As Informações Implícitas: Pressuposto e Subentendido
Pesquisas Acadêmicas: As Informações Implícitas: Pressuposto e Subentendido. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Flor_unip • 9/10/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.965 Palavras (8 Páginas) • 573 Visualizações
As Informações Implícitas: Pressuposto e Subentendido
INTRODUÇÃO
Este texto tem como objetivo uma breve análise comparativa entre implícito, pressuposto e subentendido os quais encontramos em mensagens, falas, textos e diálogos do cotidiano.
É de suma importância a diferenciação dos pressupostos e subentendidos, pois esses dois temas, apesar de parecidos, trazem duas concepções divergentes, o primeiro leva-nos a conclusões fundadas em verdades compartilhadas, já o segundo, por sua vez, leva-nos a conclusões próprias.
Sendo assim, passamos a expor cada um dos temas, os quais nos fazem compreender as informações implícitas.
INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
No dicionário encontramos o seguinte significado para a palavra implícito: que está envolvido, mas não de modo claro, subentendido. Nota-se como um assunto acaba se entrelaçando com outro, da qual também faz parte do mesmo trabalho. As informações implícitas estão por toda a parte, que atinge nosso subconsciente, usado por meio de imagens, músicas e gestos da qual a mídia os utiliza muito. Influenciando inclusive na compra de certo produto.
Numa analogia, pode-se dizer que a Ordem Explícita é o universo espaço-temporal em que vivemos, e a Ordem Implícita o universo do não-manifesto.
*Implícito: é algo que está envolvido naquele contexto, mas não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido.
*Quando lidamos com uma informação que não foi dita, mas tudo que é dito nos leva identificá-la, estamos diante de algo implícito.
*A compreensão de implícitos é essencial para se garantir um bom nível de leitura.
*Há textos em que nem tudo o que importa para a interpretação está registrado.
*O que não foi escrito deve ser levado em consideração para que se possa verdadeiramente interpretar um texto.
Para uma leitura eficiente, o leitor precisa captar tanto as informações explícitas como também implícitas. Um bom leitor é aquele que consegue ler nas entrelinhas, senão acaba por despercebido alguns significados importantes e decisivos ou ainda cair no erro de concordar com coisas da qual rejeitaria se assim percebesse.
É bom que se ressalte que no âmbito do direito, o implícito pode tanto ajudar como atrapalhar, quando se direciona ao magistrado devemos evitar ao máximo escrever nas entrelinhas, pois poderá prejudicar no andamento de certo processo.
PRESSUPOSTO
É indiscutível que a escola é o lugar privilegiado para auxiliar os alunos na leitura de pressupostos. Mas, o que são pressupostos? Veja-se o seguinte exemplo prático:
“Ademir parou de beber.”
Para se aceitar o fato de Ademir ter deixado de beber, toma-se, como verdadeira, outra informação que, embora não dita na frase, é logicamente pressuposta pelo verbo parar de, ou seja, se Ademir parou de beber, é porque antes ele bebia.
Por outro lado, a informação deixa de ser válida se Ademir nunca bebeu. Dessa feita, o Novo Dicionário Aurélio (Ferreira, 1986) assim define pressuposto: “circunstância ou fato considerado como antecedente necessário a outro.” De forma mais abrangente, Ilari e Geraldi (1994: 90) explicam que a pressuposição é um “conteúdo implícito, sistematicamente associado ao sentido de uma oração, tal que a oração só pode ser verdadeira ou falsa se o conteúdo em questão for reconhecido como verdadeiro”.
No exemplo citado acima, percebe-se que a pressuposição lógica ou semântica é parte do conhecimento partilhado pelo falante e pelo ouvinte. Assim, diz-se que sua noção é relacionada ao sentido das palavras inscritas no enunciado, mas também, como diz Cançado (2005: 27-28), “a um conhecimento prévio, extralinguístico, que o falante e o ouvinte têm em comum”; portanto, de acordo com a autora , “pode-se dizer que a pressuposição é uma noção semântico-pragmática.”
Dessa feita, o conteúdo pressuposto “Ademir bebia antes”, já que conhecido pelos interlocutores para ser proferido, não é afetado, permanece inalterado quando esse enunciado é negado, ou é colocado em forma de interrogativa, ou mesmo como uma condicional (suposição) antecedendo outra sentença:
a) Ademir parou de beber;
b) Ademir não parou de beber;
c) Ademir parou de beber?
d) Se Ademir parou de beber, sua esposa deve estar contente.
O pressuposto faz sentido em qualquer uma dessas situações, ainda que modifiquemos sua forma sintática.
Ao analisar as relações de sentido em enunciados, algumas palavras ou expressões introduzem pressuposição. Entre os indicadores linguísticos de pressuposição, podem-se citar certos adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo, verbos que indicam mudança ou permanência de estado, advérbios, orações adjetivas e conjunções, os quais, ao serem identificados, contribuem para uma leitura mais aprofundada do texto.
Quando se diz, por exemplo:
“Frequentei as aulas de pintura, mas aprendi algumas coisas.”
O falante transmite duas informações de maneira explícita:
a) que ele frequentou as aulas de pintura;
b) que ele aprendeu algumas coisas. Ao ligar essas duas informações com um mas comunica também, de modo implícito, sua crítica às aulas de pintura, pois passa a transmitir a ideia de que pouco se aprende nessas aulas.
Para entender melhor:
São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Assim, quando se diz O tempo continua chuvoso, comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso.
Na frase: Pedro deixou de fumar diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo deixar, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes. A informação explícita pode
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