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Educação inclusiva um desafio na formação docente

Por:   •  21/10/2015  •  Artigo  •  4.259 Palavras (18 Páginas)  •  586 Visualizações

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DESAFIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.

 Maria do Perpetuo Socorro Lima Barbosa

 

RESUMO

 

Este artigo visa discutir a formação do professor no âmbito da educação inclusiva. O principal objetivo é analisar a complexidade da atuação pedagógica frente ao desafio da educação inclusiva. Na construção do debate a cerca do tema propomos evidenciar a trajetória da educação inclusiva no Brasil, destacando alguns pontos principais de avanços. Refletimos ainda sobre as políticas educacionais de formação de professores buscando elucida formas de avançar na pratica cotidiana da educação inclusiva. Propomos uma breve discussão sobre as possibilidades de maior investimento na qualificação dos professores enquanto mediador do conhecimento.

 

Palavras-chaves: Educação; Educação Inclusiva; Formação de Professor.

ABSTRACT

 

This article aims to discuss the training of teachers within inclusive education. The main objective is to analyze the complexity of pedagogical practices facing the challenge of inclusive education. In constructing the debate about the subject we propose to highlight the trajectory of inclusive education in Brazil, highlighting some key points of progress. Still reflect on the educational policies of teacher elucidates seeking ways to advance the everyday practice of inclusive education. We propose a brief discussion of the possibilities for greater investment in teacher qualifications as a mediator of knowledge.

 

Keywords: Education; Inclusive Education; Teacher Training.

INTRODUÇÃO

 

O entendimento que a inclusão de alunos com necessidades especiais na escola regular é um fato presente na nossa realidade por força de lei, porem as condições dessa inclusão legal não se observa na pratica de ensino, pois os docentes não estão preparados para trabalhar com esse publico. Este artigo foi construído para analisar as dificuldades existentes da formação do professor junto à educação inclusiva. Traçamos como objetivo geral analisar as políticas de formação docente e os novos desafios para esta área.

 Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica, segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda A bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.

         Desenvolvemos esse estudo em dois capítulos. No primeiro capítulo fizemos a opção de trabalhar com profundidade a trajetória da educação inclusiva no Brasil, destacando os contextos históricos, políticos em determinado período da educação no Brasil. No segundo capítulo realizamos uma abordagem dialógica entre formação de professore e educação inclusiva apontando os principais marcos legais que balizam a formação de professores e a realidade das escolas.

Durante nossos estudos percebemos que as principais tendências de nossas políticas nacionais de educação inclusiva se deu a partir de 1990 e focaram apenas o atendimento terapêutico e assistencial, em detrimento do educacional. Apontamos que  ênfase dada as instituições particulares especializadas no atendimento as pessoas com deficiências continua acontecendo por parte dos governos o que denota a visão segregativa da educação no passado e no presente.

1 A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

 

Entre os séculos XVIII e XIX diversos países do mundo criaram instituições para cuidar de pessoas com deficiências, é um período marcado pela concepção organicista, que tinha como pressuposto a ideia de a deficiência mental ser hereditária com evidências de degenerescência da espécie. Dessa maneira a segregação era considerada a melhor forma para combater a ameaça representada por essa população. Nesse mesmo período, no Brasil, não existia nenhum ação ou interesse das autoridades pela educação das pessoas apontadas e consideradas idiotas e imbecis, portanto esse período ficou conhecido como a era da negligência (MIRANDA, 2003).

MIRANDA, (2003) afirma que:

A história da Educação Especial no Brasil tem como marcos fundamentais a criação do “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do governo Imperial.

De fato a fundação desses dois Institutos representou uma grande conquista para o atendimento das pessoas com deficiência, pois permitiu abrir um espaço importante para a conscientização e a discussão sobre a sua educação. Porem, não deixou de “se constituir em uma medida precária em termos nacionais, pois em 1872, com uma população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35 cegos e 17 surdos” (MIRANDA, 2003 apud MAZZOTTA, 1996), nestas instituições.

Dessa maneira, a Educação Especial se consolidou por ações isoladas e limitadas ao atendimento dos que possuíam deficiência visual, auditiva e, em uma quantidade pequena, às deficiências físicas. Por isso podemos afirmar que em relação à deficiência mental houve um silenciamento de ações.

Para Marchesi (2004, p.15) “O conceito de necessidades educativas especiais e a ênfase na importância de que a escola se adapte à diversidade de seus alunos foi expressão dessas novas realidades”. Notamos que durante esse período o termo deficiência estava relacionado ao inatismo, com possibilidades limitadas de intervenção educativa e de mudança. Para Garcia (2011), a falta de conhecimento sobre os tipos de deficiência na primeira metade do século XX colaborou para o isolamento de centenas de pessoas que foram erroneamente classificadas como doentes mentais.

 

O grau de desconhecimento sobre as deficiências e suas potencialidades, porém, permaneceu elevado na primeira metade do século XX, o que se percebe pelo número considerável de pessoas com deficiência mental tratadas como doentes mentais. A falta de exames ou diagnósticos mais precisos resultou numa história de vida trágica para milhares de pessoas nesta condição, internadas em instituições e completamente apartadas do convívio social. (GARCIA, 2011)

 

Essa realidade descrita por Garcia (2011) começa a mudar a partir da década de 1960, pois o foco passa a ser direcionado para a necessidade de modificação das instituições sociais e escolares, de forma que as instituições de ensino passassem a atender aos diferentes sujeitos e suas necessidades educativas especiais. Por volta da década de 70, a noção de deficiência começou a ser questionada pelas autoridades educacionais decorrente da necessidade de se desenvolver uma perspectiva humanista e também devido os dados alarmantes que de acordo com Lima (p.29,2006): “a) o fracasso escolar, a evasão e a repetência, especialmente das crianças pobres; b) o aumento da demanda pela criação de classes e escolas especiais, sobretudo na década de 1980”.

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