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A Teoria Construtivista de Vygotsky

Por:   •  7/5/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.434 Palavras (6 Páginas)  •  1.206 Visualizações

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A Teoria Construtivista de Vygotsky

Lev Vygotsky (1896-1934)

  • A teoria de Vygotsky parte de uma perspectiva sociocultural, ou seja, liga o desenvolvimento cognitivo à cultura. Os psicólogos de hoje reconhecem que a cultura da criança modela o desenvolvimento cognitivo, determinando o que e como a criança vai aprender sobre o mundo.
  • Um dos principais porta-vozes da teoria sociocultural (também denominada sócio histórica) foi Vygotsky, as traduções recentes de seus trabalhos mostram que ele oferecia uma alternativa a muitas das ideias de Piaget.                                                            
  • Vygotsky sugeria que o desenvolvimento cognitivo depende muito mais das interações com as pessoas do mundo das crianças e das ferramentas que a cultura proporciona para promover o pensamento. Para ele, as crianças aprendem não por meio da exploração solitária do mundo, mas se apropriando ou "tomando para si" os modos de agir oferecidos por sua cultura.
  • A Teoria Sociocultural enfatiza o papel dos diálogos cooperativos entre as crianças e os membros mais instruídos da sociedade no desenvolvimento. As crianças parendem a cultura de sua comunidade (formas de pensar e se comportar) por meio dessas interações.
  • Na teoria de Vygotsky, o sistema simbólico mais importante para a promoção da aprendizagem é a linguagem. Vygotsky deu mais ênfase do que Piaget ao papel da linguagem no desenvolvimento cognitivo. Na verdade, Vygotsky acreditava que a linguagem, sob a forma da fala individual (falar consigo mesmo) orienta o desenvolvimento cognitivo. Para ele as crianças estão se comunicando - elas estão se comunicando consigo mesmo para orientar seu comportamento e pensamento.
  • Segundo Vygotsky, muito da aprendizagem infantil é assistida ou mediada pelos professores e pelas ferramentas de seu ambiente, e a maior parte dessa orientação é comunicada pela linguagem. Para ela a interação social era mais do que um método de ensino, ela era a origem dos processos, mentais superiores, tais como a solução de problemas. Ele pressupunha que cada função do desenvolvimento cultural de uma criança aparece dua vezes: primeiro no nível social e depois no individual.
  • Existem pelo menos três modos das ferramentas culturais a serem passadas de um indivíduo para outro - a aprendizagem imitativa, a aprendizagem instruída e a aprendizagem colaborativa. A teoria de Vygotsky sugere que os professores precisam fazer mais do que simplesmente arrumar o ambiente de modo que os alunos possam descobrir coisas sozinhos. Os alunos devem ser guiados por explicações, demonstrações e trabalhos com outros colegas. Além disso, os alunos devem ser estimulados a usar a linguagem para organizar seus pensamentos e a falar sobre o que estão tentando realizar. O diálogo e a discussão são caminhos importantes para a aprendizagem.

