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AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA PRÁTICA EM BUSCA DE NOVAS ALTERNATIVAS

Por:   •  15/12/2016  •  Monografia  •  8.845 Palavras (36 Páginas)  •  419 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Os resultados apresentados ao longo dos anos por uma avaliação como um ato de medir conhecimento, resultando unicamente em classificação, seleção e exclusão, foi o que fez surgir o interesse por essa pesquisa. Abordou-se no estudo a seguinte questão: o atual modelo de avaliação tem contribuído de forma eficaz para o avanço da Educação inclusiva?

Tendo-se ciência da complexidade que constitui o ato de avaliar e partindo dessa problemática, o estudo proposto objetiva verificar  as contradições e equívocos que existem na prática avaliativa da educação inclusiva, despertando no educador uma visão crítica, consciente sobre o papel da avaliação, seus instrumentos e sua repercussão na vida escolar do aluno, apontando novos rumos e possibilidades para o processo avaliativo.

Por ser um assunto polêmico, a avaliação tem despertado em muitos educadores a premência de realizarem um trabalho mais apropriado, envolvendo todos os elementos do processo educacional.

Portanto, torna-se necessário que se tenha conhecimento do que é avaliação, para quê se avalia, pois é através desse conhecimento que é orientada a prática pedagógica tão importante. Não só para a escola mas principalmente para a vida do aluno.

A discussão sobre a avaliação vem ocorrendo há muito tempo. A prática de ensino e estrutura escolar sofre mudanças e transformações nas políticas não apenas relacionadas à legislação, mas também nas ações relacionadas à melhoria da qualidade de ensino.

Os estudos em avaliação costuma deixar pelo caminho, algumas verdades absolutas, critérios, objetivos, das medidas padronizadas e das estatísticas, para alertar sobre o sentido essencial dos atos avaliativos de interpretação de valor sobre o objeto da avaliação, de um agir consciente e reflexivo frente às situações avaliadas, tendo como referencial básico o papel interativo do avaliador no processo.

A avaliação é necessária, e por meio de uma reflexão sobre esse tema, que se conscientiza os educadores e educandos sobre a importância de se analisar todo o processo que envolve, de modo que, esse passa a ser um meio e não um fim a se alcançar, evitando assim o perigo de prejudicar o bom desenvolvimento do educando.

De modo geral, ao se analisar o processo ensino-aprendizagem, existe só a preocupação em verificar a eficácia da ação pedagógica – medida por meio de notas – ou em relação ao trabalho do professor ou em relação ao desempenho do aluno.

É preciso, porém, considerar que o trabalho desenvolvido dentro da escola sofre de variáveis externas do meio social em que vivem os educandos. Principalmente dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais, para que se possam levar em consideração as variáveis que influenciam o rendimento escolar. E a partir do momento que as escolas estiverem ultrapassando os limites das técnicas, valorizando o lado efetivo e social além do cognitivo, será dada ao aluno a oportunidade do pleno desenvolvimento.

Nesse contexto, a avaliação não será apenas um instrumento para a aprovação ou reprovação, mas sim, um valioso meio para se diagnosticar a situação e direcionar novos caminhos. Isto não quer dizer que as notas devam desaparecer, mas sim, que venham acompanhadas de uma pedagogia diferenciada, seguindo as linhas de Perrenoud (1999, p.17), que diz, “[...] procurando levar em conta todas as atribuições do aluno, proporcionando a identificação de conteúdos significativos, atividades diversificadas, considerando todo crescimento durante as tarefas do cotidiano”.

Cada pessoa tem uma forma particular de apropriar-se do conhecimento, umas são mais rápidas na aquisição, já outras demoram mais e precisam de um tempo maior e formas diferentes para atingi-lo. O professor precisa estar atento a essas questões, considerando as diferentes habilidades na trajetória de cada indivíduo.

A avaliação não deve ser um ponto final na aprendizagem, e sim um momento de parada durante o processo para averiguar os crescimentos adquiridos, os pontos negativos e positivos, para descobrir quais os rumos das estratégias de ensino que deverão ser adotadas a fim de que se atinjam os objetivos que levem de fato a uma educação de qualidade.

Para a realização desse trabalho, utilizou-se a pesquisa descritiva bibliográfica, apoiando-se, nas idéias de alguns teóricos como: Hoffman, Perrenoud, Esteban, Vasconcellos, Luckesi, entre outros. Pesquisou-se também documentos, artigos e revistas que tratam do assunto, objetivando aprofundar a reflexão sobre a avaliação, pois considera-se esse tema importante para atender as necessidades e particularidades dos alunos inclusivos no ensino regular.

Espera-se com essa pesquisa estar contribuindo para a superação da lógica classificatória e excludente da avaliação da aprendizagem, afim de que passe a estar comprometida com a construção da cidadania plena de todos os educandos.


2. PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E O PAPEL DA AVALIAÇÃO RESGATANDO AS IDÉIAS PEDAGÓGICAS

Segundo Perrenoud (1999, p. 9) “[...] avaliação nasceu com os colégios por volta do século XVII, tornando-se indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX com a escolaridade obrigatória”.

Apesar de quase unânime de que a avaliação é necessária no processo de escolarização, a ação avaliativa continua sendo um tema polêmico.

A questão é saber se cada época reinventa a maneira em sua linguagem, ou seja acontece algo diferente. Acredita-se que a história muda no dia a dia, através de uma avaliação que possa auxiliar o aluno a aprender e quem sabe, apontar novas alternativas para a educação.

Sabe-se que a mudança não se dá de uma só vez, mas aos poucos, isto porque a avaliação é um processo que aprecia ser bem articulado no cotidiano escolar e que sobre influências do contexto histórico ao qual está inserido.

Atualmente existem pedagogos que buscam colocar a avaliação a serviço do aluno e não do sistema, e mesmo condenando notas, elas ainda estão presentes nas instituições escolares, e assim lentamente a escola muda nas perspectivas de encontrar novos rumos e possibilidades para o processo avaliativo.


E ainda Perrenoud (1999, p.17) diz:

Mais dia, menos dias os sistemas educativos estarão encurralados: ou continuarão presos ao passado, fazendo um discurso de vanguarda, ou transportarão os obstáculos e orientar-se-ão para um futuro em que as hierarquias de excelência serão menos importantes do que as competências reais de maior número.

A partir disto, pode-se dizer que a escola começa a despertar para mudanças, pois sabe que os conflitos e dificuldades estão necessitando de soluções urgentes e criativas que possam superar esse momento de transição.

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