Avaliação Mediadora
Por: LilianCRosa • 28/12/2015 • Artigo • 2.394 Palavras (10 Páginas) • 263 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” |
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS – UNESP |
PEDAGOGIA |
Lilian Camila Rosa
AVALIAÇÃO ENQUANTO MEDIAÇÃO.
MARÍLIA
2015
Lilian Camila Rosa
AVALIAÇÃO ENQUANTO MEDIAÇÃO.
Seminário apresentado para créditos na disciplina Planejamento e avaliação na perspectiva da orientação educacional, curso de Pedagogia, turma 4º A, Aprofundamento em Gestão, pela Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Unesp campus Marília-SP.
Profª. Drª Gilsenir Maria P. de A. Dátilo
MARÍLIA
19/11/2015
INTRODUÇÃO
A avaliação, na perspectiva de construção do conhecimento parte de duas premissas básicas: confiança na possibilidade dos alunos construírem suas verdades e valorização de suas manifestações e interesses. Exige do educador uma concepção de criança, jovens e adultos, como sujeitos de desenvolvimento inserido no contexto de sua realidade social e política. Daí, avaliar é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor, que incitará o aluno a novas questões a partir de respostas formuladas, não num momento terminal do processo educativo, mas uma busca de compreensão das dificuldades do educando e oportunizar novas situações de conhecimento.
Compreender as dificuldades encerra um princípio de descentralização, ver as coisas do ponto de vista dos outros. A desmitificação desvela a análise dos pressupostos teóricos que fundamentam a avaliação, tomada de consciência coletiva, desafio que traz o compromisso de construir a história. Os professores reduzem a avaliação a uma prática de registro de resultados sobre o desempenho do aluno. Avaliar é julgar o resultado do trabalho da criança após o término deste, nele demonstrando comportamentos definidos, como ideais pelo professor, aprovação/reprovação, que reforça o autoritarismo de cunho sentencioso, desconsiderando a mútua coordenação dos pontos de vista e das ações.
A avaliação é indissociável da educação, deve levar a ação, reflexão, observação e investigação, ampliando as possibilidades próprias dos alunos. A avaliação construtivista e libertadora deverá encaminhar a um diálogo e cooperativo onde o professor e os alunos aprendam sobre si no ato próprio da avaliação.
A adoção de conceitos, significa maior amplitude em termos de representação, evitando o estigma da precisão e da arbitrariedade. A medida, uso de notas, reforça um mecanismo de competição e seleção na escola, consequência do uso equivocado dos testes entendido como instrumento de constatação e mensuração e não de investigação. Interrogar sobre o significado dos erros para novas situações, novos desafios, formulando suas hipóteses, não a verificação de acertos e erros, mas, encaminhar os alunos num sentido investigativo e reflexivo sobre suas manifestações. Mediação no sentido de intenção, intermediação, formal e informal, tudo o que a criança faz suas ações, sendo observado e mediado por professores.
Neste artigo buscaremos explanar o tema da avaliação enquanto mediadora na perspectiva da autora Jussara Hoffmann dialogando com outros autores pesquisadores e estudiosos do assunto.
- AVALIAÇÃO ENQUANTO MEDIAÇÃO
“A avaliação não é o ato pelo qual A avalia B. É o ato por meio do qual A e B avaliam juntos uma prática, seu desenvolvimento, os obstáculos encontrados ou os erros ou equívocos porventura cometidos. Daí o seu caráter dialógico."
Paulo Freire
Atualmente se apresenta uma diversidade de opiniões sobre o conceito de avaliação e as práticas que se processam em sala de aula, tanto entre os professores, como entre os alunos, e ainda entre alunos e professores. O ponto de convergência é a visão de que a avaliação dos alunos é uma parte esperada e essencial do processo de educação. Como esta avaliação deve ser realizada é uma questão aberta para debate que por sua vez, pode ser realizado em sala de aula entre professores e alunos buscando maior transparência desse processo e de melhor utilização dos vários mecanismos ou até mesmo a criação de novos mecanismos para alimentar relevantemente os processos de ensino do professor e os de aprendizagem dos alunos.
Paulo Freire (2001, p.42-43) já dizia que a prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Para Luckesi (1996, p.93):
o ato de avaliar implica coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade [...] a verificação é uma ação que “congela” o objeto; a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação.
Seguindo este pensamento Luckesi (1996) afirma que a aferição da aprendizagem se manifesta como um processo de compreensão dos avanços, limites e dificuldades que os educandos encontram para atingir os objetivos propostos. De acordo com o autor pode-se conceituar a avaliação como:
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O ato de examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e, por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que é examinado. O ato de avaliar tem seu foco na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, 2002, p.84)
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