Avaliacao Escolar
Por: Tamia Sousa • 29/4/2015 • Monografia • 6.813 Palavras (28 Páginas) • 330 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A avaliação usada como recurso metodológico de reorientação do processo de ensino-apraodizagem é vista como problema, devido as distorções do sistema de ensino. Quando se trata da avaliação na educação infantil, percebe-se, marcada pelas contradições sociais, pela falta de habilidade do professor e pelo uso de instrumentos de controle tão automatizados, quanto as práticas classificatórias, expressas nas notas das provas.
O tema é amplo e significativo pois a avaliação escolar pode ser abordada sob vários ângulos por ser um processo complexo que envolve uma relação tríade: professor, aluno e conhecimento. Quando se trata da avaliação na pré-escola percebe-se a dimensão do acompanhamento cotidiano da aprendizagem das habilidades necessárias ao convívio e ao desenvolvimento infantil, além de visualizar-se as formas de intervenção e a postura do educador face a criança em desenvolvimento.
Neste trabalho aborda-se o tema de forma crítica e reflexiva enfocando vários aspectos da educação infantil no contexto da legislação brasileira, visando situar o processo de avaliação no contexto da pré-escola e abordar o papel político da avaliação, analisando algumas concepções e práticas avaliativas utilizadas.
Procede-se também um estudo de caso da prática da avaliação nas escolas públicas de Educação Infantil em São José de Ribamar através da pesquisa de campo realizada em escolas.
2 O PAPEL POLÍTICO DA AVALIAÇÃO ESCOLAR
A avaliação guarda estreita relação com a democratização do ensino à medida que possibilita a permanência do aluno na escola e a consequente terminalidade escolar e garante a qualidade do ensino através da apropriação ativa dos conteúdos, pois se é conduzida de fornia inadequada pode possibilitar a repetência ou mesmo a evasão. E tantos outros fatores podem torná-la um instrumento antidemocrático.
A avaliação tem, portanto, uma função de qualificação do educando e não a função de classificação, tendo na verdade um papel de diagnóstico da aprendizagem. Partindo do entendimento de avaliação segundo LUCKESI (1990, p. 42):
"como um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão. Pode-se considerar o juízo sobre a qualidade do objeto, a existência e a tomada de decisão que se evidencia na continuidade da situação e as modificações no processo ou continuidade nas formas de trabalho. "
Diante dos aspectos aqui mencionados percebe-se que para a avaliação servir à democratização do ensino há que ser diagnostica.
No que diz respeito à avaliação do ensino-aprendizagem SANTANNA, toma como referências a classificação de BLOOM (1997, p. 32-36) em três modalidades: Diagnostica. Formativa e Somativa.
A diagnostica visa determinar a presença ou ausência de conhecimentos e habilidades, buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem, permitindo averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem.
Essa modalidade oportuniza ao professor detectar se o aluno apresenta ou não determinados conhecimentos ou capacidades que são essenciais para compreender um conteúdo novo, ao mesmo tempo, ela identifica de forma discriminativa as causas que dificultam o aproveitamento do discente, fazendo com que os alunos e professores, a partir dessa avaliação de forma integrada, reajustem seus planos de ação.
A formativa informa o professor e o aluno sobre o resultado da aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades escolares. Localiza deficiência na organização do ensino-aprendizagem. de modo a possibilitar reformulações no mesmo e assegurar o alcance dos objetivos.
É através da avaliação formativa que os alunos irão conhecer os seus erros e acertos e buscar estímulos para uma melhoria da aprendizagem.
Proporciona ao professor e aluno, resultados alcançados no percurso do desenvolvimento das tarefas, melhorando o ensino e a aprendizagem e apontando deficiência no desenrolar do processo com o propósito de prosseguir a eficiência e sanar as deficiências.
A somativa objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos tem sido alcançados ao longo e ao final de um curso. Determina portanto, o resultado da aprendizagem que o aluno alcançou de acordo com níveis de aproveitamentos estabelecidos, buscando uma consciência coletiva em relação aos resultados alcançados.
Conforme SANTANNA (1997, p. 37), a avaliação se constitui por funções gerais e específicas. As gerais são:
- "fornecer as bases para o planejamento;
- possibilitar a seleção e a classificação de pessoal (professor, alunos, especialistas, etc);
- ajustar políticas e práticas curriculares.
E as funções específicas:
- facilitar o diagnóstico;
- melhorar a aprendizagem e o ensino:
- estabelecer situações individuais de aprendizagem;
- interpretar os resultados:
- promover e agrupar alunos.
A avaliação tem a função de diagnóstico, quando informa ao professor se o aluno ou a classe tem um nível de conhecimento e habilidades (pré-requisitos) para aprender algo novo.
A função diagnostica é uma das mais importantes, pois é através dela que se verificará o cumprimento da função pedagógica-didática. Ela tende a ser contínua, e pode acompanhar o aluno sistematicamente ao longo do ano. Ressaltando ainda, a necessidade de que todas as atividades realizadas pelo aluno (exercícios, trabalhos individuais, etc), sejam observadas e consideradas como fornecedores de elementos importantes para realímentar o ensino-aprendizagem.
A avaliação muitas vezes, acaba desempenhando um papel mais político que pedagógico, quando não é usada como recurso metodológico de reorientação do processo ensino-aprendizagem, mas sim como instrumento de poder e de controle por parte da escola, do professor e dos pais.
2.1 Concepções de avaliação e sua finalidade
Na busca de significado para a avaliação há que se refletir sobre as concepções teóricas presentes na atualidade.
Para LIBÂNEO (1994: 195):
"A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino-aprendizagem devendo portanto, ser ampla sem resumir-se à realização de provas ou atribuições de notas."
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