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A construção social do conceito de infância

Por:   •  24/9/2019  •  Resenha  •  377 Palavras (2 Páginas)  •  294 Visualizações

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O conceito de infância e o olhar diferenciado para a criança só surgiu no século XIX. Contudo, somente na década de 60, este conceito passou a ser assuntos de pesquisas e publicações.

Durante a Idade Média, os adultos e as crianças tinham as mesmas obrigações e os mesmos modos de se comportar, não havendo distinção de idade para nada.

No século XVII houve a primeira concepção de infância, a partir da observação dos movimentos de dependência das crianças muito pequenas. Só se saia dessa fase da vida quando não se era mais um ser dependente de outros. A criança era tida como incapaz, dependente e a infância estava ligada à disciplina e difusão da cultura existente, por meio de uma rígida disciplina infantil.

Somente após a Revolução Francesa que os governos passaram a se preocupar com o bem-estar e a educação das crianças.

Na sociedade contemporânea, com a institucionalização da escola é que o conceito de infância começa a ser alterado. Hoje elas são escolarizadas logo cedo e isso influencia em seu desenvolvimento, porém sem se preocupar com as relações entre o ser corporal e sua espacialidade e temporalidade.

Até o século XII as crianças eram vistas como mini adultos e isso implicava inclusive na atividade sexual. A noção de inocência infantil surge com o Iluminismo, mas só chega ao apogeu no início do século XX. Leis sobre trabalho e sistema judicial para criminalidade juvenil ditaram essas mudanças.

Contudo, o conceito de infância e inocência infantil vem mudando novamente, pois se tem adolescentes cometendo crimes cada vez mais novos e uma sexualização precoce agravados pelo acesso ilimitado à televisão e Internet.

Os estudos atuais têm proposto a chamada Sociologia da Infância. Seguindo o que escreve Sirota (2001) o artigo fala da necessidade de se afastar da ideia que a criança só se torna alguém quando chega à idade adulta. Montandon (2001) fala de um ofício de criança. A infância como uma construção social específica, com uma cultura própria.

A partir da década de 90 os estudos passam a considerar o fenômeno social da infância, as diferentes infâncias onde a criança é vista como um ser completo, biopsicossocial. Os estudos devem ser direcionados no sentido de articular as diferentes instâncias de socialização da infância, focando nas práticas de seu dia-a-dia, vendo e ouvindo a criança.

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