As Mudanças na Educação
Por: Monica Perny • 8/3/2016 • Relatório de pesquisa • 1.307 Palavras (6 Páginas) • 310 Visualizações
MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma análise crítica relacionando o texto de José Armando Valente, “Mudanças na sociedade, mudanças na Educação: o fazer e o compreender”, com o conteúdo de dois vídeos: primeiro, o vídeo “Academia de Professores – entrevista com a professora Viviane Mosé; e, segundo, o vídeo “Qual a postura ideal do professor?” de Mario Sergio Cortella.
O texto do professor Jose Valente traz importantes reflexões sobre a necessidade de mudanças no cenário da Educação e como elas poderão contribuir para a re-eleboração dos recursos teóricos e práticos do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com o autor se mudança na Educação é lenta e quase imperceptível, em outros segmentos da sociedade ela é rápida e visível, chegando a modificar o comportamento do indivíduo, principalmente no seu modo de trabalhar, pensar e atuar. Refletir sobre estas questões torna-se necessário para novas buscas, por novos conhecimentos e novos modelos Pedagógicos para atual Sociedade do Conhecimento.
MUDANÇAS NA SOCIEDADE
O texto faz uma análise dos sistemas de produção de bens e de alguns serviços dentre eles a Educação. De acordo com os professores. José Valente, Sergio Cortella e a psicanalista Viviane Mosé a sociedade passa por uma verdadeira mudança de paradigma na evolução do pensamento cientifico. Segundo Mosé o que mudou mais radicalmente foi a democratização do acesso ao conhecimento. Para a psicanalista, Sociedade da Informação, marcada pela ausência da rede social, transforma-se em Sociedade do Conhecimento, marcada pela presença da rede social. Na Sociedade do conhecimento indivíduo produz conhecimento em tempo real e que pode ser acessado por qualquer pessoa.
Para discutir as mudanças ocorridas na sociedade, Valente faz uma análise dos sistemas de produção de bens informando que, inicialmente o sistema de produção foi artesanal, passando para a produção de massa e atualmente, a enxuta. As distinções entre os diferentes paradigmas de produção estão representados no esquema abaixo (GARGARIAN, 1992 apud VALENTE, 1999).
Produção artesanal | Produção em massa | Produção enxuta |
Trabalhadores habilitados | Trabalhadores não habilitados | Trabalhadores habilitados |
Ferramentas flexíveis | Ferramentas inflexíveis | Ferramentas flexíveis |
Produtos exclusivos | Produtos padronizados | Produtos quase exclusivos |
Alta qualidade | Qualidade razoável | Alta qualidade |
Baixa quantidade | Alta qualidade | Alta quantidade |
Alto custo | Baixo custo | Baixo custo |
Segundo Valente, a Pedagogia segundo a visão da produção enxuta ainda está por nascer. Portanto o trabalho deverá concentrar-se na coleta de informação, da resolução de problemas e da produção de ideias criativas. Assim, hoje o que é exigido do individuo é que ele seja: capaz de fazer acordos, de analisar e interpretar dados ele tenha algo para compartilhar como afirma Mosé.
O indivíduo que possui apenas respostas aprendidas, decoradas vira um autômato. O filme Tempos Modernos (1936), escrito e dirigido por Charles Chaplin, onde ele também atua, baseia-se, nesta mecanização do homem que, na esteira de produção, deixa de ser inteligente para ser autômato. O personagem central é um operário que trabalha em uma linha de montagem apertando parafusos, em razão da quantidade excessiva de exercícios repetitivos, mesmo fora do trabalho, entra em pane e continua efetuando movimentos como se estivesse apertando os parafusos na linha de montagem.
MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO
De acordo com Valente a mudança Pedagógica só alcançará um nível satisfatório quando passar de uma Educação totalmente baseada na transmissão da informação, na instrução, para a criação de ambientes de aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento.
Hoje a Educação não é mais administrar conteúdo, mas sim desenvolver o raciocínio, o pensamento, análise e interpretação de dados como afirma Mosé: “Hoje é preciso criar e não repetir”. Criar é uma forma a algo novo Quando o indivíduo repete ou trabalha em cima de modelos, formas ou comportamentos preestabelecidos, ele não se comunica, não se expressa adequadamente. Mas quando ele pratica com autonomia e autenticidade, favorece seu desenvolvimento global (motor, afetivo e cognitivo). A criatividade, enquanto habilidade deve ser desenvolvida, estimulada e trabalhada. De acordo com a artista plástica Fayga Ostrower (1920-2001) “O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa”,
MUDANÇAS NA ESCOLA
Assim como Valente e Cortella comungam da ideia que a mudança na Escola se constitui o maior desafio. Para Valente (apud GARCIA, 1995), é preciso pensar o novo papel do professor de modo amplo, não só em relação ao seu desempenho perante a classe, mas em relação ao currículo e ao contexto da escola. Para Cortella o bom professor deve apresentar as seguintes características: ter humildade, satisfação não completa, coragem e noção de urgência. No entanto, o palestrante alerta que não se deve confundir humildade com subserviência. O especialista afirma que: “Não podemos ficar no anacronismo, viver fora do tempo. Estamos num mundo muito veloz e um grande perigo é a satisfação, que paralisa e adormece”.
Outro ponto de estaque na fala do professor Cortella é o que deve e o que não deve ser mudado na Escola. Segundo Cortella, as coisas tradicionais (atenção ao conteúdo, a formação humanista, o relacionamento saudável na convivência, recusa ao egoísmo, a noção de acolhimento assim como o desejo de formar pessoas) deve se mantidas. Porém as coisas arcaicas (autoritarismo, envelhecimento de algumas práticas pedagógicas, arrogância eventual de alguns professores num mundo de mudanças, uso de conteúdos que não fazem mais sentido no século 21) estas devem ser descartadas.
...