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A organização espacial em escolas do Brasil

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Por:   •  14/11/2013  •  Artigo  •  977 Palavras (4 Páginas)  •  521 Visualizações

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Inicialmente, é importante considerarmos que, no Brasil, a educação infantil percorreu um longo caminho, o qual, em certos momentos, vinculou-se à saúde em seus pressupostos higienistas; em outros, à caridade e ao amparo à pobreza e, em outros ainda, à educação. Nessa trajetória, toda a política de educação infantil emanada do poder público se caracterizou, de um lado, por um jogo 'de empurra' e, de outro, por uma visão cintosamente assistencialista.

Os órgãos públicos, em especial, têm uma tradição de lidar diretamente com grupos organizados da população, reforçando a orientação de guarda às crianças, principalmente em relação à higiene e à alimentação. Como conseqüência da própria trajetória histórica da educação infantil, diferentes momentos emergiram nas propostas de trabalho desenvolvidas nas instituições de educação infantil no Brasil. A produção científica foi largamente ampliada, e as pesquisas sobre a infância, em suas diferentes dimensões, influenciaram muito o referencial pedagógico para essa etapa de ensino. Hoje temos um novo ordenamento legal iniciado com a Constituição de 1988 que se desmembra através do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), pela Lei Orgânica da Assistência Social (1993) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1996). Como resultado disso, um novo status é conferido à criança, garantindo-lhe direitos e tratamento de cidadã. No atual contexto, sem dúvida, a LDB significou um grande avanço nessa área, rompendo com toda normatização até então encontrada no país.

Apesar disso, a expansão da oferta de vagas no país está longe do ideal, persistindo um percentual pequeno de crianças atendidas, sobretudo em creches. Mesmo considerando essa defasagem entre crianças atendidas e vagas, poderíamos ponderar que, se temos produção científica, se a legislação nos coloca em um patamar nunca antes alcançado, o que está faltando para nossas instituições de ensino realizarem um trabalho de qualidade?

Sabemos que anos e anos de uma prática voltada somente para guarda e para o cuidado, de pouca atenção à formação profissional dos educadores infantis e de um atendimento precário em todos os sentidos não se dissiparão como em um passe de mágica. É chegado o momento de muito trabalho, de muitas modificações, sejam estruturais,

sejam pedagógicas. Neste momento tão crucial para a educação infantil, podemos nos

perguntar: Por onde começar? Que caminhos trilhar para dar às crianças de 0 a 6 anos uma educação de qualidade? Qual poderia ser o fio condutor das mudanças? Na verdade, investir na formação dos profissionais que atuam nessa área é um dos caminhos a serem seguidos. Historicamente, esses educadores, em sua grande maioria, sobretudo os que atendem a demanda das camadas mais empobrecidas da população, têm sua prática ancorada no fato de ter paciência, de gostar de criança, de não ter uma formação profissional, de ter um trabalho próximo às suas casas, etc.

Perrenoud (2001) afirma que formar professores, a partir de situações de aprendizagem, deveria ser a meta desses programas, da educação infantil até a universidade, tornando-os profissionais que dominam as habilidades de seu ofício. Tal formação deverá pautar-se na análise das práticas e na reflexão. Esse autor aponta que o desenvolvimento de algumas competências são fundamentais nesse processo, como aprender a ver e a analisar; aprender a ouvir, a escrever, a ler e a explicar; aprender a fazer; aprender a refletir. A precariedade na formação de educadores infantis no Brasil, de modo geral, é de toda a ordem. Vários motivos podem ser apontados, desde os aspectos históricos da trajetória dessa etapa de ensino, já apontados neste capítulo, até a cultura ainda muito forte de que para trabalhar com crianças basta gostar e ter paciência com elas.

Estes

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