FORMAÇÃO MODULAR EM EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA DE PROFESSORES/AS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE QUITERIANÓPOLIS – CE

Palavras-chave: Educação contextualizada. PET/UECE-FAEC. Formação Modular.

INTRODUÇÃO

Por meio do Programa de Educação Tutorial – PET, da Faculdade de Educação de Crateús – FAEC, um campus da Universidade Estadual do Ceará – UECE (PET/UECE-FAEC) participamos como bolsistas (Petianos) nas mais distintas atividades, do projeto de educação contextualizada para a convivência com o Semiárido, da Carítas Diocesana de Crateús (CDC), que tem como título “Projeto Contexto: Educação – Gênero – Emancipação”. Dentre as atividades do referido projeto podemos citar os módulos de formações que antecede cada semestre letivo, acompanhamento pedagógico e culminças.

Este é um relato de experiência a partir de observações e participação do módulo de formação de professores/as das escolas municipais das zonas urbana e rural de Quiterianópolis, Ceará. Nos módulos de formação são trabalhadas temáticas sugeridas por professores e comunidades, as quais são usadas como temas geradores na educação contextualizada. Por um período de dois dias de formação com os/as professores/as das referidas escolas, a temática geradora “Família e Ecossistema”. Esta temática será trabalhada nas escolas municipais durante o segundo semestre letivo de 2018.

Durante essas formações, os integrantes do projeto apresentam o estudo e a sistematização da temática, no caso da problemática social família e ecossistema foi feita uma apresentação do tema e seus impactos na sociedade. Ao decorrer desse momento foi considerado e discutido o conhecimento dos professores e suas colocações em relação ao tema. Diante das colocações e discussões, os/as professores/as são encorajados a pensar na sua prática docente, de forma que eles/as contribuam com a disseminação de conhecimentos, percepção e reflexão de seus alunos diante dessas problemáticas.

Nesse sentindo, essa prática de formação é muito importante para o desenvolvimento do trabalho do/a professor/a com educação contextualizada. É uma forma de apoio, onde eles/as podem socializar conhecimentos e buscar base de apoio teórico e prática para aperfeiçoar esse trabalho tão importante. Trazer pra a sala de aula essas problemáticas existentes no nosso Semiárido e fazer com que os alunos percebam a visão distorcida do nosso Semiárido, de que é um lugar seco, sem vida, onde não tem oportunidades e nem possibilidade de viver bem, certamente contribuirá para uma vida melhor nessa região.

FUNDAMENTOS TEÓRICO-PRÁTICOS

Para uma maior fundamentação teórica acerca da realidade e questões que envolvem a educação contextualizada, selecionamos alguns estudos que vêm promovendo as discussões sobre a temática e sobre a diversificação do modo de educar. Consideramos MARTINS (2006), SILVA (2013), CARVALHO (2012), PEÇANHA (2007) e PAULO FREIRE (1979), dente outros, para entendermos a importância do processo de formação para o professor que irá desenvolver a temática em questão.

A partir do princípio de que “a educação não pode se dar ao luxo de ignorar o chão que pisa” (Martins, 2006, p. 45), torna-se necessário resignificar o ensino, contextualizando com os alunos a realidade do Semiárido, para que ele o conheça e o valorize. Dentro da temática Família e Ecossistema os formadores da CDC provocaram os/as professores/as a levar para a sala de aula, uma educação que valorize o nosso ecossistema. Para isso, e faz importante que o aluno o conheça. Como qualquer paradigma, a convivência é possível na medida em que se opera uma mudança profunda no pensamento, percepções e valores que formam uma determinada visão da realidade.

A formação motiva o professor a sair da zona de conforto e das práticas tradicionais de ensino, possibilitando a construção de novos olhares sobre o nosso Semiárido. Instiga o professor a desenvolver com seus alunos a visibilidade e cuidado na manutenção com o nosso sertão. Dessa forma, os/as professores/as devem utilizar a educação contextualizada como instrumento de transformação da realidade social do nosso contexto. Por meio dessas e de outras formações, eles ampliam seus conhecimentos e saberes sobre as inúmeras questões que cercam a nossa realidade local, de maneira que tais conhecimentos e práticas transformadoras gerem benefícios para a comunidade.

Contextualizar significa abordar em geografia o conteúdo das estações, explicando a existência das quatro estações, mas também da manifestação delas no Semiárido com suas causas e implicações. Significa, também, abordar a historia e a geografia local. Desta forma, os conteúdos são reformulados em autonomia, desconstruindo discursos preestabelecidos e incluindo novos conteúdos, partindo do princípio de que o conhecimento tem como base as vivências e o conhecimento acumulado pelas pessoas. (LIMA, 2006, p 36).

Desta maneira, contextualizar o conteúdo escolar a partir da temática “família e ecossistema” na perspectiva da convivência com o Semiárido, remete alunos, professores, família e comunidade em geral, à compreensão dos ecossistemas presentes ao seu redor.