Estudo dirigido: Como Tugendhat constrói o problema da ética
Por: Paula Scotini Maia • 7/6/2018 • Trabalho acadêmico • 641 Palavras (3 Páginas) • 683 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO – CAMPUS BH
CURSO DE PEDAGOGIA
Estudo Dirigido
Discuta e analise como Tugendhat constrói o problema da ética.
Tido pelo autor como fenômeno da moda para a filosofia e currículo escolar, a ética hoje parece se distanciar das teorias críticas e partir para o encontro direto com uma reflexão dita “reduzida ao individual e inter-humano”, ou seja, a ética corre o risco de se aproximar de um montante de valores religiosos, pois a mesma não encontra uma obrigatoriedade, Tugendhat coloca que a ética nos aproximas hoje de uma ingenuidade insustentável.
As relações humanas são um campo onde a moral está sempre sendo julgada, assim todas as relações humanas podem ser enquadradas como ética ou não, é questionado pelo autor como que as relações políticas poderiam ser se fossem além da moral e que hoje temos campos políticos voltados para a mesma, como os direitos humanos e a discussão sobre justiça social, já que tudo parece estar envolto por uma película de moralidade.
Tugendhat levanta a questão de debates de minoria, as políticas relativas, questões de ecologia e principalmente o novo desconforto moral que é a tecnologia genética, essas questões nos fazem recorrer a ética. O que não é considerado pelo autor algo confortável, pois a ética nestas novas questões não oferece uma resposta concreta, o que reflete como busca religiosa.
Essa aproximação de moral e religião é arriscada, pois as soluções simples proporcionadas pelos fundamentos religiosos não são suficientes para as questões em pauta e nem todos os ensinamentos religiosos conseguiriam se encaixar na moral, pois tornaria impossível que todas a compreendesse, já que existe uma diversidade religiosa.
O autor coloca que a moral moderna é independente das tradições religiosas, mas que são tentativas fracassadas já que a moral religiosa e não religiosa falharam.
Questões datadas do sec. XVII e XVIII já buscavam entender essa relação entre a moral e a religiosidade em declínio, buscavam respostas para como se posicionar frente ao desaparecimento da fundamentação religiosa. O julgamento moral em nossas vidas é essencial, o mesmo seria possível sem a crença de que ele é fundado?
“A reflexão sobre o juízo moral não se deixa fundamentar empiricamente” afirmação em que o autor resume o embate de que não há como dizer se questões são más ou não, pode-se apenas ressaltar que naquela cultura não é aceitável ou é passível de punição. O juízo moral não vem acompanhado da experiência e raramente consegue-se controlar sua aparição, sendo a priori. O autor aponta que o questionamento de um juízo moral baseado em situações sócio econômicas é vetado, podendo ser feito apenas por outro juízo moral.
O que acompanha o juízo moral são os sentimentos morais, ou seja, são expressões perante a contrariedade de um valor ou ao julgamento negativo do mesmo, esses sentimentos em geral são: indignação, raiva e culpa. Sem o juízo moral estes sentimentos segundo o autor desapareceriam, assim como a possibilidade de repreensão e censura.
A nossa fundamentação tradicional de moral implica em uma autoridade implícita, para o autor os juízos morais não necessitam de uma experiência comprobatória, apenas do que ele definiu como princípio superior, assim a fundamentação é hipotética e obrigatória de aceitação pela crença.
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