AS FILOSOFIAS E CIÊNCIAS HUMANAS ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
Por: dessa1006 • 7/9/2020 • Artigo • 1.883 Palavras (8 Páginas) • 165 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIAS E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
Docente: Patrícia Farias
Discentes: Andressa da Silva Martins, Carolina Miranda, Gabriela Romariz Leivas, Mariana da Costa Barros, Thayane da Silva Soraes
- OBJETIVO
Objetivo do trabalho em questão é o de avaliar as dinâmicas sociais e culturais (historicamente construídas) que estabelecem a comunhão de determinados valores entre os membros do grupo identitário dos expositores da Feira Carioca da Gema.
- MATERIAL E MÉTODOS
A partir do método descritivo a pesquisa propõe-se a estudar a história e organização de um grupo específico, expositores da Praça Mauá, através das técnicas de observação participante, entrevistas com integrantes do grupo e pesquisa documental.
- IDENTIFICAÇÃO E HISTÓRIA DO TERRITÓRIO
A região em que o grupo de expositores trabalha é Zona Portuária, ou Porto Maravilha, da cidade do Rio de Janeiro. Mais especificamente entre o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (mapa em anexo 1).
O Novo Porto do Rio de Janeiro foi inaugurado na década de 1910 da Praça Mauá até a Ponta do Caju. O novo porto foi uma das grandes transformações modernizadoras realizadas na cidade durante a gestão do Presidente Nilo Peçanha. O porto possuía 20 armazéns principais e 32 secundários e, além disto, era equipado com 52 guindastes elétricos.
Atualmente, o espaço passou por uma revitalização de Parceria Público-Privada[1], sob alegação de restauração da história da cidade. Hoje abriga o Museu do Amanhã (inaugurado em 2015) e Museu Arte do Rio (inaugurado em 2013).
- IDENTIFICAÇÃO DOS ENTREVISTADOS
A primeira barraca que visitamos era exposta por duas feirantes: uma advogada e outra pedagoga. Elas disseram que atuam nas suas respectivas áreas de formação durante a semana e que desde agosto trabalham em feiras pela cidade do Rio de Janeiro aos finais de semana. O objetivo é produzir uma renda extra para o casamento de uma delas.
Elas destacam que por serem moradoras da cidade de Niterói, tentaram primeiro expor seus produtos nas feiras da região, contudo era muito burocrático. Sendo assim começaram a expor na cidade do Rio de Janeiro e as feiras da Praça Mauá são muito agradáveis de trabalhar. Há uma solidariedade e fortalecimento grande entre os expositores. Destaca até que despois que começou a vender em feiras, nunca mais comprou presentes em shoppings centre.
A segunda entrevistada atua como expositora em tempo integral há a 4 anos. Relatou que trabalhou com diversos gêneros de produtos até chegar hoje no ramo de bijuterias produzidas por ela mesma. Segundo a entrevistada ela realiza muitas pesquisas para acompanhar as tendências do momento, para procurar material mais atrativo ao publico e produzir peças originais. Ela destaca que dentro do seu seguimento (bijuterias) existe bastante concorrência e a relação é conflitante. Contudo, com relação aos expositores das feiras da zona portuária, as descreve como sendo razoavelmente harmoniosa.
A terceira expositora é Sra N, porta voz do grupo que pesquisamos. Em sua trajetória ela relata que trabalhou por muitos anos em livraria e que acompanhou toda a crise das livrarias. Desde a falência das pequenas livrarias até a resistência de grandes redes, com suas enormes dívidas, de continuarem abertas. Atualmente possui anos de experiência como expositora sendo seu ramo a venda de quadros personalizados.
Ela menciona que seu trabalho mostra ao turista e estrangeiro, o que realmente é o Brasil. Sua cultura popular e “quem somos de verdade”. Diz achar importante ter disponibilidade de uma enorme gama de temas em seus quadros para identificação e atendimento de todos os públicos e demandas.
- UTILIZAÇÃO ATUAL DO TERRITÓRIO
O local passou a ser um forte ponto turístico da cidade, funcionando como um espaço de lazer, onde ocorrem diversos eventos, como shows e as feiras de artesanato. As feiras que ocorrem na Praça Mauá, não necessariamente são organizadas pela mesma comissão.
Para promover uma feira (ou outro tipo de evento), é necessário que o organizador tenha a licença da Prefeitura do Rio de Janeiro para promover o evento desejado. Licença esta que é obtida através, primeiramente, do preenchimento de Consulta Prévia de Evento, no portal Carioca Digital, na aba Alvarás e Licenças > Alvará de Eventos. A partir daí, abre-se um formulário onde deverão ser inseridas todas as informações relevantes para a apreciação do pedido (site da Prefeitura do Rio de Janeiro).
- FEIRA DO CIRCUITO CARIOCA DA GEMA – PRAÇA MAUÁ
A feira de artesanatos organizada pelo Circuito Carioca da Gema, que tem edições em Botafogo e em Ipanema, realizou três edições na Praça Mauá. Essa feira, gastronômica e de artesanatos, consiste em 42 barracas (imagem em anexo II), que são pré-selecionadas pelo organizador da feira (Sr. V.).
De acordo com Sr. V, a seleção dos produtos a serem expostos é bem criteriosa. Ele estuda a localização e o estilo de público do local, objetivando traçar quais exposições teriam a maior capacidade atrativa dos consumidores. Sendo assim, há uma preocupação em não ofertar muitas barracas com o mesmo tipo de mercadorias, que os preços sejam condizentes com o poder aquisitivo do público e, além disto, que haja promoção de uma diversidade cultural a cada edição.
O aluguel, a montagem e desmontagem das barracas é responsabilidade da organização da feira. Restando aos expositores o pagamento de uma taxa fixa (estipulada pelo organizador) para expor suas mercadorias.
Para participar do evento como vendedor, é preciso que o expositor entre em contato com a comissão organizadora para demonstrar interesse na edição.
- ESTRUTURAÇÃO DO GRUPO
As feiras que ocorrem na Praça Mauá, não necessariamente são compostas pelos mesmos expositores. Contudo, segundo o relato de uma das entrevistadas (Sra. N.), há um grupo de cerca de 80 expositores que expõem regularmente no local. O grupo é composto por expositores que ingressaram nas feiras da praça Mauá há cerca de 3 anos e que passaram a se articular como forma de proteção dos interesses da categoria[2].
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