A iniciação musical para crianças com transtorno do aspectro do autismo(TEA)
Por: bruwelte • 29/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.936 Palavras (8 Páginas) • 168 Visualizações
Bruna de Oliveira Welte
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A iniciação musical para crianças com transtorno do aspectro do autismo(TEA)
Palmas – TO
2017
RESUMO
o Transtorno do espectro do autismo (TEA) é marcado por prejuízos nas áreas de interação social, comunicação, comportamento e processamento sensorial. Aspectos relacionados a prejuízos no repertório de interação social, bem como estratégias para torná-la mais adequada têm sido amplamente estudados. Dentre estas estratégias, as que utilizam música têm recebido atenção.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as características e dificuldades de uma criança com TEA e também apresentar os benefícios que a música pode causar. No primeiro capítulo será abordado, Transtorno do Espectro do Autismo, conceitos, diretrizes e seu desenvolvimento, no segundo, serão apresentadas as principais dificuldades de socialização e algumas características da criança com TEA , e por último, a música como um instrumento benéfico para a interação social.
Palavras-chave: Autismo. Criança. Socialização .
SUMÁRIO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................1
- A BREVE HISTÓRIA DO AUTISMO…….........................................................1
- AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE SOCIALIZAÇÃO EM TEA...................2
- A MÚSICA COMO UM INSTRUMENTO TERAPÊUTICO ...............................3
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................7
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1 BREVE HISTÓRICO DO AUTISMO
O autismo é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo, é uma síndrome na qual a criança nasce com ela, e não algo que é adquirido após seu nascimento ou por conta do convívio familiar, ter dificuldade em relacionar-se não quer dizer que não apresentam afetividade, a síndrome não escolhe, simplesmente acontece, sem escolher região, etnia e classe.
A palavra autismo foi criada pelo psiquiatra Eugen Bleuler. Há referências de que Freud, em uma carta para Jung em 13 de maio de 1907, o teria comentado. Segundo Maciel e Garcia Filho (2012, p. 26), Bleuler deu esse nome ao isolamento em que pacientes esquizofrênicos viviam. “ Vem da palavra grega authos, que quer dizer por si próprio, acrescentando o sufixo ismo. Pessoas escondidas em si mesmas”.
Orrú (2012), apresenta o estudo do psiquiatra austríaco, Leo Kanner (o primeiro profissional que fez a descrição dessa síndrome) , residente nos Estados Unidos, médico do departamento de psiquiatria infantil do Hospital Johns Hopkins, que publicou, por volta de 1943, o artigo intitulado: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo. Neste artigo, descreve o caso de onze crianças com quadro de autismo severo, marcado por características de obsessividade, estereotipias e ecolalia bem acentuados. Outro traço importante percebido por Kanner em seu estudo foi que o distúrbio afeta a interação da criança com seu ambiente, e pessoas desde o início de sua vida.
As crianças com TEA apresentam dificuldades em entender as regras de convívio social, a comunicação não verbal, a intencionalidade do outro e o que os outros esperam dela. Com essas dificuldades funcionais, o impacto na eficiência da comunicação é muito grande, fazendo com que o desenvolvimento do cérebro social mantenha-se cada vez mais lento para exercer as funções necessárias para a interação social que é a cada momento mais e mais complexa conforme a faixa etária.
Portanto, houve uma atualização na definição dos quadros de Autismo Infantil, passando para transtornos de neurodesenvolvimento, ou seja, os processos de socialização, comunicação e aprendizado encontram-se prejudicados.
Santos (2013, p. 06) estabelece que :”Os prejuízos nos mecanismos biológicos estão relacionados à adaptação social levando a emergência de fenótipos heterogêneos, associados aos quadros de Transtornos Globais do Desenvolvimento.”
2 - AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE SOCIALIZAÇÃO EM TEA
Segundo Passerino (2004) entre todas as deficiências cognitivas ( percepção visual e auditiva, sensibilidade para perceber necessidades de compartilhamento social, atraso de linguagem para se comunicar e para entender expressões linguísticas sociais, dificuldade de aprendizagem simbólica e problemas em perceber espacialmente as referências faciais das pessoas) a que mais se “destaca” , é a falta de socialização. Este sintoma traz, para o indivíduo com o TEA, dificuldade de integração ambiental, que acarreta obstáculos ao desenvolvimento da autonomia e, consequentemente, oferece prejuízo na qualidade de vida.
Silva (2012), afirma que:
Pessoas com autismo apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados níveis de gravidade. Existem crianças com problemas mais severos, que praticamente se isolam em um mundo impenetrável; outras não conseguem se socializar com ninguém; e aquelas que apresentam dificuldades muito sutis, quase imperceptíveis para a maioria das pessoas, inclusive para alguns profissionais. Estas últimas apresentam apenas traços do autismo, porém não fecham diagnóstico.
Há um detalhe universal nas crianças com autismo, o contato social será sempre prejudicado. Esta é uma característica que tem que estar presente para se realizar o diagnóstico, porém a intensidade da manifestação varia de pessoa a pessoa.
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