meses tem necessidade fisiológicas de sobrevivência (sono, fome, desconforto ou relaxamento).
A partir dos 6 meses iniciasse a vida psíquica da criança, os movimentos são gerados por emoções cada vez mais intencionais e voltados para pessoas específicas. Nessa fase que inicia-se a construção da pessoa.
O bebê começa a perceber que sua fisionomia e postura corporal causa efeito imediato nas pessoas ao seu redor.
- 1 a 3 anos - Estágio sensório motor e projetivo
Com a chegada do primeiro ano, a criança começa a ter maturação de seu sistema nervoso e dá -se início ao estágio projetivo, que vai até os 3 anos de idade. Nesse momento, ela começa a ter interesse e curiosidade pelo seu corpo e as diferenças entre o seu e dos outros.
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