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A importância do ato de ler

Por:   •  31/10/2016  •  Monografia  •  3.156 Palavras (13 Páginas)  •  487 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

CURSO DE PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

SANTO ANDRÉ

2016

LETÍCIA GOMES BUENO

LÍGIA DINIZ DE MATTOS

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Projeto de pesquisa para a realização do trabalho de conclusão de curso realizado por exigência da disciplina Método e Técnicas de Pesquisa.

SANTO ANDRÉ

2016

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA

3. OBJETIVOS

5. METODOLOGIA

6. REFERENCIAL TEÓRICO

7. CRONOGRAMA

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. INTRODUÇÃO

No que se refere ao desenvolvimento infantil, existem diversas vertentes de ideias e pensamentos que buscam entender como esse processo acontece, quais são as suas fases e que tipo de atividades, ações e interações influenciam esse movimento. Dentre todos os autores que tecem estudos acerca deste tema, vale destacar dois deles que partem de princípios diferentes para explicar o mesmo curso.

Primeiramente, desenvolvimento infantil concerne em uma série de etapas onde diversas mudanças físicas e psicológicas ocorrem e que implicam no crescimento da criança. Etapas estas que englobam questões como o psicológico e o biológico da própria criança e sua relação/interação com o meio e com pessoas com quem convive. Partindo do pressuposto que o desenvolvimento da criança parte dela mesma (meio psicológico e biológico), e à medida que ela interage com o meio e seus objetos se desenvolve, temos Jean Piaget (1896-1980) como base de estudo. Para Piaget o conhecimento não é algo pré-determinado ele se constrói a partir da interação do sujeito com o ambiente. De acordo com Fontana e Cruz (1997, p. 45):

 Ao agir sobre o meio, o indivíduo incorpora a si elementos que pertencem ao meio. Através desse processo de incorporação, chamado por Piaget de assimilação, as coisas e os fatos do meio são inseridos em um sistema de relações e adquirem significado para o indivíduo.

Combinado a isso, existe outro processo denominado acomodação, onde todas as informações e ideias novas que são apreendidas pelo indivíduo, são acomodadas e adaptadas àquelas que já existem. Para que haja de fato um aproveitamento, é necessário que as informações antigas e novas estejam em equilíbrio, o que leva ao que Piaget chamou de equilibração. É a partir desse esquema

Que se mantém um estado de equilíbrio ou de adaptação em relação ao meio. Toda vez que, em nossa relação com o meio, surgem conflitos, contradições ou outros tipos de dificuldade, nossa capacidade de auto regulação ou equilibração entra em ação no sentido de superá-lo (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 48).

Partindo dessas ideias podemos resumir os conceitos piagetianos como um processo sucessivo de equilibrações que levam a criança a pensar cada vez mais de maneira diferente e complexa. Esta série acontece através de períodos definidos que sucedem em ordem fixa de desenvolvimentos, sendo que um estágio depende sempre do anterior. A criança passa de um estágio para o outro quando as suas ações e pensamentos se mostram inadequadas para interagir com o espaço, objetos e pessoas, a mesma vai em busca de novas maneiras de agir e pensar, tudo isso inconscientemente. É assim que Piaget estabelece quatro períodos de desenvolvimento infantil: sensório motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos), operatório-concreto (7 a 11 anos) e operatório-formal (12 anos em diante). O primeiro estágio (sensório motor) se refere aos primeiros reflexos neurológicos de uma criança, quando ela ainda é um bebê. Tudo que ele constrói (noção de tempo e espaço) é por meio da ação, portanto, sua inteligência é prática. Por meio dessa inteligência prática é que ele vai construindo relações com o meio, ainda sem pensamento. No estágio seguinte (pré-operatório) a criança passa da inteligência que antes era unicamente prática, para a Inteligência simbólica, quando consegue imaginar objetos que não precisam estar necessariamente presentes no mesmo ambiente que ela. Logo, consegue agir por meio da simulação e possui uma percepção global muito melhor, mas ainda não se atenta aos detalhes e aos fatos. Já no estágio seguinte, (operatório-concreto) a criança é capaz de representar mentalmente operações reversas, o que chamamos de reversibilidade. Ela compreende que se uma série de ações forem revertidas, voltam ao seu estado inicial. Nessa etapa ela também é capaz de considerar o ponto de vista de outra pessoa, o que contribui para a formação de conceitos que se transformam em conhecimento. No último estágio de desenvolvimento (operatório-formal) a abstração da realidade é total. É a partir da adolescência que o indivíduo consegue buscar soluções lógicas a qualquer tipo de problema, não necessariamente apenas observando a realidade, tomando assim, consciência do seu próprio pensamento.

Pode-se concluir, observando a concepção piagetiana, que o desenvolvimento infantil se da fundamentalmente através da auto regulação do indivíduo (equilibração). Sendo assim, qualquer aprendizado que essa criança tenha, só será de fato incorporado a ela se a mesma o assimilar, o que não pode acontecer se o conhecimento que estiver sendo apresentado não for adequado ao seu estado atual de desenvolvimento.

A ênfase nos processos internos e na atividade construtiva da própria criança resulta em uma concepção que considera a aprendizagem como dependente do processo de desenvolvimento. Ou seja, aquilo que a criança pode ou não aprender é determinado pelo nível de desenvolvimento de suas estruturas cognitivas. (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 54)

Fundamentando o desenvolvimento partindo de outro ponto, temos Lev Vygotsky (1896-1934), que defendia a ideia de que o meio social e a interação da criança com ele, eram essenciais ao seu desenvolvimento. Para Vygotsky, o que diferencia o homem de outras espécies é a sua capacidade de viver em sociedade.

Seus modos de perceber, de representar, de explicar e de atuar sobre o meio, seus sentimentos em relação ao mundo, ao outro e a si mesmo, enfim, seu funcionamento psicológico, vão se constituindo nas suas relações sociais. (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 57)

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