A Teoria Construtivista de Emília Ferreiro

Emília Ferreiro 1936

  • A pesquisadora aplicou a teoria mais geral de Piaget na investigação dos processos de aprendizado da leitura e da escrita entre crianças na faixa de 4 a 6 anos. Constatou que a criança aprende segundo sua própria lógica e segue essa lógica até mesmo quando ela se choca com a lógica do método de alfabetização. Em resumo, as crianças não aprendem do jeito que são ensinadas. A teoria de Emília abriu aos educadores a base científica para a formulação de novas propostas pedagógicas de alfabetização sob medida para a lógica infantil.
  • As investigações de Emília Ferreiro e outros construtivistas procuraram demonstrar que a questão crucial da alfabetização não era de natureza perceptual, mas conceitual. Ou seja, por trás do aluno sendo alfabetizado, está um sujeito que “pensa sobre a escrita”. E que essa escrita existe em seu meio social, não apenas na sala de aula, e ele toma contato com ela através de atos que envolvem sua participação em práticas sociais de leitura e escrita. Os construtivistas diziam então que ocorre uma “evolução da escrita na criança”, evolução influenciada, mas não totalmente determinada pela ação das instituições educativas.
  • Para Emília, as crianças tinham ideias sobre a escrita muito antes de serem autorizadas pela escola a aprender. Essas ideias assumiam formas inesperadas e ao invés das crianças irem acumulando as informações oferecidas pela escola, elas pareciam inventar formas surpreendentes de escrever que apareciam dentro de uma ordem precisa. Foi a descoberta das ‘fases’ da aprendizagem da leitura e da escrita.
  • Constatou que crianças na faixa dos 4 aos 6 anos seguem uma seqüência lógica básica na alfabetização. Na primeira fase, a pré-silábica, a criança não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada e se agarra a uma letra mais conhecida (em geral, presente em seu nome) para "escrever". Por exemplo, pode escrever macaco como MMMM ou AAAAA. Na fase seguinte, a silábica, já interpreta as letras à sua maneira, atribuindo valor silábico a cada uma (para ela, MCO pode ser a grafia de Ma-ca-co, em que M = ma, C = ca e O = co). Essa fase é geralmente subdividida em silábico sem valor sonoro (letras aleatórias que representam sílabas) e silábico com valor sonoro (letras relacionadas aos sons da palavra em questão). Um pouco adiante, na fase silábico-alfabética, mistura-se a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas propriamente ditas. Por fim, na fase alfabética, passa a dominar plenamente o valor das letras e sílabas.
  • Uma das principais consequências da absorção da obra de Emilia Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira que a psicolinguista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias, jornais, revistas. Para a psicolinguista, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador.

A Teoria Construtivista de Perrenoud

Philippe Perrenoud 1955

  • “Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar uma série de situações”.
  • Para Perrenoud, o sucesso e o fracasso escolar não são dependências únicas do ambiente escolar. Na sua visão, cada aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para etapas subsequentes do currículo escolar, tornando o aluno capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, tornando qualquer ambiente, um ambiente pedagógico, independentemente de quaisquer situações. Aliado a isso, o problema da transposição didática ou de construção de competências, vem como uma proposta norteadora para o desenvolvimento significativo do potencial dos alunos em ambientes dentro e fora da escola.
  • Perrenoud questiona o objetivo da ida do aluno à escola: Esta deve ser fundamentada na mera aquisição de conhecimento ou no desenvolvimento de competências? Enfoca que o mundo do trabalho apoia-se na noção de competência e que a escola deve seguir estes passos com o intuito de modernizar-se e se inserir na corrente dos valores da economia de mercado,
  • Em suas obras, o conceito de competência é salientado enfocando que não há uma definição clara e objetiva do que seja competência. Segundo o autor, existem três aspectos do que pode vir a ser uma competência onde, em um dos casos, cita – se a questão pertinente à competência e desempenho, onde este é um indicador direto daquele. Trata ainda que os hábitos são esquemas simples e rígidos, mas nem todo esquema é um hábito. Perrenoud menciona, ainda, que o sucesso depende de uma capacidade geral de adaptação e discernimento, comumente considerada como inteligência natural do individuo.
  • Frequentemente o autor faz uma interligação entre competência e os programas escolares, iniciando a discursão afirmando que toda competência está ligada, fundamentalmente, a uma prática social de alta complexidade. Após esta afirmação, questiona-se como se pode detectar uma competência. Segundo o autor, alguns se preocupam com a inserção de ensino por competências pelo fato de acreditarem que todas as disciplinas seriam trabalhadas, na maioria dos casos, com base em formações pluri, inter, e transdisciplinar.
  • Para o autor, quando alguns professores aceitam a ideia de competência, podem sentir – se, pelo menos inicialmente, encarregados de dar conhecimentos básicos aos seus alunos, pensando que, antes de mobilizá – los em determinada situação, devem prestar – lhes informações básicas e metódicas no “texto do saber”.
  • Faz propostas diretrizes norteadoras para a implementação do processo de ensino e aprendizagem por competências. São elas: Reconstruir a transposição didática, Atenuar as divisões entre as disciplinas, Romper o círculo fechado do currículo, criar novas formas de avaliar, reconhecer o fracasso, diferenciar o ensino e transformar a formação docente.

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