Atividade Pontuada - Literatura na Formação do Leitor
Por: Pamebru • 16/2/2016 • Resenha • 510 Palavras (3 Páginas) • 403 Visualizações
Atividade pontuada – Literatura na formação do leitor
O que é narrativa e ficcionalidade?
Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As notícias de jornal, história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, ou seja, são narrativas. As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.
A ficcionalidade é um conjunto de regras pragmáticas que prescrevem como estabelecer as possíveis relações entre o mundo constituído pelo texto literário e o mundo empírico. E constitui uma propriedade necessária para a existência do texto literário.
“A droga da obediência”
Em A droga da Obediência, o repertório é caracterizado por uma retomada das narrativas policiais juvenis anteriores à sua obra no que se refere às características do romance policial (grupos de detetives formados por jovens, vilões adultos, trama ocorre consecutivamente à ordem dos acontecimentos e detetive passível de sofrer atentados, entre outras), fazendo um jogo entre o repertório conhecido pelo leitor e a quebra do horizonte de expectativas desse (que será pormenorizado adiante). Durante a narrativa, o autor tende a elaborar seu texto de modo a surpreender o leitor a partir daquilo que ele conhece: ao identificar a trama como narrativa policial, o leitor primeiro vai buscar em seu repertório as características típicas de todo romance policial (de adultos e jovens), como presença de um detetive, uma vítima e um criminoso e a busca pela solução de um mistério. Logo após, todos tomarão consciência de que aquela narrativa específica tem características peculiares do romance policial juvenil, como detetives jovens, criminosos adultos, formação de um grupo detetivesco, desvendar de um crime com cronologia referente à ordem dos fatos, etc.
Há também no livro, um detetive adulto (detetive Andrade) para conferir esse efeito que imita o real. No entanto percebe-se que ele é um mero coadjuvante, visto que os detetives principais são os adolescentes do grupo dos “Karas”. Andrade tem as características de um detetive da Série Negra, pois é desleixado, suarento e veste roupas surradas, além de ser um tanto rude e nada simpático. Outro detetive com características do romance de enigma aparece, detetive Rubens, um homem jovem, rosto simpático, bem barbeado e vestido impecavelmente. O detetive Rubens também funciona como uma forma de trazer verossimilhança ao texto, no entanto, apesar das características de boa pessoa, no final, se revela um dos comparsas do criminoso.
Entre os detetives jovens, e os que realmente desvendam os crimes, o que mais se aproxima dos detetives da narrativa de enigma é o Crânio, que possui uma inteligência elevada e funciona como o cérebro da turma. Outro elemento que se aproxima da narrativa de enigma é a grande inteligência do criminoso, e essa inteligência faz-se necessária para que os enigmas sejam complicados de se resolver e, assim, aproximar o criminoso do detetive inteligente, único capaz de se igualar a ele e desvendar os mistérios.
Referências:
BANDEIRA, Pedro. A Droga da Obediência. 4ª Ed. São Paulo: Moderna, 2009a.
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