A SOCIEDADE BRASILEIRA NO PERÍODO COLONIAL.
Por: Flavia0705 • 22/9/2017 • Monografia • 3.653 Palavras (15 Páginas) • 613 Visualizações
INTRODUÇÃO.
O presente trabalho abordará o período colonial, sendo ele em seus aspectos sociais, econômicos e principalmente em termos educacionais. Diante de todos os momentos presenciados na história, é possível notar todos esses aspectos de modo mais aprofundado, desencadeando uma série de mudanças no processo educacional desde o período colonial até a atualidade.
O principal objetivo do trabalho é apresentar o desenvolvimento educacional durante os anos de 1500 a 1822, séc. XVI até o séc. XIX, onde uma das maiores preocupações foi desenvolver a plena formação do indivíduo.
Para nos situarmos melhor no trabalho, dividiremos o mesmo em duas partes, sendo que o primeiro capítulo abordará “A Sociedade Brasileira no Período Colonial” em seus âmbitos econômicos, sociais e culturais. Já a segunda parte ficará encarregada de atuar “A Organização no Ensino da Colônia” que se pronunciará mais pela educação.
Para obter um conhecimento mais detalhado sobre o tema abordado, os integrantes do grupo se propuseram a realizar pesquisas para um melhor entendimento.
CAPÍTULO 1 - A SOCIEDADE BRASILEIRA NO PERÍODO COLONIAL.
Para entendermos corretamente a sociedade que se criou nas primeiras décadas depois do descobrimento do Brasil, é preciso colocar em pauta os fatores externos e fatores internos que ajudaram nessa nova formação. A junção dos interesses internos com os interesses externos resultou na formação da sociedade brasileira, e que sobre esses mesmos interesses, a sociedade vem se transformando, dando continuidade a alguns traços que se foram criados na época, apenas ocultando-os numa “face nova”, e pela descontinuidade, que obriga a sociedade a sofrer novas reorganizações para evitar mudanças drásticas.
O descobrimento do Brasil não foi só produtivo apenas para seus próprios descobrimentos, mas foi decisivo para a transição europeia, da Idade Média feudal para a Modernidade Capitalista.
Com a riqueza que se formava, o capital mercantil tornou as nações e grupos sociais influentes, e providenciou o povoamento e a montagem de empresas produtoras de mercadorias em regiões onde elas não eram encontradas já prontas para serem exportadas. O Brasil encontrava-se nesse caso, onde Portugal, em território adversário, buscava por metais preciosos que garantiriam o seu poder. Povoados por tribos dispersas em uma ampla extensão territorial, o Brasil precisava de um empreendimento que o tornasse interessante para a economia de Portugal.
E é assim que o Brasil se organizava, sobre uma economia agrária, latifundiária e escravista. É uma economia agraria porque a grande extensão territorial e o clima tropical permitiam produzir alimentos e matérias-primas em grande quantidade. É latifundiária pela disponibilidade de terras, pelo lucro de suas produções em grande escala e na compensação de desperdício por gastos técnicos. E é principalmente escravista, não porque faltava na Metrópole, trabalhadores a um salário que fosse cabível a ambição dos proprietários e dispostos a enfrenar um ambiente desagradável, mas porque o negro africano já se constituía em uma mercadoria altamente lucrativa no comércio.
Assumindo essa organização econômica, podemos dizer que a sociedade brasileira enriquecia o empresariado europeu e o colonial, fazendo avançar a transição do comercio capitalista internacionalmente. Instalou-se aqui uma economia colonial agroexportadora, que seria uma forma primitiva de denominação capitalista, mas diferente da europeia, que por consequência a sua ruptura com a escravidão e o feudo, seguia mais avançada. Essa forma capitalista aqui implantada era primitiva por se sustentar em conceitos pré-capitalistas, tendo como base a escravidão e a própria especialização agrícola, sendo que no quadro capitalista mundial, já havia técnicas mais sofisticadas e tendia para uma produção mais manufatureira e fabril.
A sociedade brasileira foi explorada pelos proprietários locais e pelos empresários internacionais, financiadores ou distribuidores e que, durante quatro séculos sofreu com a escravidão do homem, significando o pulo do capitalismo liberal ao concorrencial, como concentradora de riqueza, poder, etc. No espaço econômico que ela criou, havia lugar somente para dois tipos de agentes: o que produzia e o que tinha a propriedade para que a mercadoria fosse produzida, e os que não se enquadrassem a essa classificação, ou exerciam o serviço público ou então eram considerados como “marginais” sem sucesso.
Os grupos que poderiam ser classificados faziam parte de uma pequena parcela da população local, e parte dessa população classificatória, estariam transitoriamente. Desde o governo geral ao vice-reino, o administrativo local só se expandiu e passou a dar privilégios aos integrantes dessas classificações quando a antiga colônia se transformou em reino unido em 1815. Até então só desfrutavam desses privilégios os funcionários da Coroa portuguesa, como o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa), além dos governantes-gerais e os vice-reis. Todos os demais da população colonial, como trabalhadores livres, rurais e urbanos, não passavam pelo ponto de vista econômico, político e social, como elementos inexpressivos, submissos aos “poderosos” senhores, e que, aliás, eram os que ocupavam as câmaras municipais e administrava o cotidiano da vida colonial, como o abastecimento das propriedades e das vilas, os ataques indígenas, a cobrança dos impostos, decidiam os salários dos trabalhadores livres nas fazendas, etc., e que os mesmos eram chamados de “homens bons”, e, o que os levava a essa função era sua posse de propriedade, o seu poder econômico, ou então os seus poderes “auxiliares” como o militar ou religioso e não se exigia nenhum preparo para exercer essas funções, mas somente um desses poderes.
Fiéis à igreja católica romana, os portugueses trouxeram consigo a Companhia de Jesus, que futuramente daria o suporte espiritual aos “civilizados”, que fundariam uma comunidade em um ambiente não favorável. A princípio foram trazidos os condenados ao exílio para que aqui se purificassem de seus crimes e pecados, e também os ingénuos índios que conheceriam o “reino dos céus”, que eram seu principal alvo, e por séculos a pequena população colonial vegetou sob o comando do poder senhorial, religioso e burocrático. A cultura que se desenvolveu nesse período, foi marcada pelo autoritarismo da religião católica, por uma sociedade favorecida pela aristocracia e brutalmente dividida em extremos inalcançáveis e pelo comodismo das pessoas que viviam das produções primarias. Assim, essa cultura colonial, que era precária, se distanciava da verdadeira cultura e por ser uma “mercadoria de lucro” só usufruíam dessa cultura os privilegiados. Mesmo dentre esses privilegiados, só tinham acesso a essa cultura os filhos primogênitos das famílias, e para os demais restava o ofício sacerdotal ou intelectual, e mesmo assim muitos dispensavam a parte intelectual, pois acabariam representando quem não possuía poder, como os escravos.
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