FICHAMENTO DO TEXTO REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: QUAL O LUGAR DA SAÚDE MENTAL
Por: mullerc • 24/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.737 Palavras (7 Páginas) • 488 Visualizações
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
CAROLINA MARDIELI MÜLLER
FICHAMENTO DO TEXTO “REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: QUAL O LUGAR DA SAÚDE MENTAL?”
LINHARES – ES
2018
CAROLINA MARDIELI MÜLLER
FICHAMENTO DO TEXTO “REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: QUAL O LUGAR DA SAÚDE MENTAL?”
Trabalho acadêmico apresentado a disciplina Clínica da Atenção Psicossocial, do curso de pós graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial.
LINHARES – ES
2018
SUMÁRIO
RESUMO 3
CITAÇÕES 3
COMENTÁRIOS 4
IDEAÇÃO 8
REFERÊNCIAS 9
RESUMO
O artigo aqui analisado apresenta o panorama da saúde mental a luz da aplicabilidade de ações neste âmbito, que favoreceram experiências bem-sucedidas. A criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é uma destas. Tal serviço subverte a lógica hierárquica do funcionamento do sistema de saúde, e se organiza integrando diferentes níveis de atenção a saúde, uma vez que a alta complexidade dos problemas de saúde envolve vários campos do saber, tendo a interdisciplinaridade como indispensável nas questões de saúde. A principal característica do sistema que funciona em rede, é a articulação, que envolve as múltiplas entradas para os serviços, respeitando a multiplicidade e heterogeneidade da composição, realizando com fundamento na articulação e na convivência com o diferente, dando expressão as diversas faces do Sistema Único de Saúde. Tal rede é apontada aqui com base no conceito de rizoma, de Deleuze e Guattari (1995), não apresentando limites e estruturação, operando de acordo com as demandas dos sujeitos que atuam neste território. Desta forma, foram analisadas as interações entre os níveis de complexidade deste sistema na atenção a saúde mental, compreendendo a conformação da rede na cidade de Sobral, no estado do Ceará. O estudo adota perfil qualitativo e os resultados demonstram que o município atua com diferentes arranjos, tendo a diversidade como dispositivo de cuidado, possibilitando a implementação de projetos terapêuticos para além da medicalização, mesmo que haja evidencias de que a administração de medicamentos seja foco de atenção dos trabalhadores. Ao mesmo passo, observa-se a mobilidade dos trabalhadores entre os diversos equipamentos de saúde, fator que favorece a conectividade entre as equipes, possibilitando assim a construção dos caminhos pautados no cuidado ao sujeito que apresenta questões relacionadas a saúde mental, cumprindo o projeto terapêutico respeitando a singularidade do mesmo. Destaca-se ainda a necessidade de seguir avaliando os serviços ofertados as questões de saúde mental, tendo como base a perspectiva de arranjos de trabalhos já existentes.
CITAÇÕES
“O pressuposto é que não há um equipamento ou mesmo equipe de saúde considerado autossuficiente na produção do cuidado. Pela alta complexidade dos problemas de saúde, geralmente envolvendo vários campos de saber, pela interdisciplinaridade inerente às questões da saúde, e multiplicidade de atores sociais implicados com a gestão e o cuidado, as redes se tornam uma prerrogativa para seu funcionamento, sendo portanto inerentes ao trabalho voltado ao cuidado em saúde” (p. 254).
“Um primeiro movimento importante para a formação de redes se deu com a descentralização da saúde no Brasil, a qual possibilitou maior aplicabilidade das ações locais, favorecendo o surgimento de experiências exitosas nos vários setores da saúde e nos seus diversos níveis de atenção, mediante processos de regionalização e hierarquização (FERLA; LEAL; PINHEIRO, 2006)” (p. 254).
“Como evidenciado, os procedimentos burocráticos do sistema de referência e contrarreferência ocorrem de maneira engessada e rígida, sem possibilidade de flexibilização. Desse modo, a circulação dos usuários fica obstaculizada por inúmeros procedimentos que lhes dificultam os atendimentos. Trata-se de exigências formais segundo as quais consultas especializadas só podem ser marcadas se referenciadas por meio da rede básica de saúde. Tal exigência enrijece o acesso dos usuários aos serviços prestados” (p. 254).
“Consoante verificar, o olhar sobre a micropolítica dos processos de trabalho em saúde possuui redes de muitas ligações e conexões. A característica principal desse sistema são as múltiplas entradas, a multiplicidade e heterogeneidade na sua composição, isto é, uma rede que se articula, sobretudo no plano do trabalho cotidiano, se realiza com fundamento em muitas articulações, e convive com o diferente, é capaz de dar expressão às múltiplas facetas que compõem a paisagem do SUS, em especial no âmbito do rico e dinâmico lugar de trabalho de cada um. Essas redes são caracterizadas como rizomáticas, conceito inspirado no rizoma1 e utilizado para demonstrar as características de redes existentes no mundo da vida, e que serve para pensar no caso da saúde (DELEUZE; GUATTARI, 1995; FRANCO, 2006)” (p. 255).
“É possível perceber a intensidade das redes e seu funcionamento nos serviços de saúde, tomando como foco a análise da micropolítica do processo de trabalho para o cuidado em saúde. Desta forma, uma rede funciona com base no trabalho das equipes de saúde, são os trabalhadores os operadores da rede. E eles acionam suas redes, instituídas ou não, a partir dos projetos terapêuticos pensados para resolver os problemas de saúde dos usuários. Logo, o projeto terapêutico é o disparador da rede, e assim não há uma rede a priori, mas construída em ato, sendo, pois, trabalho vivo dependente, como é característica do trabalho em saúde, segundo Merhy (2002). As redes atravessam equipes e equipamentos de saúde, podem se articular de uma unidade básica para emergência, ou desta para um hospital; enfim, os caminhos a serem percorridos são acionados sempre para cada caso, e pautados nas necessidades dos usuários e nos recursos disponíveis para o seu cuidado” (p. 255 e 256).
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