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Educação Inclusiva e autismo: uma análise sob várias perspectivas

Por:   •  25/11/2018  •  Monografia  •  3.089 Palavras (13 Páginas)  •  232 Visualizações

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                                        RESUMO

SILVA, Eni Venancio, Educação Inclusiva e autismo: uma análise sob várias perspectivas - clínica, social e educacional, 2014,    f. Projeto de Ensino,  Graduação em  Pedagogia – Universidade Norte do Paraná, Goiânia, 2014.

1. Introdução

                O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma visão geral do autismo, bem como da necessidade real de se fazer uma educação inclusiva.  Serão abordados temas relevantes ao contexto daquilo que foi ministrado durante o curso de Pedagogia, demonstrando a urgência de se investir mais nesta questão, haja vista ser o movimento pela inclusão escolar, um assunto debatido em todo o mundo. Em contra partida, se exemplificará o autismo nas perspectivas clínica, social e educacional, evidenciando a relevância do tema.

                Nas últimas décadas, esta discussão cresceu consideravelmente no Brasil. Muito se fala em educação inclusiva, mas sabe-se que pouco tem sido feito dentro do espaço da maioria das instituições, sejam estas  públicas ou privadas. A desinformação, a falta de interesse ou mesmo a inabilidade em lidar com a questão, levam a maioria das instituições a empurrarem o problema para uma solução posterior, adiando dia após dia, as adequações necessárias para o ingresso do educando que traz consigo algum tipo de necessidade educacional especial, independentemente da idade, classe social ou que necessidade se trata.

                Dentro deste contexto, a Gestão Escolar, é a principal detentora do poder para viabilizar a inserção do aluno, que nestes termos, apresentem  necessidades especiais físicas ou  intelectual.

        Abordar e discutir, a inclusão é no mínimo, tarefa desafiadora, uma vez que implica em dizer o que já foi dito tantas vezes, e aquilo que ainda resta por dizer. Imaginar que para incluir basta romper com as ideologias que marcaram a relação da escola com seus alunos excluídos e assim transformar práticas excludentes em práticas que propiciem a integração, parece simples. Entretanto, e um processo  mais complexo, pois implica na desconstruir o vínculo já estabelecido entre a escola e o aluno conforme se conhece.

                A proposta de educação inclusiva, de acordo com o Tratado da Guatemala (1991) e a Declaração de Salamanca (1994) é que todos os alunos devem ter a possibilidade de integrar-se ao ensino regular, mesmo aqueles com deficiências sensoriais, mentais, cognitivas ou que apresentem transtornos severos de comportamento, preferencialmente sem defasagem idade-série. A escola, segundo essa proposta, deverá adaptar-se para atender às necessidades destes alunos inseridos em classes regulares. Para tanto, a educação inclusiva deverá ser posta em prática numa escola inclusiva que busque ações que favorecem a integração e a opção por práticas heterogêneas. 

2. Revisão Bibliográfica

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                Atualmente, há muitos alunos com necessidades especiais, dentre elas o autismo, frequentando em sua maioria, escolas especiais ou classes especiais de condutas típicas, nas escolas regulares. Existem umas poucas iniciativas de inclusão desses alunos em classes regulares. Neste último caso, a inclusão tem sido efetivada sob quatro condições: a) o aluno frequenta a classe regular todos os dias, durante o tempo total da aula; b) o aluno frequenta a classe regular todos os dias, em horário parcial; c) o aluno frequenta a classe regular algumas vezes na semana, durante o tempo total da aula; d) o aluno frequenta a classe regular algumas vezes na semana, em horário parcial. Praticamente na totalidade dos casos, tais alunos fazem uso de atividades especializadas de apoio como escolas de educação especial, fonoaudiologia, dietas especiais, terapia ocupacional, entre outras.

                Apesar do recente crescimento nas matrículas de alunos com autismo nas escolas comuns, sua participação nas atividades escolares e aprendizagem ainda constituem-se como um grande desafio para os educadores.

                Considerando as características dos alunos que apresentam o diagnóstico de autismo, a principal preocupação para os professores é saber como desenvolver estratégias de ensino que favoreçam o processo de inclusão e aprendizagem destes alunos.

                Uma pergunta pertinente à inclusão escolar de alunos com autismo é: quem ensina e quem aprende?

                Essa foi a grande questão que originou a presente pesquisa. Tendo em vista ser a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais, prioridade há cerca de 14 anos nos documentos e discursos da política educacional do Brasil, esta, ainda constitui um desafio para os profissionais envolvidos na área.  Ao focar o olhar sobre os alunos com autismo, tal desafio revela-se ainda mais intenso. Pois o processo de inserção escolar destes torna-se mais difícil, pelo fato de serem, frequentemente discriminados por sua diferença, por demonstrarem um funcionamento intelectual atípico, ou seja, não aprendem como os “outros”. Embora isso, não queira dizer sobremaneira que sejam incapazes.

                Assim, em muitos casos a inclusão de alunos com autismo restringe-se ao caráter social. Encontram-se nas escolas com o objetivo único e exclusivo de socializar-se, o que dificulta o acesso à aprendizagem.

                Segundo Alves (2005), a socialização é apontada como principal objetivo na inclusão de alunos autistas. Entretanto, se o objetivo é apenas socializar pode haver uma retirada de investimento na aprendizagem desses alunos que passarão a circular pelas escolas sem participar das atividades acadêmicas, o que pode resultar, muitas vezes, numa inclusão apenas física.

                A socialização não pode ser pensada independentemente da aprendizagem, visto que o próprio conceito de aprendizagem abrange não somente a aprendizagem de conteúdos formais. O que deve ser repensado é a socialização que muitas vezes acontece de forma distorcida, levando os alunos a vagarem pelos ambientes da escola, com o pretexto de que estão em tal local apenas para se socializar.                 

                Isso pode ser ratificado nas palavras de Guareschi  (2006, p. 75):

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