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GESTÃO DEMOCRÁTICA E SUAS COMPLEXIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Por:   •  13/11/2015  •  Artigo  •  6.246 Palavras (25 Páginas)  •  240 Visualizações

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Washington Luis Barbosa Santana

GESTÃO DEMOCRÁTICA E SUAS COMPLEXIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

 Washington Luis Barbosa Santana

RESUMO

Na atualidade, os princípios democráticos e de participação dos cidadãos nas decisões que envolvam suas necessidades são recorrentes e percebidos nas mais diversas áreas.

No contexto da educação, principalmente através da elaboração do Planejamento Participativo, a gestão escolar se realiza de maneira democrática, objetivando atender às demandas sociais da comunidade na qual a escola está inserida, pois o processo educativo se dá ligado diretamente a esta contextualização social.

Assim, é preciso compreender conceitos relacionados ao tema e conceber a relevância de uma educação de qualidade para o desenvolvimento social. Através de pesquisa bibliográfica fundamentada em autores reconhecidos, além de análise de artigos disponibilizados através da internet, pretende-se abordar o tema do planejamento participativo como um aliado da gestão escolar de qualidade.

 

Palavras-chave: Escola. Gestão. Planejamento Participativo.

 

 

Introdução

 

O presente estudo tem como tema a importância do Planejamento Participativo para a realização de uma Gestão Escolar democrática. Neste sentido, o objetivo principal é proporcionar a compreensão sobre a importância de uma gestão escolar pautada em princípios democráticos, utilizando o instrumento do Planejamento Participativo como viabilizador desta democracia.

Para que este tema seja devidamente compreendido, serão discorridos também conceitos como gestão, democracia e planejamento participativo, de modo amplo, objetivando aplicá-los ao assunto aqui abordado. Trata-se de um apanhado de informações relevantes para que se compreenda a gestão democrática como um processo atual e relevante para a sociedade.

______________________

Escolheu-se esta abordagem por verificar a relevância dos processos participativos para a garantia da democracia na sociedade, especialmente relativas ao setor público. Neste sentido, o direito à educação, garantido constitucionalmente, encontra-se em destaque no campo da gestão escolar democrática, como iniciativa de conscientização de toda a comunidade na busca pela equidade social.

Para que tal tema seja analisado de maneira adequada, este artigo se divide em quatro momentos. O primeiro momento dedica-se a permear breves considerações sobre a educação no contexto histórico, iniciando com a influência da Igreja Católica até os dias atuais, onde o interesse da população deve ser priorizado com fins à implantação da democracia plena.

Importante ressaltar que, durante longo período, a educação popular fora realizada de modo absolutamente insignificante, passando a integrar o rol de preocupações sociais apenas a partir do século XIX, culminando com a premissa atual de que a educação é um direito de todos, garantido constitucionalmente.

O segundo momento se dedica à compreensão de conceitos importantes para este estudo, como democracia, gestão escolar e planejamento participativo, analisados, sob sua forma ampla, também sob a ótica da administração, tendo em vista a sua aplicabilidade em todos os setores.

“... a escola, por si só não forma cidadãos, mas pode preparar instrumentalizar e proporcionar condições para que seus alunos possam se firmar e construir a sua cidadania” (Proposta Curricular, 1997).

Democracia, enquanto governo do povo, significa realizar a governança de modo a garantir as necessidades individuais e coletivas dos cidadãos, participantes ativos do processo social. A questão da gestão implica no modo de gerir uma empresa ou, neste caso, uma instituição de ensino, de modo a garantir uma educação plena e de qualidade.  Já o planejamento participativo só faz reiterar a importância da participação popular em uma sociedade democrática.

A seguir, será tratado o tema específico da gestão democrática, sendo abordada sua relevância para o contexto atual da educação, tendo por premissa o atendimento das demandas sociais oriundas da comunidade na qual a escola está inserida, objetivando atender as necessidades da população escolar.

Gerir democraticamente a escola significa dar ouvidos às demandas da comunidade escolar, contando, para isso, com a participação efetiva de todos os envolvidos no processo. Assim, surge, na última parte deste estudo, a figura do Planejamento Participativo aparece como instrumento de uma gestão escolar pautada na democracia, onde representantes dos mais diversos grupos se envolvem na construção de um plano a ser seguido no decorrer da prática docente.

 

1. Uma breve história da educação

            O início da educação no Brasil, de acordo com Gonçalves (2011, pgs. 66-7), se deu no século XVI, originando-se com o descobrimento do país, por parte dos portugueses, e a imposição da educação jesuíta aos indígenas. Conforme a autora, havia, na época, a compreensão de que povos como os índios brasileiros eram atrasados e selvagens, comparados aos povos europeus.

Arcanjo e Hanashiro (2010, pg. 29) colocam que, na cultura indígena, a escrita não existia por não ser considerada necessária, pois as crianças eram ensinadas pelos próprios pais e avós, através da fala e da visualização. A noção de educação dos indígenas era diferente da do restante do mundo, que envolvia a leitura e a escrita de línguas. Era uma educação baseada na sobrevivência e na boa convivência.

Outro traço que diferenciava a educação indígena da educação imposta pelos jesuítas (com origem européia) era o fato de que, esta última, se utilizava de marcas repressivas, ou seja, regras e castigos impostos de forma autoritária pelos educadores. Assim, os conhecimentos eram repassados de maneira repressiva, autoritária, havendo a predominância do conhecimento sobre a efetiva compreensão do que se pretendia aprender.

Promoveram-se, então, movimentos de educação e catequização junto ao povo indígena, no intuito de promover a civilização e a salvação das almas. Acreditava-se que somente aqueles que temiam a Deus e estivessem ligados diretamente ao Catolicismo eram dignos da salvação divina. Ampliou-se, assim, o número de cristãos católicos, culminando com o crescimento da influência e poder da Igreja Católica.

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