As crianças com deficiência intelectual e sua aprendizagem
Por: Raquel S • 23/8/2015 • Dissertação • 3.360 Palavras (14 Páginas) • 232 Visualizações
As crianças com deficiência intelectual e sua aprendizagem[1]
Raquel Tatiana Schneider[2]
Resumo: O presente artigo tem como objetivo esclarecer algumas dúvidas sobre o
desenvolvimento da aprendizagem do individuo com Deficiência Intelectual. O artigo trata principalmente das diversas nomenclaturas existentes para classificar os indivíduos com essa deficiência, as estratégias e a forma mais adequada para desenvolver as suas potencialidades, bem como a importância de uma equipe multidisciplinar contribuir no processo de diagnosticar e desenvolver as capacidades das pessoas com Deficiência Intelectual, tornando assim válido o esforço de cada profissional no processo de seu desenvolvimento, não esquecendo que o bom relacionamento da família com a escola também contribui para a sua evolução. Palavras chaves: Deficiência Intelectual, Aprendizagem, Estratégias pedagógicas, Equipe multidisciplinar, Família.
Introdução
Este artigo tem como finalidade sanar algumas dúvidas sobre a aprendizagem de crianças com Deficiência Intelectual, quanto a docência e o como agir frente a certa situações encontradas em sala de aula, trazendo assim, subsídios aos educadores para que possam desenvolver uma prática pedagógica mais inclusiva.
É na escola que o Deficiente Intelectual vai manifestar mais dificuldade cognitiva, o que é natural para a maioria das crianças com esta deficiência, porém não quer dizer que eles não irão aprender, apenas que irão necessitar de mais tempo para sua aprendizagem e dedicação do educador.
Os indivíduos com Deficiência Intelectual são definidos como pessoas que aprendem num ritmo mais lento e em todo o seu tempo de vida, por apresentarem algumas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social.
As maiores dificuldades que uma pessoa com Deficiência Intelectual sofre em sala de aula pode estar na falta de concentração, entraves na comunicação e interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreenderem a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente.
Independente de ser ou não Deficiente Intelectual todos tem potencialidade, basta o professor estudar e desenvolve-las, utilizando-se de um trabalho pedagógico que seja interessante.
Afinal, o que é deficiência intelectual?
O deficiente intelectual até um tempo atrás não era compreendido e nem reconhecido pela sociedade, pois as pessoas não buscavam entende-los. Por esse motivo que já foram considerados possessos de demônios e de espíritos maus, eram apedrejados e até queimados em fogueiras (FONSECA, 1987).
Em função disso existem diversos autores que tratam da Deficiência Intelectual, todos com seus ideais, princípios, mas com o mesmo objetivo, ajudar a compreender e buscar formas de incluí-los.
A definição que é mais usada até hoje em relação a essa deficiência, foi criada pela Associação Americana de Deficientes Mentais (AAMD) e refere-se à deficiência mental relacionando-a ao funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, que coexiste com falhas no comportamento adaptador e se manifesta durante o período de desenvolvimento (Grossmann, 1977).
Já os autores Kirk e Gallagher afirmam que apesar de abrangente, nenhum conceito que trate sobre esse assunto tem grande valor a menos que mesmo sendo abstratos possam ser traduzido em alguma forma de ação, ou seja, não é simples criar algo que seja amplo o suficiente para definir que são os Deficientes Intelectuais, pois cada caso é diferente (1996).
Existiram diversas nomenclaturas para definir essas pessoas como por exemplo deficientes mentais, mas atualmente são denominados deficientes intelectuais.
Existem ainda diversos tipos de classificação da deficiência intelectual, Conforme o DSM IV. Essa classificação tem como base o valor do QI do individuo: Retardo Mental Leve (QI de 50-55 a aproximadamente 70); Retardo Mental Moderado (QI de 35-40 a 50-55); Retardo Mental Severo (QI de 20-25 a 35-40); Retardo Mental Profundo (QI abaixo de 20 ou 25); Retardo Mental, Gravidade Inespecificada: quando existe forte suposição de Retardo Mental, mas a inteligência da pessoa não pode ser testada por instrumentos padronizados (2002).
Com relação à gravidade da deficiência, a Organização Mundial da Saúde – CID-10 baseia-se no critério quantitativo e a classifica da seguinte forma:
- Profunda: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia, apresentando dependência completa e limitações extremamente acentuadas de aprendizagem, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo
- Grave ou Severa: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear.
- Moderado: São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem elaboradas.
- Leve ou Limítrofe: Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão (2003).
Outro tipo de classificação é adotada por Kirk, que divide os Deficientes Intelectuais em três grupos utilizando-se de uma classificação educativa:
- Deficientes Intelectuais Educáveis: são os que não conseguem se beneficiar do ensino regular, mas conseguem se adaptar socialmente e até se sustentarem totalmente ou parcialmente.
- Deficientes Intelectuais Treináveis: são os que têm dificuldades em se adaptar socialmente e de se sustentarem, mas são capazes de conseguir cuidar de si próprio, se protegerem de perigos comuns, aprender a compartilhar e respeitar.
- Deficientes Intelectuais Graves e Profundos: esses normalmente possuem deficiências múltiplas que interferem nesse procedimento (1996).
A referida classificação utiliza como referência o relacionamento dos Deficientes Intelectuais com o restante da sociedade.
De acordo com a dependência, que seria o grau de apoio que o indivíduo necessita em um ambiente particular, o comprometimento pode ser classificado, segundo Winnick, como:
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