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A invenção da sala de aula

Por:   •  22/3/2016  •  Resenha  •  676 Palavras (3 Páginas)  •  1.214 Visualizações

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A INVENÇÃO DA SALA DE AULA – UMA GENEALOGIA DAS FORMAS DE ENSINAR

Inês Dussel , Marcelo Caruso-São Paulo: Moderna, 2003- (Educação em Pauta)

Nós educadores, indivíduos que ocupamos uma posição particular na transmissão cultural da sociedade (ainda que este mesmo processo possa ser questionado e que se possa pedir o exigir a transmissão cultural da sociedade) temos um poder e uma autoridade que nos transcendem como indivíduos e que estão associados à posição social que ocupamos (p.226)

A palavra “autoridade” vem do latim auctor: aquele que causa ou faz crescer -portanto, fundador, autor. Vem também do francês antigo, em sua raiz augère: incrementar. Nas duas acepções existe a ideia de uma força ou poder externo que provoca alguma coisa, que institui, que determina um sentido de mudança. Pensemos nestas afirmações: a autoridade decreta, a autoridade ordena, a autoridade penaliza, e a autoridade castiga (...) a autoridade também implica a ação de autorizar: dar permissão, deixar falar, sancionar como válido e legítimo. (p. 227).

Weber pensava que a autoridade deveria ser analisada com o tiupo de controle que exerce. Desse modo distinguiu entre uma a autoridade tradicional, baseada nas cujo nas tradições herdadas e nos costumes; uma autoridade racional-legal, cujo fundamento é a legalidade das normas e o direito dos indivíduos de ocuparem postos de comando em virtude de suas condições para estar nessas posições (a burocracia é o exemplo mais claro); e por último, uma autoridade carismática, que se baseia no vínculo entre o líder e as massas, que acreditam que o líder é um herói, uma figura quase sagrada que as guiará até a felicidade. ( p.228).

Para Weber, a questão primordial da autoridade é sua legitimidade: as pessoas obedecem voluntariamente à autoridade porque acreditam que é justa e as levará a um lugar seguro. Quando a autoridade é imposta por meio da força, já não se trata de um gesto de autoridade e sim de uma falta de autoridade, que fracassou na conquista do apoio voluntário das pessoas. (p.228)

A necessidade de autoridade está moldada pela história, pela cultura e pelas necessidades psicológicas: a necessidade de ser amado e reconhecido, fantasias e temores associados a ela. (p.229).

A tarefa de ensinar tem certas regras, restrições, ditadas pela tradição, pela teoria que nos ensinam e que temos à mão, pela disposição material da sala de aula, pelos recursos e pelos alunos. Além disso, temos noções interiorizadas sobre a autoridade que nos levam a valorizar determinadas opções e a considerar que outras sejam impensáveis, imagens de nossos pais e avós, imagens de líderes políticos aceitos pela sociedade, que nos levam a identificar-nos mais com certos modos de exercer a autoridade do que com outros. (p.229)

Jean-Jaques Rousseau (1712-1778), na sua obra Emílio ou da educação, propõe um projeto para a formação de um novo homem e de uma nova sociedade, apresentando-nos os princípios gerais para uma educação de qualidade. A sua influência, no campo educacional, deve-se a esta obra, que trata da educação de uma criança acompanhada de um preceptor que a auxiliará a ter uma educação conforme a natureza, preservando-a da sociedade corruptora. Pois sugere uma educação afastada do artificialismo das convenções

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