A origem do carimbó

Carimbó: Conhecer para valorizar

Autores: Daniele da Cruz Aranha, Geny Chagas de Araújo, Hellem dos Santos Assunção, Laís Cristina Farias da Silva, Myrthila Shayenne Farias do Amaral,             Rozilda Paixão da Silva, Thais Pinto de Souza Sá, Yasmim Santos das Neves.

Resumo

         Este trabalho constitui em uma pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo analisar o Carimbó e suas origens. O carimbó reuniu influencias das culturas indígenas, ibéricas e africanas apresentado como uma manifestação cultural tradicional presente no Estado do Pará, expressada através de suas músicas, letras, instrumentos e dança certas características do modo de vida das populações tradicionais ribeirinhas e rurais da região, nesse sentido o carimbó segue sendo uma expressão artística cultural de práticas sociais e saberes diversos e é visto pelos seus produtores como expressão da identidade cultural da Amazônia Atlântica.

Palavra chave: Carimbó, Dança, Patrimônio Cultural.

1. Introdução

        O trabalho realizou-se através de pesquisas bibliográficas sobre a origem do carimbo, embora haja registro do carimbo no estado do Maranhão, essa cultura é tradicional do estado do Pará, produzida por comunidades tradicionais da Amazônia, como os ribeirinhos. No fim do século XIX o carimbó aparece em leis dos municípios de Vigia e Belém, no primeiro momento o carimbó foi situado indiferenciadamente no conjunto de sons populares visto como “bárbaros”, do mundo e da rua e da “desordem”. O carimbó passou por extremas dificuldades para se expor pelas ruas da capital do estado do Pará, pois foi proibido fazer batuques ou sambas, dar altos gritos, tocar tambor, carimbó ou qualquer outro tipo de instrumento que tirasse o sossego durante a noite (DA COSTA, 2015).

        Ao passar dos anos o carimbó foi ganhando espaço em todo o território paraense, pois o gênero musical foi importantíssimo para a identidade o estado do Pará. Embora o carimbó não estivesse o reconhecimento como patrimônio cultural ele era reconhecido como uma identidade local para os turistas.

        Com o objetivo de registrar como bem cultural de natureza imaterial, garantindo a importância em sua preservação e o reconhecimento como patrimônio de nossa cultura, assim podendo ser definido como nossa identidade. Ampliar uma mobilização da sociedade, das instituições e dos atores que estão diretamente envolvidos na manutenção de manifestação. Por ser um bem cultural presente em diversas localidades, com múltiplos significados, acompanhado efetivamente das discussões, contribuindo no trabalho de pesquisa, articulando aliança e elaborando propostas junto com as necessidades dos grupos e comunidades carimbozeiras.

        Nesse sentido, a organização da Campanha “Carimbo Patrimônio Cultural Brasileiro” vem cumprir a meta de integrar os segmentos sócios e culturais ligados ao carimbo proporcionando a todos um espaço de cooperação, reflexão e ação coletiva em prol do reconhecimento e valorização dessa tradição cultural popular e construir e resgatar saberes da sociedade contemporânea, atuar de modo inovador usando as novas tecnologias e o modo de preservação do meio material e imaterial do carimbo.

        Dessa forma o Carimbó tem se destacado por sua importância artística, cultural, ambiental, histórica e social. São inúmeros casos de produções musicais, saberes e trajetórias de vida de grande relevância para a história da cultura nacional que sobrevive somente na memória coletiva de nossos mestres e seus descendentes, porém, hoje busca o seu reconhecimento mais amplo, mais profundo, lutando para afirmar sua importância para toda a sociedade brasileira.

1. Desenvolvimento

2.1 histórico

[pic 1]        Segundo CASCUDO (2012), o significado da palavra carimbó refere-se a uma espécie de tambor que é encontrado na floresta, o qual é feito do tronco de uma árvore e seu interior é oco. Vindo da linguagem Tupi Karimbó de onde veio a primeira designação do termo carimbó quer dizer: Curi (pau) e M'bó (oco furado), ao passar do tempo, o termo foi ganhando a nomenclatura de curimbó, corimbó e carimbó aos poucos ganhando vida, que se originou em um instrumento que produz um som com ritmo, que deu origem às danças e ao gênero musical do carimbó.

        De maneira histórica, o ritmo retrata uma forma de cultura unindo a ela os costumes sociais festivos, religiosos dentro de um cotidiano entre as  raças e tribos, interligando  o “carimbó tradicional” de pau e corda” e o “carimbo estilizado” moderno com instrumentos eletrônicos. Onde há  uma mistura  de tradição e modernidade,  entre os  ritmos dos carimbozeiros.

        Surgiu no século XVII, devido à grande necessidade dos povos negros e escravos, que almejavam afastar a tristeza e o sofrimento do labor do dia a dia. O Carimbó faz parte da sociedade cultural de um povo, no qual vem conquistando ao longo dos tempos, seu lugar na história brasileira, sendo uma característica marcante da cultura atual.

O seu principal aspecto positivo é o grande avanço em nossa cultura brasileira, que atravessa toda uma trajetória de nossos costumes. O ritmo e o gênero musical tradicional mais conhecido do Estado do Pará, sendo considerado um elemento fundamental da “identidade cultural”. (LOUREIRO, 2008).

Sendo uma forte demonstração da cultura do norte do Brasil, praticado mais precisamente no estado do Pará. Certos apreciadores em folclore asseguram que o carimbó apresenta influências de três raças que compõe a sociedade brasileira, quais sejam: negros, portugueses e índios, como também, peculiaridades distintas que só o ritmo do Carimbó possui, como o batuque africano, os instrumentos dos índios, a  coluna curvada no momento da dança,a maneira como dança essa raça, e os sons dos dedos dos portugueses.

 Conforme GUERREIRO DO AMARAL (2003), quando o carimbó passa a integrar o cotidiano cultural de Belém, em meados da década de 1970, apresentada como uma modalidade musical típica do Pará surge também duas formas distintas de pensamentos: uma abordando o carimbó tradicional, enquanto a outra uma versão moderna, ambas representadas pelos cantores “Verequete e Pinduca” ligados a idéias de tradição e de modernidade carimbóticas.

O uso do termo carimbó tradicional, ou carimbo de “raiz” percebe-se a necessidade diante da existência, no Estado Pará de outra forma de estilo de carimbo chamado de “moderno” ou “urbano" de forma que o primeiro é realizado pelas populações das cidades dos interiores que viveram distante da lógica comercial, o carimbo urbano fluiu do processamento de propagação do carimbo na capital do estado.   GUERREIRO DO AMARAL, (2003).