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FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA O TRABALHO INCERTO: UM ESTUDO COMPARATIVO BRASIL, MÉXICO E ITÁLIA.

Por:   •  12/8/2018  •  Resenha  •  2.376 Palavras (10 Páginas)  •  670 Visualizações

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA O TRABALHO INCERTO: UM ESTUDO COMPARATIVO BRASIL, MÉXICO E ITÁLIA.

RESIGNIFICAÇÃO DA FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES

No que diz respeito a formação profissional precisa-se compreender a ideologia e a visão do trabalho do ponto de vista desses 3 sujeitos:

ESTADO: O estado é controlador, Neoliberalista (capitalista)

EMPRESA: A formação visa aumentar a produtividade do trabalho, a qualidade e a competitividade dos produtos, ou seja, gerar riquezas (capital),

TRABALHADORES: Necessidade de sobrevivência e não possui clareza quanto a formação que irá valorizar sua força de trabalho. (Na Itália um país desenvolvido há clareza no sentido de negociação sobre condições de trabalho e preservação do emprego).

Há ausência de clareza quanto a formação que o cidadão deveria receber para adaptar-se as transformações em curso (exemplo a substituição do trabalho realizado por máquinas, do trabalhador braçal, para aquele que opere a máquina), confundem-se com o modelo taylorista-fordista (Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro), a ressignificação está no sentido de ressignificar os processos de formações produtivas.

        A autora traz a problema da falta de consenso para o termo de formação profissional, e traz alguns autores para debater o tema, iniciando por:

MACHADO (1996) critica a maioria dos autores por utilizarem “qualificação” sem explicar o conceito na teoria, e quando o faz, faz dentro da visão Taylorista-fordista, que evidencia uma visão reduzida e essencialista, não considerando o processo como um todo, dessa forma a noção de qualificação, desqualificação  e requalificação não dão conta das diferenças nos processos produtivos por serem tratadas de formas parecidas (como se fossem a mesma coisa, formação inicial para uma formação especifica).

BRAVERMAN (1981) A intensificação do trabalho como substituição da qualificação, a forma que os trabalhadores mais qualificados são os que fazem com que a empresa lucre mais, ou seja o trabalhador “sem formação profissional”, mas que execute o trabalho pois está diretamente vinculado a ele gera lucro para empresa e está apto ao trabalho.

FREISSENT (1992), ZARAFIAN (1992), CORIAT (1994) HIRATA (1994),  criticam o “modelo de competência” , segundo o qual haveria um esquecimento da própria noção de qualificação, e seria levado em “conta”  o saber, carreira salário e a partir desses valores qualitativos há mobilidade e engajamento , nesse modelo ganha importância a distinção entre a qualificação profissional e a qualificação não adquirida mas percebida pelo empregador.

FRIGOTTO (1995): Conduz questão do ponto de vista da relação entre as exigências de novas qualificações e escola básica, buscando superar a ideia de que economia está vinculada ao conhecimento e que está ao alcance de todos através da educação, pois tal crença traz conduz a defesa do trabalhador polivalente que apresenta múltiplos valores ou oferece várias possibilidades de emprego, de função; multifuncional.

  DELUIZ (1995) Detém-se na análise de qualificações profissionais e suas implicações para formação profissional, para ela uma perspectiva de formação para o trabalho que pretende ultrapassar a visão pragmatísta de adequação da força do trabalho às necessidades modernas econômicas, deve-se apontar para as dimensões profissionais e políticas, ou seja, superar a divisão entre o trabalho e a cultura.

A secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional do Ministério do Trabalho Brasil, elaborou um projeto de “Educação profissional’ que tinha como objetivo resgatar a qualificação compreendida como não apenas o desempenho técnico, mas também a cidadania.

A autora traz a ideia de que a educação é uma necessidade da empresa e interesse os trabalhadores, mas a formação técnica profissional tem sido decidida no mercado de trabalho, assim se reduz a educação as necessidades do mercado de trabalho o qual passa por diversas mudanças.

MEXICO:

A entrada do México no TLC causou graves danos aos trabalhadores. Muitas demissões ocorreram decorrentes deste tratado, queda dos salários e etc.

O país, para adequar-se aos moldes estrangeiros e para sua efetiva entrada no TLC teve de abrir portas para o mercado estrangeiro, fazendo com que os mesmos gozassem dos mesmos direitos dos investidores locais.

A formação técnica e profissional do México segue a mesma linha dos demais países latinos. Se viram impulsionados pela industrialização, crescente e a ascensão do capitalismo, assim como pelas diretrizes da OIT.

No final dos anos 80 um programa Chamado Modernização educativa reforçou as tendências que já vinham desde os anos 70, e introduziu reformas no sistema educacional, sob a ótica das políticas neoliberais. Essas práticas tinham como finalidade a busca da qualidade, a avaliação do ensino e dos professores, a crise de recursos, e a reorganização do ensino tecnológico.

No governo Salinas de Gortari, ocorreram mudanças em artigos da Lei Federal Trabalhista.

Essas mudanças buscaram atender as necessidades industriais de adequação permanente da força de trabalho a maquinas e equipamentos e a flexibilização das revisões salariais. (Visando principalmente flexibilidade e participação dos trabalhadores).

OBS: o sistema visava permitir a formação dos trabalhadores dentro ou fora do local, do posto de trabalho ou da empresa, e aproveitar os sistemas de educação técnica das instituições de formação públicas e privadas.

Na LFT, prevê que os patrões devem proporcionar capacitação e adestramento aos trabalhadores. E a secretaria de Trabalho e Provisão Social, deve aprovar estes programas dentro de projetos estabelecidos em lei. Sendo que estes devem ser de comum acordo junto com os trabalhadores nas empresas.

No México os programas de formação, capacitação, ocorrem em sua maioria dentro do local de trabalho.

As políticas que são elaboradas geralmente ocorrem entre trabalhador e empresa, sem fiscalização. E que não dão conta de uma formação voltada para atual economia. Não levando o indivíduo a se enxergar como categoria.

Sendo assim, no México, a formação é para colocar o indivíduo no mercado de trabalho, sem a preocupação de uma formação global, somente empregar quem está ingressando. Cujo objetivo é formar para trabalhar dentro da empresa, o que faz com que ele só se qualifique para aquele trabalho.

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