ANÁLISE CRÍTICA DO FILME A FONTE DAS MULHERES
Por: sqaraujo1 • 22/2/2016 • Resenha • 508 Palavras (3 Páginas) • 2.100 Visualizações
ANÁLISE CRÍTICA DO FILME A FONTE DAS MULHERES
Este filme conta a história de mulheres que trabalham em meio a um ambiente quente e desfavorável. Elas sempre vão até a fonte buscar água para o consumo e os afazeres domésticos, momento onde também descontraem e se divertem. A questão feminina já se mostra desde o início do filme. Em uma cultura extremamente machista a divisão de trabalho se dava através do gênero, onde o papel da mulher era cuidar única e exclusivamente dos filhos e do lar. Baseavam-se nos preceitos religiosos para justificar a realidade a qual viviam, mantinham uma hierarquia social, e em ultimo caso, os homens iam para as guerras a fim de proteger a sua família e comunidade, dispondo da sua própria vida, caso fosse preciso.
A tradição mantinha-se firme com o passar dos anos, só não havia mais guerras, e os homens não precisavam mais arriscar a suas vidas pela segurança do seu povo. Alguns homens iam para a cidade em busca de emprego para o sustento da família, e as mulheres continuavam com o costume enraizado, sempre buscando água na fonte e cuidando do lar. Sem cessar. Até a chegada de Leila, personagem interpretada por Leila Bekhti. Leila não nascera naquela comunidade, mas casou-se com Sami, personagem interpretado por Saleh Bakri, decorrente disto, Leila passou a fazer parte desta aldeia. Leila com o apoio do seu a marido e de uma terceira personagem, começou a questionar-se e questioná-los sobre a situação e sobre a hierarquia enraizada na qual ela e muitas outras mulheres estavam inseridas e eram obrigadas a aceitar, desencadeando indiretamente um papel importante para o estado.
Devido ao esforço feito pelas mulheres ao carregar a água da fonte, muitas delas eram vitimas de abortos, não contente com essa situação, Leila sugere aos homens da aldeia para que ajudem as suas esposas nessa tarefa árdua e diária, e caso eles não se dispusessem a ajudá-las, fariam uma “greve de amor” como castigo, até que eles decidissem ceder. Mas sem sucesso, poucas foram as pessoas que apoiaram esta idéia, impossibilitando assim a mudança na qual Leila estava disposta a iniciar. O movimento não tomou a proporção na qual deveria ter tomado.
Não satisfeitos com a “greve de amor”, os homens enxergavam essa atitude como uma afronta, e que ia de encontro aos preceitos de Alá, muitas foram as mulheres que sofreram agressões de seus maridos ao aderir o movimento.
A luta das mulheres do filme, não era apenas por água encanada, e sim por uma divisão de trabalho mais justa e igualitária entre homens e mulheres, enquanto os homens continuassem classificados superiores as mulheres, a sociedade em que eles viviam jamais se libertaria da hierarquização na qual vivia.
O conhecimento legitima a igualdade, em uma sociedade que se tem dominadores e dominados, e se só o que se julga superior tiver acesso ao conhecimento, não vai se tornar uma sociedade democrática nunca. Em uma sociedade onde o acesso de conhecimento alimenta a todos, a democracia e a solidariedade no sentido de conjunto, impera.
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