A luta pela educação entre os muros da escola
Por: Rafaelapolesca • 27/4/2021 • Resenha • 1.168 Palavras (5 Páginas) • 173 Visualizações
Rafaela Rayane Moreira Polesca de Souza
RA: 32014870
A luta pela educação entre os muros da escola
UNA
Curso: Pedagogia
Disciplinas: Fundamentos Sociais, Históricos e Filosóficos da Educação; Estratégias de Aprendizagem e Recursos Tecnológicos; Linguagem Oral e Escrita; Profissional da Educação – Espaços e Possibilidades.
Belo Horizonte, 8 de maio de 2020.
ENTRE OS MUROS DA ESCOLA. Direção: Laurent Cantet. Produção de Haut et Court, Canal+, Centre National de la Cinématographie, France 2 Cinéma, Memento Films Production. França: Imovision, 2008. Youtube.
Esta resenha tem como objetivo fazer uma analise crítica do filme “Entre os muros da escola” (2008), que mostra a organização de uma escola de Paris, onde trabalha o professor François e outros colegas. Eles se esforçam para proporcionar uma boa educação para os alunos sem deixar que os conflitos os impeçam. A diferente diversidade cultural entre os alunos é um fator que influência diretamente nos seus comportamentos e é motivo de confrontos em sala de aula.
O professor François Marin dá aulas de Frances para a turma de filhos de imigrantes do sétimo ano. O desafio desse professor não é apenas ensinar a norma-culta para os alunos, mas fazê-los entender a importância dessas regras mesmo que não as usem no dia-a-dia. Dentro da sala de aula ele precisa ter paciência para explicar para os alunos que ele quer apenas educa-los e que não tem nenhum problema pessoal com eles e, mesmo assim, há alunos que acreditam que ele esta sendo injusto. Além de todos os conflitos, os alunos só se juntam para confrontar o professor.
Na escola, é feita uma reunião com todos os professores, um conselho de classe, para decidir o futuro dos alunos. Duas alunas, que estavam presentes nessa reunião, começam a fazer intrigas sobre o que foi discutido. O professor acaba perdendo a cabeça e passa dos limites ao ofender as alunas que começaram as intrigas e a discussão fica mais violenta, deixando uma aluna ferida. A partir disso François precisa decidir, junto dos outros professores, soluções para conter a turma e minimizar os conflitos.
Neste sentido, pode-se admirar a paciência e didática do professor ao tentar ensinar sua matéria para os alunos. Em uma das cenas, Souleymane pergunta a François se ele é homossexual e o professor se prontifica a responder, mesmo que não tenha nada a ver com a aula que esta dando. Percebe-se também que o professor é bastante desrespeitado pelos alunos, que questionam todas as suas atitudes em sala. É notório que os alunos se posicionam durante o filme como críticos e ativos levantando questões sobre sua metodologia e confrontando suas técnicas de ensino, fugindo da concepção da escola tradicional, onde o professor era a figura central e detentor do poder e conhecimento e o aluno era apenas um receptor passivo de informação e conteúdo. Logo, notamos que o professor também adota a tendência pedagógica renovada não-diretiva, onde ele, junto aos alunos, busca o autoconhecimento por meio dos auto-retratos feitos em sala. Percebemos que os alunos ficam bastante empolgados com essa atividade.
Atualmente, o papel do professor não está apenas relacionado a passar um conteúdo em sala de aula, ele tem a função de mediar o seu conhecimento, com o conhecimento que os alunos têm. É o professor que induz o aluno a raciocinar e a comparar, o que foi dito durante a aula, e como aplicar essa informação ao mundo fora dos muros da escola. O papel do professor é mais do que transmitir informações, muitas vezes ele acaba sendo um confidente de seus alunos.
No filme, o François da aula para uma turma com uma diversidade muito grande de alunos, tanto étnica quanto de personalidades. Em uma das cenas o professor está discutindo o significado da palavra "suculento" e utiliza a seguinte frase para exemplificar o uso da palavra: "Bill delicia um suculento cheeseburguer." Logo em seguida ele é questionado por Khoumba, segundo ela, o professor utiliza apenas nomes “coxinhas”, ou seja, somente nomes de origem francesa. Ele retruca afirmando ser difícil escolher nomes em função da origem de cada aluno, mas as estudantes Khoumba e Esmeralda dizem: “Pode mudar um pouco!” (2008). O sentido de “mudar um pouco” pode ser entendido como uma crítica a concepção de apenas uma cultura predominante adotada pela escola. Por outro lado, os professores demonstram certa preocupação por um dos alunos, Wei, quando sua mãe é presa e pode ser deportada, porém o assunto logo é esquecido.
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