Análise do Filme "Escola da vida" e do filme "Como estrelas na terra"
Por: elainemiranda • 22/9/2020 • Dissertação • 1.620 Palavras (7 Páginas) • 319 Visualizações
Resenha Crítica do Filme Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial e do filme Escola da vida
O filme Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial narra a história de um menino chamado Ishaan Awasthi, de 9 anos de idade. Ele possui um distúrbio causado por uma alteração dos cromossomos que afeta cerca de 5 a 17% da população mundial: a dislexia. É um transtorno genético e hereditário, que se caracteriza principalmente pela dificuldade visual e de decodificar símbolos gráficos. A dislexia dificulta a aprendizagem da criança em relação a aprender a ler e escrever, a de compreender um texto, e possui diferentes graus variando de pessoa pra pessoa.
O filme “Escola da Vida” narra à história de uma escola conteudista e de padrões engessados com professores tradicionais, uma realidade ainda presente em muitas escolas onde não existe uma metodologia em que o aluno tenha interesse real pelo que se aprende, não possui dinamismo ou nenhuma outra motivação. No filme, Matt após a morte do seu pai, que também trabalhava na escola e que por muitos anos seguidos ganhou o troféu de melhor professor, luta para seguir o mesmo curso ao qual seu pai foi consagrado, tentando alcançar os mesmos méritos, mas sem nenhum outro olhar, ele seguia totalmente tradicionalista, sem perspectivas de gerar mudanças em seus ensinamentos.
Ishaan, o garoto do filme “Como estrelas na Terra” estuda em uma escola tradicional bem parecida com a escola que vemos no filme “Escola da Vida”, extremamente rígida. Devido as suas dificuldades na aprendizagem repetiu uma vez o terceiro período e se vê correndo o risco de isso acontecer novamente. Ele se queixa que as letras dançam em sua frente, assim ele presta atenção em qualquer coisa ao seu redor menos nos conteúdos das aulas. Todos da escola na qual ele estuda, e inclusive seu pai acredita que é falta de disciplina, de esforço, e que o menino é preguiçoso, tratando-o sempre com falta de paciência, rudez e pouca sensibilidade.
Um dia quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora sobre seu filho, o mesmo toma a decisão de coloca-lo em um colégio interno. O menino vai mesmo contra sua vontade, fica triste e deprimido durante dias sentindo falta da mãe e do seu irmão, e com isso sentindo cada vez menos vontade de aprender. O foco do internato era disciplinar. De repente, quando tudo parece perdido para Ishaan aparece um professor substituto para disciplina de artes, o professor Nikumbh, este era diferente dos outros, não seguia de forma rigorosa todas as normas da escola, ele era atualizado com metodologias próprias, e extremamente sensível em questão ao olhar para as crianças.
Quando o professor conhece Ishaan logo percebe que o menino era diferente. Se aproximou cuidadosamente do menino no intuito de ajudar e acaba descobrindo que ele sofria de dislexia. Esta era uma dificuldade a qual ele conhecia e então resolve tomar a missão tirar o garoto do abismo o qual ele se encontrava. Com toda sensibilidade, paciência e metodologia adequada consegue ensinar Ishaan a ler e a escrever, o menino vai superando suas próprias limitações, passando a ver um novo significado para a aprendizagem, para escola e para a vida.
Ambos os filmes mostram a importância do olhar sensível do professor, do uso de metodologias criativas, e de uma didática diferente das tradicionais. O professor tem em suas mãos o poder de transformar, mas para isso ele precisa de metodologias próprias para o ensino, de forma a facilitar a compreensão dos alunos, tendo um olhar atento as necessidades de cada um, tornando a sala de aula um lugar de aprendizagem agradável, prazeroso e estimulador. Qualquer pessoa, à partir do momento em que olha para o outro, em que possui um entendimento da variação de espaços existentes, e principalmente conhece suas necessidades, consegue se adequar a qualquer lugar que se faça presente. Na verdade, trazendo consigo boa vontade e uma sólida bagagem teórica e metodológica, ela consegue transformar, a tudo e a todos, promovendo a mudança daquilo que já se estabilizou.
Na escola retratada tanto no filme "Como Estrelas Na Terra” quanto no filme “Escola da vida” os professores se preocupam principalmente em passar conteúdos, alguns alunos não conseguiam acompanhar os outros ficando cada vez mais para trás, ou não se interessavam devido as aulas serem maçantes e abstratas. Vemos isso em muitas escolas nos dias atuais, a preocupação é cumprir o que está na grade curricular, corrigir erros gramaticais e isso é muito superficial, a aprendizagem deve acontecer de forma significativa para o aluno, o conhecimento deve ser apreendido sendo levado em consideração às experiências e especificidades do educando.
No filme "Como Estrelas Na Terra” notamos que falta isso nos professores da Escola de Ishaan, eles não percebiam que ele era uma criança especial a qual necessitava de uma metodologia diferenciada para aprender a leitura e a escrita, que precisava ser compreendida. O professor substituto Nikumbh veio e fez a diferença, ele consegue mobilizar a escola para a importância da diversidade e do respeito com o próximo, mostrando que é possível fazer com que a aprendizagem aconteça a partir da didática e do olhar do educador.
Em ambos os filmes tudo muda com a chegada de um professor substituto. No filme “Escola da Vida” com o Sr. D professor de História, ele chega com uma nova forma de ensinar, lúdica, com dinamismo em suas aulas, com a troca de saberes, dando direito ao aluno de falar e de ser ouvido, isso gera um grande incômodo nos outros professores, pois isso parecia ser inconcebível e até fora dos padrões aceitos. Contudo, esse novo professor com essas novas metodologias de ensinar provoca um enorme prazer e satisfação nos alunos, que deixam transparecer isso
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