O PAPEL DO PROFESSOR NA APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIENCIA INTELECTUAL
Por: e-pesquisas • 1/11/2015 • Artigo • 5.391 Palavras (22 Páginas) • 934 Visualizações
O PAPEL DO PROFESSOR NA APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIENCIA INTELECTUAL
Cristiane Aparecida de Oliveira
Marlene de Fátima Vital Moreira
RESUMO
A inclusão social e escolar é fruto de construções resultantes do movimento gestado pela sociedade, no que diz respeito à adoção de políticas que garantam a inclusão de todos na escola regular. Vygotski (1983) teorizou em seus estudos sobre a psicologia, onde apresentou importantes estudos no campo do desenvolvimento humano e da deficiência. A compreensão entre a interação e aprendizagem é importante para o processo de desenvolvimento dos sujeitos. Mesmo com os déficits que são específicos às pessoas com deficiência intelectual, pode-se comprovar pelos estudos já realizados que, o funcionamento intelectual desses sujeitos pode ser ativado e sustentado com apoios cognitivos, sociais e afetivos.
Palavra-chave: Inclusão Social, Deficiência Intelectual, Interação Professor/aluno
Abstract
The social and educational inclusion is the result of construction resulting from the movement gestated by the company with regard to the adoption of policies to ensure the inclusion of all in regular schools. Vygotsky (1983) theorized in his studies of psychology, which has made important studies in the field of human development and disability. Understanding of the interaction is important for learning and development process of the subjects. Even with the deficits that are specific to people with intellectual disabilities, it can be proved by previous studies that the intellectual functioning of these subjects can be enabled and sustained with cognitive, social and emotional support.
Keyword: Social Inclusion, Intellectual Disabilities, Interaction teacher / student
1. INTRODUÇÃO
A inclusão social e escolar é fruto de construções resultantes do movimento gestado pela sociedade, no que diz respeito à adoção de políticas que garantam a inclusão de todos na escola regular. Assim, há aproximadamente duas décadas, surgiu um movimento mundial em luta pela inclusão das pessoas com deficiência, no que diz respeito ao direito à educação de qualidade, de preferência no contexto regular de ensino. Observa-se que a garantia à inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular é uma realidade, portanto, é preciso que a escola consiga cumprir os reais objetivos da inclusão. No entanto, se faz necessário passar por reestruturações no que se refere a organização e planejamento, onde a característica mais importante é a flexibilidade em adaptar o contexto educacional onde se manifestam as dificuldades. Nesse contexto, Ferreira e Ferreira (2007) salientam que, de acordo com pesquisas educacionais de autores como Caetano (2002), Dechichi (2001), Lacerda e Góes (2002) e Lopes (1999), os alunos incluídos nas escolas regulares, na sua maioria, dependem de suas famílias para apoio no processo de desenvolvimento escolar, sendo que os alunos com necessidades educacionais especiais estejam inseridos em salas de aula em situações de aprendizagem insuficientes ou precárias. Assim, de acordo com Abreu e Massetto (1996), toda aprendizagem precisa estar embasada num bom relacionamento entre os elementos que participam do processo: aluno, professor e colegas de turma. Portanto, conclui-se, que, de acordo como essa interação se dá, a aprendizagem do aluno pode ser mais ou menos facilitada.
2. DESENVOLVIMENTO
A PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SUA EDUCABILIDADE SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
Vygotski (1983) teorizou em seus estudos sobre a psicologia, onde apresentou importantes estudos no campo do desenvolvimento humano e da deficiência. De acordo com Barroco (2011), pode-se destacar na área da deficiência a obra “Fundamentos da defectologia”, onde o autor discorre sobre o deficiente e sua educação. Considerado um dos criadores da Psicologia Especial, o autor discorre sobre o deficiente e sua educação e explica as leis gerais do desenvolvimento humano. Ainda de acordo com a mesma autora, Vigotski afirma que o desenvolvimento intelectual poderia ser adquirido por mecanismos compensatórios onde as pessoas com deficiência não estão condenadas ao fracasso, onde defendia que a educação dos deficientes deveria ir até o limite do aprendizado. Assim, as pessoas com deficiência também são capazes de desenvolver-se e constituir-se enquanto homens culturais. Em complemento a essa afirmação, Rossato (2010, p72) diz que: “o que essas pessoas precisam é reproduzir para si as qualidades humanas que necessitam ser aprendidas, pois não são naturais, precisam ser, por toda e qualquer pessoa, apropriadas por meio de sua atividade no entorno social em situações mediadas por pessoas mais experientes”.
No entanto, o que provoca avanços qualitativos no desenvolvimento psíquico dos alunos com deficiência, está na qualidade das mediações, o acesso à cultura e a novos conhecimentos, além das relações sociais. Deste modo, Barroco (2011, p.155) reforça o pensamento sociocultural da teoria de Vygotski ao afirmar que o “desenvolvimento do deficiente e do não deficiente no que é central ocorre da mesma forma, pois suas mentes são formadas socialmente”. Nesse contexto, Vygotski (1983) afirma que independente da deficiência, é possível uma educação de qualidade. A criança com deficiência pode superar sua limitação criando estímulos para elaborar uma compensação. Essa compensação se aplica de forma igual a todas as crianças. Assim, o pensamento do autor nos leva a crer na importância de um trabalho pedagógico ser desenvolvido de forma que promove mecanismos compensatórios, que contribui para o desenvolvimento da criança com e sem deficiência. De acordo com a visão de Vygotski (1983), o trabalho educativo tem como objetivo buscar superar as limitações a partir do ensino, no entendimento de que a pessoa com deficiência é capaz de desenvolver todo o seu potencial por meio de acesso aos conhecimentos e das mediações, que são essenciais para o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da consciência. Nessa mesma linha de pensamento, Bifon (2009, p 79) afirma que é a partir das produções materiais das relações estabelecidas pelo homem que se desenvolve o pensamento
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