Desafio Profissional - Aluno Surdo
Por: Roseli Tiburcio • 27/10/2018 • Trabalho acadêmico • 2.690 Palavras (11 Páginas) • 272 Visualizações
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
POLO ARAÇOIABA DA SERRA - SP
CURSO PEDAGOGIA - LICENCIATURA
Disciplinas norteadoras: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E TEORIAS DA APRENDIZAGEM; REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO; LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS; RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE E DIDÁTICA.
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ROSELI MARIA CUNHA TIBURCIO – RA 3398615081
DESAFIO PROFISSIONAL
NOME DO TUTOR: Leandra Maria Luna Navarros
ARAÇOIABA DA SERRA /SP
2016
INTRODUÇÃO
O presente documento tem por objeto de estudo a transferência de um aluno surdo para a escola e suas implicações. Buscamos através deste, construir um instrumento de intervenção que auxilie tanto a equipe pedagógica, quanto o aluno em questão.
Discutimos neste documento a importância da escola e salas bilíngues para alunos surdos, assim com a necessidade e direito dos alunos ao intérprete educacional. Trabalhamos as diferenças entre a língua natural dos surdos, a LIBRAS e a língua portuguesa, assim como a metodologia de ensino adequada a comunidade surda. Tratamos um pouco a respeito dos problemas comportamentais e a forma adequada de eliminá-los. Elaboramos algumas orientações que podem ser usadas na organização das aulas, visando um bom aprendizado e a inclusão do aluno surdo.
O Intérprete Educacional
O intérprete educacional é aquele que atua como profissional intérprete de línguas de sinais na educação. É a área de educação mais requisitada atualmente, não somente no Brasil, mas também em outros países. Embora tenha aumentado muito o número de interpretes devido à lei de acessibilidade, ainda percebemos a escassez de profissionais capacitados, as dificuldades enfrentadas por eles e o despreparo das escolas para trabalhar com esses profissionais, pois, ser interprete educacional vai além do ato interpretativo entre línguas, e seria impossível atender às exigências legais que determinam o acesso e a permanência do aluno surdo na escola sem e presença de intérpretes de línguas de sinais.
O intérprete especialista na educação deverá ter um perfil para intermediar a relação entre os professores e os alunos e entre os colegas ouvintes e surdos. O papel do intérprete não deve ser confundido com o do professor, o que é muito comum acontecer em sala de aula, sendo que o aluno muitas vezes dirige sua dúvida ao intérprete ao invés de dirigi-la ao professor. Outro erro comum é o professor consultar o intérprete a respeito do desenvolvimento do aluno, sendo essa uma atribuição específica do professor. Isso pode acorrer ás vezes devido à falta de conhecimento da equipe pedagógica da escola sobre o papel do intérprete, sendo as atribuições desse profissional desconhecido em muitos ambientes escolares, ou até mesmo pela dificuldade do professor de interagir com o aluno surdo. O projeto pedagógico da escola deve ser adaptado, adequando o currículo e as metodologias para facilitarem o trabalho do intérprete e o aprendizado do aluno surdo. É importante ser flexível na correção das provas, uma vez que os alunos surdos não têm domínio necessário da língua portuguesa, pois sua língua materna é a Libras.
Outra dificuldade muito comum está no aluno surdo compreender o papel do intérprete, principalmente se este for uma criança, pois na maioria das vezes aquele que lhe dirige o olhar e o atende em suas necessidades é somente o seu intérprete. Em alguns casos é atribuída ao intérprete a função de tutor mediante a supervisão do professor. Oque exige do intérprete um conhecimento mais amplo para trabalharem com diferentes áreas de ensino. Isso acaba por sobrecarregá-los, pois precisam aprofundar seus conhecimentos para atenderem adequadamente os alunos surdos, caracterizando uma ação antiética.
É antiético exigir do intérprete que ele assuma funções que não são suas, tais como: tutorar os alunos, apresentar informações a respeito do desenvolvimento do aluno, acompanhar os alunos, disciplinar os alunos, realizar atividades gerais extraclasse.
A respeito do intérprete em sala de aula existem muitos elementos que são importantíssimos para o desenvolvimento do aluno, tanto quanto para o bom desempenho do intérprete. O professor é a figura de maior autoridade em sala de aula e deve transparecer isso também para seu aluno surdo, para que ele auxilie seu aluno no processo de entendimento de que o intérprete é apenas o mediador entre eles, para que esse aluno entenda que o professor almeja seu crescimento tanto quanto o dos outros alunos. É importante que o aluno se sinta querido por seu professor e não que ele é apenas um fardo a ser suportado. Situação essa que muitas vezes também cabe ao intérprete que se sente suportado na sala e na escola. Não se sente como parte da equipe pedagógica.
O intérprete tem o direito de ser auxiliado pelo professor através da revisão e preparação das aulas garantindo assim um bom desempenho nas traduções. As aulas devem prever intervalos que garantem ao intérprete descansar, possibilitando uma melhor performance. Direito esse muitas vezes negligenciado pelo professor.
Os alunos surdos participam das aulas visualmente, necessitando de tempo para olhar para o intérprete, para as anotações no quadro e para os materiais utilizados pelo professor. A aula deve ser muito bem planejada visando o melhor desempenho possível de toda a sala sendo que nenhuma parte seja, ou sinta-se prejudicada.
O MEC procura formar professores enquanto intérpretes. Alguns professores por ter um bom domínio da língua de sinais acabam por assumir essa função em sala de aula. É muito importante o professor ter um bom conhecimento ou o domínio da LIBRAS, isso pode ajudar imensuravelmente o seu desempenho em sala de aula, pois poderá auxiliar o aluno que necessita de aprendizado e a si mesmo que necessita transmitir a informação. Mas, é indispensável a formação específica para o intérprete educacional, pois nesse percurso de tradução se a pessoa não tiver um bom domínio a mensagem pode chegar corrompida até o aluno ou vice e versa. Como aponta a pesquisa realizada por Quadros (2001) na Universidade Luterana do Brasil o domínio da LIBRAS não garante a qualidade da interpretação. É necessária a qualificação específica na área de interpretação.
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