O PRAZER DA LEITURA LITERÁRIA: A Literatura como mediadora da leitura estética
Por: Ewthon • 26/7/2016 • Projeto de pesquisa • 2.114 Palavras (9 Páginas) • 494 Visualizações
FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA – FAEL
Aluno:
ELTON ANANIAS MORAIS
Orientadora:
CAMILA MARCELINA PASQUAL
PROJETO DE PESQUISA
O PRAZER DA LEITURA LITERÁRIA: A Literatura como mediadora da leitura estética
PONTES E LACERDA-MT
2016
FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA – FAEL
TÍTULO:
O PRAZER DA LEITURA LITERÁRIA: A Literatura como mediadora da leitura estética.
Projeto apresentado no curso de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como requisito básico para obtenção do título de especialista, da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL.
PONTES E LACERDA-MT
2016
- TEMA DA PESQUISA
O prazer da leitura Literária: A Literatura como mediadora da leitura estética
- DELIMITAÇÃO DO TEMA
Posicionamento crítico – teórico sobre a leitura estética, e como se fundamenta essa leitura tendo em vista a literatura como mediadora?
- DEFINIÇÃO DE PROBLEMA
Queremos perceber nesta reflexão o modo como se diferencia a leitura literária da leitura dos demais textos justamente por que o texto literário coloca a experiência estética como mediadora da leitura. Dessa forma, vamos pensar sobre a especificidade da leitura literária, relacionando-a com as especificidades de métodos que exige para o trabalho com literatura na sala de aula.
- JUSTIFICATIVA
Por entender que a leitura envolve o prazer de conhecer – conhecer o mundo, conhecer o outro. Se o texto não acompanhar uma metodologia que prima pelo despertamento do desejo ao leitor, pela consideração de seus interesses, das possibilidades da obra, sua leitura não oferecerá interesse ao aluno. Portanto, a leitura estética se apresenta como ferramenta para que o professor produza leitores em sua aula. Quando ele motiva seus alunos na leitura, ele cria a possibilidade de que eles lerão mesmo fora do espaço escolar.
- OBJETIVOS
Queremos com a proposta, dialogar sobre a dinâmica da leitura literária em sala de aula. Tendo em vista que, os textos literários estão sendo ritualizados para atender necessidades que não atente a obra em si.
5.1 Geral:
Trabalharemos a leitura estética, na intenção de demonstrar que a literatura pode estar presente tanto no cotidiano quando na necessidade de conhecer o desconhecido.
- REVISÃO DA LITERATURA
SER LEITOR – A RELAÇÃO ESTÉTICA COM O TEXTO
A primeira consideração a ser feita sobre o tema precisa incidir sobre a questão do leitor, de sua identidade, do que o motiva para leitura. O depoimento sobre a professora Clara pode nos ajudar a elucidar essas questões. Vejamos de que modo o depoimento da organizadora do projeto descreve Clara:
Durante quatro meses, toda semana fazíamos um encontro de uma hora e trinta minutos, quando líamos, primeiro em silêncio e depois em voz alta um texto de literatura. Em seguida, fazíamos uma discussão. Era condição da pesquisa que o participante fosse pontual. Caso se atrasasse, era, automaticamente, eliminado do grupo. Uma professora da rede pública inscreveu-se nesse estudo. A distância de onde essa professora morava para o local onde ocorriam os encontros era, no mínimo, de quarenta minutos se feito o percurso em transporte coletivo. Essa professora, que chamo de Clara, chegou certo dia de táxi, com perna engessada- pontualmente.
Nesta descrição, o narrador primeiramente descreve o funcionamento do projeto, posiciona a rigidez das regras quanto ao horário. Não era permitido o atraso, aquele que se atrasasse deveria sair do projeto. Esta descrição inicial se constitui numa moldura para o aparecimento de Clara, na última frase, modestamente. A professora que levaria quarenta minutos para chegar de transporte coletivo, aquele dia, no qual estava com a perna quebrada, teve que pagar um taxi para não perder o horário e ter que sair do projeto. Ao passo em que ela apenas é mencionada no último momento da narrativa, sua presença abarca toda a descrição. As exigências rígidas, à distância a que ficava o local de reunião para leituras, até mesmo a existência do projeto de estudos literários se reflete no surgimento da professora.
Poderíamos dizer, portanto, que a identidade de Clara que nos é possível a partir da leitura desse trecho de depoimento consiste no modo como a professora interage com o grupo de leitura. O que temos é sua identidade de leitora, seu interesse pela literatura. Podemos conhecê-la, avaliá-la, analisá-la, pelo seu interesse nas obras literárias, manifesto aqui, reconhecido, pela transposição de possíveis obstáculos para a chegada à reunião de leitura. Sua pontualidade diz de seu interesse pela leitura literária por duas possibilidades que não aparece no depoimento, mas que podemos depreender facilmente deste trecho: ou ela, com a perna quebrada não conseguiu ficar pronta e chegar ao ponto de ônibus a tempo, por isso foi de taxi, ou era impossível que ela fosse de transporte coletivo com a perna quebrada, talvez os dois motivos confluíssem para sua chegada ao taxi.
O que entendemos deste depoimento é que ele produz o desvendamento dos empecilhos para a leitura, justamente por constituir a medida desses empecilhos. As exigências para a permanência no grupo eram precisas, objetivas, diretas. A condição da pontualidade significou, em certo dia, o empecilho fatal para a presença da professora. Poderíamos supor que qualquer outra questão talvez não a atrapalhasse. Ler em voz alta, participar das discussões, realizar produção escrita, o que fosse necessário, talvez exigências que até integrassem os requisitos do projeto, mas que o narrador nos omite neste trecho, não significavam problemas. Ou seja, o depoimento, pelo recorte que faz do projeto, cria-nos a imagem de Clara como a de uma leitora persistente, determinada, pronta para aceitar desafios e superá-los.
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