Competência e conhecimento tecnológicos

Competência e conhecimento tecnológicos

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A com­pe­tência tec­no­ló­gica é re­sul­tado de um pro­cesso cog­ni­tivo de aná­lise e so­lução de pro­blemas, ba­seado no co­nhe­ci­mento do fato tec­no­ló­gico como um ema­ra­nhado de dados so­ciais, econô­micos, po­lí­ticos, co­mu­ni­ca­ci­o­nais, ci­en­tí­ficos e cul­tu­rais.

"A natureza do pensamento científico tem por finalidade saber o “por quê?” – compreender e explicar, por meio da análise/síntese, o mundo. A natureza do pensamento técnico tem por finalidade o saber fazer; o produto é o resultado imediato da ação. A natureza do pensamento tecnológico tem por finalidade saber como modificar o mundo para as necessidades básicas de sua transformação."

Ci­ência, téc­nica e tec­no­logia são pro­cessos ex­tre­ma­mente en­tre­la­çados e re­la­ci­o­nados. Na edu­cação es­colar bra­si­leira cos­tumam, his­to­ri­ca­mente, ser abor­dados de forma frag­men­tada, ora va­lo­ri­zando-se a ci­ência, ora a téc­nica; talvez agora o eixo da tec­no­logia possa in­ter­mediá-los.

A na­tu­reza do pen­sa­mento ci­en­tí­fico tem por fi­na­li­dade saber o “por quê?” – com­pre­ender e ex­plicar, por meio da aná­lise/sín­tese, o mundo. A na­tu­reza do pen­sa­mento téc­nico tem por fi­na­li­dade o saber fazer; o pro­duto é o re­sul­tado ime­diato da ação. A na­tu­reza do pen­sa­mento tec­no­ló­gico tem por fi­na­li­dade saber como mo­di­ficar o mundo para as ne­ces­si­dades bá­sicas de sua trans­for­mação.

O co­nhe­ci­mento tec­no­ló­gico en­volve o pro­jetar e o fazer, a aná­lise e o pro­duto, o uso e o ques­ti­o­na­mento sobre o uso, a apli­cação e a ava­li­ação – a trans­lação entre con­ceitos e pro­cessos.

Po­demos dizer que o es­ta­tuto da tec­no­logia no pro­cesso edu­ca­tivo es­colar ainda está por ser con­so­li­dado, me­di­ante a au­sência de um en­qua­dra­mento fi­lo­só­fico e epis­te­mo­ló­gico.

Além disso, a edu­cação tec­no­ló­gica exige um tra­ta­mento in­ter­dis­ci­plinar, uma vez que seus con­ceitos, con­teúdos e me­to­do­lo­gias en­volvem todas as dis­ci­plinas: a his­tória, a ge­o­grafia, as ci­ên­cias, a arte, a língua. O sis­tema dis­ci­plinar im­posto no cur­rí­culo é, então, o pri­meiro em­pe­cilho. Outra di­fi­cul­dade é a for­mação do pes­soal do­cente, que tem de as­sumir a res­pon­sa­bi­li­dade de or­ga­nizar um cur­rí­culo vol­tado para essa edu­cação. Isso exige com­pro­misso, co­nhe­ci­mento, von­tade, cri­a­ti­vi­dade e fle­xi­bi­li­dade. Fi­nal­mente, é ne­ces­sário con­si­derar o am­bi­ente es­colar apro­priado e o apoio do sis­tema. Mesmo assim, a tec­no­logia se impõe no mundo so­cial, e des­vin­culá-la da es­cola sig­ni­fica des­vin­culá-la do ob­je­tivo de for­mação da ci­da­dania pre­visto em lei.

A abordagem da tecnologia no Currículo

O eixo da tec­no­logia deve per­mear o cur­rí­culo e suas dis­ci­plinas, pro­cu­rando em cada uma delas os con­ceitos es­tru­tu­rais pelas li­ga­ções trans­dis­ci­pli­nares que su­gerem. Daí pode-se obter uma abor­dagem in­ter­dis­ci­plinar, uti­li­zando-se re­cursos de en­sino e apren­di­zagem co­muns. O ca­minho é o tra­balho com pro­jetos, a partir, por exemplo, de um as­sunto/tema con­si­de­rado re­le­vante pelo corpo do­cente/dis­cente que tenha im­pacto na co­mu­ni­dade, no tra­balho, no am­bi­ente etc. A pro­po­sição de um pro­blema a ser re­sol­vido de­manda uma in­ter­pre­tação ci­en­tí­fica, pes­quisa,