As Concepções e Práticas de Alfabetização
Por: Caroline Ribeiro • 7/9/2023 • Trabalho acadêmico • 541 Palavras (3 Páginas) • 45 Visualizações
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO
“De cada 10 adultos que decidem se alfabetizar, sete desistem do objetivo antes de ler a primeira palavra”. Esse dado alarmante reflete a necessidade de reinvenção da escola, de modo a acolher adultos analfabetos. Diversos aspectos políticos, pedagógicos e didáticos da alfabetização precisam ser repensados, assim como as concepções e práticas de alfabetização assumidas pela escola.
Inicialmente, é preciso entender que aprender uma técnica (de escrita, por exemplo), e não saber usá-la, não basta. Aprender a decodificar de nada vale caso não haja uma aprendizagem acerca das diversas práticas sociais que envolvem a alfabetização e o letramento. Esses processos precisam ser adotados interdependentemente.
É fato que se aprende interagindo com o objeto de conhecimento, logo, aprende-se a escrever interagindo com a leitura e escrita, Isso, porém, não exclui a necessidade de que haja um método. Não se pode excluir a importância de codificar e decodificar no processo, porém, os caminhos que levam a esse conhecimento podem, e devem ser repensados. Assim como a presença, por si só, no ambiente alfabetizador não é suficiente, pois se bastasse, os números que iniciam este texto não seriam verídicos. Logo, não basta que o indivíduo conviva com a escrita, é preciso que haja uma apropriação sistemática e progressiva.
Somado a esses desafios que já se impõem na alfabetização e letramento de crianças, tem-se o fator agravante de que a Educação de Jovens e Adultos possui um lugar periférico nas políticas públicas, nas atividades e nas produções acadêmicas. Falta uma educação que seja de fato direcionada a esses alunos e que considere a sua realidade.
Freire (1987; 1996; 2011) fala constantemente sobre a importância da cultura, onde o próprio homem tem a potência de escrever sua história. A concepção de Educação de Freire não é apenas uma crítica à Educação tradicional, econômica e quantitativa, mas uma forma de mostrar um novo olhar para a Educação.
No que tange a EJA, a importância da metodologia e abordagem adequadas não pode ser desconsiderada, se o objetivo é que esses estudantes cheguem ao final do curso de forma bem sucedida. É importante que o educador seja mediador e aprenda junto com os seus alunos, numa troca. O ideal é que a pedagogia aja na educação para que ela seja transformadora e que a sala de aula funcione como um espaço de descobertas e novas possibilidades dentro da realidade que se vive. Essa necessidade por si só já nos mostra o longo caminho a ser percorrido, perpassando, inclusive no papel do professor em sala de aula.
O uso do material didático é também um auxílio de grande utilidade à educação, independente da modalidade de ensino. Na EJA não é diferente. Eles funcionam como recursos pedagógicos que ajudam na praticidade e na dinâmica das aulas, mas que dependem do olhar do professor acerca da qualidade e relevância dos seus conteúdos para o contexto dos seus alunos. E pouco se olha para a adequação do material disponibilizado para a EJA.
De uma maneira geral, a EJA passou e passa por um processo evolutivo, reconhecendo principalmente a interferência positiva de Paulo Freire. Contudo, cabe frisar que o aperfeiçoamento precisa ser contínuo. Os caminhos a serem percorridos, políticos, pedagógicos e didáticos, merecem atenção constante.
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